Aquele com o cacetinho

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Arte da capa: @marsealnz

Boa leitura ✨

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Arthur pov.

- Não dá, não consigo, isso é impossível.

- Não é não Dan, é só questão de prática, daqui um tempo você vai estar manjado.

- Meus dedos estão doendo, minha mão inteira está doendo.

- Porque você tá colocando muita força, te falei já, pestana é mais jeito do que força. Dá aqui o violão, 'cho te mostrar.

Já faz umas semanas que o Dante está tentando aprender a tocar violão comigo, e apesar das dificuldades, não posso negar que é satisfatório ver o avanço dele a cada aula. Considerando que eu nunca dei aulas e não fazia ideia de como ensinar, estou me saindo muito bem como professor (nha, modéstia, eu sou um professor incrível) e ele também não é tão ruim como aluno, só é meio distraído.

Observo a carinha atenta dele enquanto demonstro (pela quinta vez) como fazer a tal da pestana no violão. Seu olhar fixo em minhas mãos não esconde a frustração sentida por ele. Na real, agora que prestei atenção, toda a feição do Dante aparenta estar desgastada, o que será que aconteceu?

- Ei cara, cê tá legal? Você parece cansado.

- Tô sim Arthur, obrigado por perguntar. - Ele coça os olhos com uma das mãos, tentando espantar o cansaço, e dá um leve sorriso. - Os plantões do hospital ultimamente estão sendo muito árduos e estressantes, estou tendo pouco descanso.

- Entendi, que droga. - Fico preocupado com ele, deve estar sendo realmente exaustivo. - Queria poder fazer alguma coisa pra ajudar.

- Tá tudo bem Arthur, obrigado pela preocupação, eu só preciso de umas folgas e de dormir pra caralho, ai vou melhorar.

- Saquei. Mesmo assim, queria poder te animar um pouco. - Pensa Arthur, pensa. O que me deixa animado quando eu estou desanimado? Tocar, dormir, ver meus amigos, assistir seriados, comer... Já sei!!! - E se você viesse num rolê comigo? Hoje.

Dante dá um leve sorriso, parecendo desacreditado com a minha proposta, merda, será que ele vai recusar?

- Em um rolê? Hoje?

- Sim, sim, confia em mim, tudo que você precisa além de um bom cochilo é de um cacetinho do Letício. Sempre que eu fico desanimadinho, eu como um cacetinho e logo me animo. Sendo bem sincero, um cacetinho bem gostoso melhora até os dias mais fudidos, essa pancinha minha não é à toa não, os lanches do Letício são os melhores. - Dou dois tapinhas na minha barriga para dar mais ênfase aos meus argumentos super elaborados e olho pra ele. - E também, vai ser bom pra você espairecer. E aí, o que acha?

Seu sorriso evolui para uma pequena risada, o que me deixa meio nervoso (meio = com o uc trancado), não sei como reagir então só espero o "não".

- Certo, faz sentido, que horas então?

Calma, respira, ele aceitou?!?!?!?! Haja naturalmente, Arthur. - Ah, pode ser umas 19h, que tal? A gente come e fica de bobeira por aí. Ou sei lá, faz alguma coisa depois, não sei talvez... sei lá, a gente vê na hora.

- Aham, pode ser. Então, vamos continuar a aula?

- Ah, podemos terminar essa aula depois, e você tira o dia hoje pra descansar, que tal?

- Sério? - Aceno com a cabeça e vejo o alívio estampado em seu rosto. - Obrigado Arthur.

- Ah, não precisa agradecer.

Aquele com os DanthurWhere stories live. Discover now