arte da capa: @hellavagga
Boa leitura✨
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Pov. Dante
Ficamos mais um bom tempo curtindo as músicas, bebendo e jogando conversa fora com os amigos do Tristan. Eu não bebi muito, não sou muito fã de álcool, mas consegui me envolver em alguns assuntos da galera.
Até que foi divertido.
Por volta das 2h da manhã, chamo a Bea para irmos embora, já estava bem tarde e o bar estava menos lotado, era possível ver algumas pessoas sentadas nas mesas, algumas apagadas por conta da bebida e o aglomerado no palco estava menor.
Nos despedimos do grupo e saímos do Suvaco Seco. Queria ter me despedido do Arthur, mas ele ainda estava se apresentando. O baixinho é realmente bom no que faz, ele traz vida e emoção para as músicas.
Chegando em casa, me despeço rapidamente do Tristan e vou direto para o banheiro, consigo ouvir minha cama me chamando, estou exausto.
Depois de um banho relaxante, dou boa noite para a Bea e caio na cama, crente de que iria deitar e apagar. Mas não é isso que acontece.
Minha mente divaga pela noite de hoje, focando em apenas uma pessoa. Arthur. Porque o baixinho guitarrista me chamou tanta atenção? Porque não consegui desgrudar os olhos dele? Porque não paro de pensar em nossa curta interação?
Meus pensamentos se enchem de perguntas e mais perguntas, todas sobre o garoto dos bonitos olhos bicolores. Me sinto totalmente confuso, tentando responder esses questionamentos internos. Cansado de tanto pensar, acabo dormindo sem perceber.
Acordo destruído na manhã seguinte. Sinto como se um trator tivesse me esmagado, consequências da noite mal dormida.
Levanto da cama e tento me ajeitar de modo a ficar no mínimo apresentável, coloco uma roupa simples e vou para a cozinha fazer o café da manhã.
- Bom dia flor do dia. Tá bem? - Bea aparece na cozinha ainda de pijama e com o rosto amassado.
- Bom dia irmãzinha. Estou sim, você?
- Com bastante fome, mas bem!
- Senta aí, está quase pronto.
Faço um lanche rápido e comemos em silêncio, quando Bea faz menção de voltar ao quarto a pergunto:
- Vai abrir a floricultura hoje?
- Sim sim, por quê?
- Quer que eu te acompanhe? Hoje é minha folga e eu estou com tempo livre.
- Claro, só vou me trocar rapidão.
Um tempo depois pegamos a estrada rumo a Carpazinha Flores, a floricultura herdada pela minha irmã. Apesar de ser um local pequeno, é bastante aconchegante e bonito, Beatrice cuida das plantas e flores com extremo cuidado e atenção.
Não demoramos a chegar, já que a loja é relativamente perto de nossa casa. Observo Bea regar algumas mudas e organizar algumas coisas, aproveito o momento para sanar a dúvida que me ronda desde ontem e que, indiretamente, foi um dos motivos para eu acompanhá-la:
- Então Bea, de onde você conhece o Arthur mesmo?
- Arthur? O guitarrista?
- Isso, o que me ajudou ontem.
- Ele costumava vir comprar flores diariamente, vi ele algumas vezes quando nossa mãe ainda cuidava daqui. Quando voltou para Carpazinha ele veio aqui atrás de margaridas.
- Calma, quando ele "voltou"?
- Sim, ele passou um tempo em São Paulo, veio aqui alguns dias antes da apresentação no Sovaco Seco, foi assim que eu fiquei sabendo do show inclusive. Porquê?
- Por nada, só curiosidade.
- Aham, ok. - Bea me olha e dá um sorrisinho sugestivo, não sei se ela nota o meu aparente interesse no garoto, sinceramente espero que não, não conseguiria lidar com Beatrice e suas teorias nesse momento.
- Bea, nem vem. Ele me ajudou e eu não tive a chance de agradecer, é só isso. - Falo qualquer desculpa que me vem à mente, com a esperança de que ela esqueça o assunto.
- Então aproveita sua chance, porque ele tá vindo aí.
- QUE? - Bea aponta para a janela, ainda com o sorrisinho no rosto, me viro na velocidade da luz e vejo a silhueta de Arthur cada vez mais perto. Merda, merda, calma Dante, respira.
Tá tudo bem, é só agir normalmente.
- Bom dia Beatrice, Dante! - Arthur entra totalmente radiante na floricultura, com um visual mais simples do que o de ontem, mas ainda bonito.
- Bom dia! - Bea responde. Dou bom dia a ele também, mas, assim como ontem, minha voz sai extremamente baixa, quase inexistente. Me sinto patético
- Então Beatrice, eu gostaria de um buquê de margaridas, por favor. A fitinha pode ser verde?
- É pra já Arthur! - Bea se afasta do balcão e vai em direção a um vaso específico com várias flores brancas, cortando algumas e as organizando. Arthur se vira em minha direção e tenta iniciar um diálogo.
- Dante né? Eai, você curte rock?
- Ah, sim, eu gosto bastante, de quase todos os estilos em geral.
- Ah então você deve ter curtido o som ontem né, foi animal.
- Sim, foi muito divertido. Os seus solos de guitarra foram muito bons.
- Aaaah obrigado! Qualquer dia eu toco um pra você. Mas eai, o que você faz?
Conversamos um pouco sobre nossos trabalhos enquanto Bea monta o buquê dele, Arthur é um cara totalmente extrovertido e me faz rir diversas vezes.
- Aqui Arthur, ficou 35 conto. - Maninha termina de montar o pequeno buquê em uns 10 minutos. É um conjunto de margaridas bem cuidadas amarradas em um laço com uma grande fita verde, bem bonito.
- Obrigado Bea, toma aqui, tchau tchau gente. - O pequeno paga as flores e faz menção de sair, inconscientemente o puxo pelo braço e o chamo:
- Arthur, espera. - Que porra eu tô fazendo? Eu queria continuar conversando com ele por mais tempo, mas o impedir de ir já é exagero.
- Oi Dante, fala. - Ele me olha confuso.
- Ahn, você por acaso dá aulas de violão, guitarra, essas coisas? É que eu tenho um parado em casa, sabe...
- Olha, aulas eu não dou, mas eu posso te ensinar sim. Me passa seu número e marcamos direitinho.
Fico meio sem reação, nunca me interessei verdadeiramente por instrumentos musicais, eu nem ao menos tenho um violão, santo Rakin, aonde eu me meti? Trocamos os números de celular e ele vai embora. Assim que ele sai, ouço Bea totalmente surpresa:
- Desde quando você se interessa por violão?
- Sinceramente, nem eu sei. Vou indo irmãzinha, bom trabalho. - Dou um beijo em sua testa, saio dali e vou direto para o centro da cidade.
Me sinto um idiota por ter agido por impulso, porém, ao mesmo tempo sinto que as aulas valerão a pena só por estar em companhia do pequeno garoto.
Mas antes, preciso comprar um violão o mais rápido possível.
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Espero que tenham gostado✨
Peço desculpas pela demora.
Obrigado por ler♥️
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Aquele com os Danthur
FanfictionArthur é um guitarrista de uma banda, membro da gangue Gaudérios Abutres, que retornou a Carpazinha a pouco tempo. Dante é um médico formado, que se mudou a pouco tempo com sua irmã Beatrice, para sua cidade natal Carpazinha. Por ironia do destino o...
