Aquele com o abraço

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arte da capa: @sephanitas

Esse é um cap. curtinho, só mostrando a visão do Dante sobre tudo que aconteceu, espero que gostem.

Boa leitura ✨

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Dante pov.

Passo a tarde toda pensando no convite do Arthur.

Não literalmente toda a tarde, mas talvez todos os momentos que estive acordado desde que voltei da casa dele. Após o adiamento da aula, eu cheguei em casa e adormeci no sofá por várias horas, descansando tudo o que não consegui nesses últimos dias (obrigado Arthur).

Mas, depois de acordar, o baixinho não saiu de minha mente nem por um segundo sequer. O entusiasmo em me encontrar com ele foi aos poucos se transformando em nervosismo e várias vezes me peguei com dúvidas sobre o que vestir ou como me portar.

Sendo sincero, todas essas novas sensações que o Arthur causa me deixam bastante confuso. Eu sempre fui uma pessoa simples, sem muitos picos de emoções, normalmente sei distinguir o que estou sentindo no momento.

Ou sabia pelo menos. A cada vez que vejo o baixinho ou falo com ele, sinto um misto de sentimentos muito, muito desordenados. Minha mente fica a milhão e vem o frio na barriga, a respiração entrecortada, o calor repentino, o coração acelerado.

Será que eu tenho ansiedade? Ou ele me causa ansiedade?

Balanço a cabeça e tento afastar esses pensamentos, que besteira. Levanto do sofá, onde estava jogado em uma posição desconfortavelmente confortável e vou tomar um banho demorado.

Fico em dúvida na hora de escolher a roupa, não quero parecer arrumado demais, mas também não quero parecer desleixado. Visto uma camisa branca básica e coloco uma jaqueta marrom por cima, combinando com a calça. Também ponho um tênis qualquer de cor preta, prontinho, uma roupa padrão e sem erro.

Arrumo os cabelos no espelho e verifico se tenho bafo. Passo meu perfume favorito (Um bem caro que a Beatrice me deu de aniversário, cujo qual só uso em ocasiões especiais e encontros, ou seja, praticamente não o uso) e me analiso novamente no espelho. Tudo certo, agora é só encontrar o Arthur.

Saio a pé e, durante o caminho, fico calculando a melhor maneira de cumprimentar ele e, em todos os cenários que imagino, eu pareço incrivelmente idiota. Céus, eu vou passar tanta vergonha, que Rakin me ajude.

Ainda estou nessa de criar cenários quando vislumbro o guitarrista de longe, aceno com a mão tentando chamar sua atenção mas sem sucesso. Então percebo que tem algo de errado, e praticamente corro até ele.

Chegando perto, vejo que Arthur está totalmente paralisado, está tremendo e com o olhar distante, os olhos marejados, e preciso chamá-lo várias vezes até ele realmente me ouvir.

É uma crise, sei que é, quando ingressei no hospital recebi treinamentos e instruções sobre como reconhecer e tratar crises desse tipo, sou completamente capaz de ajudá-lo nesse momento, mas, por algum motivo, não faço nenhuma das técnicas que conheço.

Ver o Arthur nesse estado, completamente fragilizado, acabou com qualquer racionalidade que tenho e, no desespero de querer ajudá-lo, faço a primeira coisa que me vem à mente e o abraço o mais forte que consigo, e ficamos assim, abraçados, por um tempo.

Sem palavras de conforto, sem técnicas de respiração, sem nada disso. Só um abraço apertado e caloroso.

Me afasto quando ele para de tremer e pergunto como ele se sente. "Melhor, mais calmo", mas ainda abalado, percebo. Fico surpreso quando ele começa a me pedir desculpas por estar mal, como se fosse culpado por tudo isso. Tento tranquilizá-lo o máximo que consigo e me ofereço a acompanhá-lo até em casa, esse último ato sendo mais por mim do que por ele, afinal, eu morreria de preocupação pensando no Arthur caminhando sozinho na rua depois de uma crise de ansiedade.

Caminhamos em silêncio e muito próximos um do outro. Sinto meu ombro encostando no dele a cada passo que damos, mas não me afasto, o contato é bom, agradável.

Depois de alguns minutos de caminhada, chegamos a casa dele. Vejo sua moto estacionada na garagem da casa, com algumas ferramentas espalhadas ao redor dela, acho que Arthur estava consertando algo na Harley.

- Quer entrar? Eu faço um lanche pra gente. - Ouço o baixinho perguntar enquanto destranca a porta.

- Hm, não sei, não quero te incomodar. - Digo querendo muito acompanhá-lo, mas com medo de acabar sendo um estorvo.

- Não vai ser incômodo nenhum seu bobão, vem. - Ele fala já entrando na casa, dou um sorriso espontâneo, desacreditado que ele me chamou de bobão, e entro em sua casa.

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Espero que tenham gostado, vou tentar não demorar a postar o próximo 🤓

E eu fiz uma pequena oneshot fofinha de Aop, a quem se interessar tá no perfil 🤙🤙

Obrigado por lerem ♥️

Aquele com os DanthurWhere stories live. Discover now