Aquele com os Danthur

Aquele com os sentimentos

Arte da capa: @beenary_code

Boa leitura 💕

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Pov. Arthur

Caminho tanto que perco a noção do tempo. Não deveria ter inventado de voltar a pé pra casa, é longe pra cacete. A garrafa em minha mão já está vazia e o vento frio da noite me deixou sóbrio o suficiente para que a frustração que eu sentia antes voltasse. Que droga.

Chegando perto de casa, avisto uma figura sentada na porta, abraçando os joelhos e com o rosto escondido. Levanto a garrafa vazia em posição de ataque e me aproximo devagar.

- Ei! Quem é você?

A figura levanta a cabeça rapidamente, depois se levanta e pega algo do chão. Apesar da escuridão da noite, a luz dos postes me permite vislumbrar o rosto pálido do...

-Arthur!

- Dante? O que você faz aqui? Já tá tarde. - Jogo a garrafa num mato qualquer e me aproximo dele. Ele parece abatido, como se não dormisse a dias, e segura um pequeno buquê de margaridas.

- Eu precisava falar com você, e não queria que fosse pelo celular. Desculpa por não te mandar mensagens esses dias, eu estava... eu precisava organizar meus pensamentos. Cheguei aqui e você não estava, então resolvi esperar.

- Você está aí há muito tempo? Eu sai cedo hoje. Entra, entra, tá frio. - Destranco a porta e sinalizo para ele entrar, meio estarrecido por sua visita repentina. Tenho medo do que ele quer falar.

Suspiro alto, a tensão eminente entre nós. Olho para ele, que desvia o olhar. Que droga, eu queria ainda estar bêbado, fica difícil encará-lo assim, ainda sinto vergonha pelo nosso último encontro. Após alguns segundos (que pareceram horas), Dante quebra o silêncio:

- Olha, Arthur. Eu...

- Deixa eu falar primeiro. - O interrompo, aproveitando o pico repentino de coragem pra dizer o que vem martelando na minha mente esses últimos dias. - Me desculpa, Dante. Eu sinto muito, não sei exatamente o que eu fiz de errado, mas sei que posso ter te assustado com minhas crises de ansiedade e... - Limpo as lágrimas que voltaram a cair e baixo o rosto, incapaz de encará-lo. - Eu entendo se você não quiser mais ser meu amigo, está tudo bem, de verdade.

- Arthur... - Sinto o Dante se aproximar, ele ergue o meu rosto e acaricia minha bochecha, os seus olhos transparecendo preocupação. - Não é isso. Aquele incidente não tem nada haver com o que eu vim falar.

- Então, por que você sumiu? Por que me ignorou todos esses dias? Você me apoiou naquele dia, foi gentil e cuidadoso e depois simplesmente sumiu. Isso não faz sentido, Dante.

Empurro sua mão e me viro, magoado demais. Ele não pode agir todo fofo comigo, sumir por dias, me ignorar e depois aparecer do nada. Isso dói, sentir que ele está brincando comigo dói demais. Não quero acreditar que seja essa a verdade.

- Arthur, eu... - Ele suspira e olha para o chão, talvez procurando coragem, assim como eu estava. - Me perdoa, me perdoa por ter te ignorado, por ter sumido, por estar agindo estranho. Eu não quero perder você, Arthur, eu...

Dante bagunça os próprios cabelos e anda em círculos pela sala, me deixando agoniado. Nunca vi ele assim. Ele continua, ainda andando pra lá e pra cá:

- Desde que eu te vi pela primeira vez naquele show, você me despertou interesse. Eu não conseguia te tirar da mente e eu nem sabia o porquê. Ai eu te encontrei na floricultura e meu corpo agiu antes que eu pudesse raciocinar e, quando eu me vi, estava tendo aulas de violão sem ter interesse nenhum por violão porque... Porque eu queria ficar perto de você.

Espera, o que? O olho, chocado demais para esboçar alguma reação. Ele para de andar em círculos e me olha também, continuando a falar:

- Eu queria muito ter sua companhia e nós ficamos cada vez mais amigos e por um tempo eu pensei que era isso que eu queria, que ser seu amigo era suficiente, mas não foi. Nunca parecia o suficiente e eu queria muito algo a mais, e esse pensamento ficou me corroendo por dentro porque eu não entendia, mas agora eu entendi. Eu entendi que o que eu quero é você, Arthur.

Puta merda, caralho, como assim???? Meu coração começa a bater a todo vapor e minha respiração se descompassa. É real isso? O Dante acabou de se declarar pra mim?

Ele se aproxima até ficarmos frente a frente e me encara, intercalando o olhar entre os meus olhos e meus lábios. Me sinto arrepiar, entorpecido pelo calor de seu corpo.

- Dante...

- Quero te ver todo dia, quero poder te abraçar, segurar sua mão e... te beijar. É isso o que eu quero desde que te conheci, e é o que eu vou fazer agora, tá?

Dante acaricia meu rosto com as costas dos dedos, instintivamente fecho meus olhos, aproveitando o carinho. Sinto meu corpo em chamas, absorto em todo o sentimento que esse pequeno momento carrega. Não havia percebido o quanto eu desejava o seu toque até recebê-lo. Sinto que agora posso afirmar com todo meu ser, sem medo ou receio:

Eu estou completamente apaixonado pelo Dante.

Finalmente, ele segura o meu queixo e vence a pouca distância que resta entre nós, juntando nossos lábios em um beijo carregado de sentimentos.

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Uhullll o beijo saiu 🥳🥳🥳🥳
Eu não sei muito bem como descrever cenas boiolas, mas espero ter conseguido um resultado satisfatório pra vcs😁

O capítulo ficou mais curto que o normal, eu sei, mas é porque o cap. original ficou enorme, então resolvi dividir em dois. E o bejo é melhor descrito no próximo capítulo, que não vai demorar a sair, provavelmente daqui um dia ou dois.

Ademais, obrigado por lerem 🫶🫶🫶