✓ | PERSEPHONE ━ sylus.

͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏chapter ͏ ͏eleven ͏ ͏- ͏ ͏you're mine

Exalo um suspiro longo ao terminar. Meus dedos acariciam a superfície do anel de sombras em meu dedo anelar, tocando o rubi escarlate no centro. Era lindo, e feito especialmente para mim.

O som de passos se aproxima, e quando levanto o olhar, encontro Sylus parado à porta enquanto me observa. Percebo um brilho de aprovação ao notar o vestido vermelho que escolhi usar para o dia, porque combina com o rubi do meu anel e a cor de seus olhos.

— Está pronta, querida? — ele pergunta.

Seguro minha bolsa e dou um último olhar para o apartamento. Cada canto daquele lugar carrega lembranças de quanto me mudei para Linkon City — noites de estudo exaustivas, maratonas de séries com minhas amigas, as visitas do meu falecido irmão, Caleb. Foi ali que passei a maior parte da minha adolescência, mas estava na hora de virar a página.

Endireito a postura, ajeito o anel no dedo e sorrio levemente antes de responder:

— Sim, vamos.

Meus saltos ecoam pelo piso enquanto caminho até Sylus. Assim que chego perto, sua mão desliza para minha cintura, puxando-me para mais perto conforme andamos para o elevador até a entrada do prédio.

A brisa sopra suavemente contra meu rosto enquanto me acomodo no carro conversível. Ao meu lado, Sylus ajeita o óculos escuro no topo da cabeça antes de dar a partida. Ele parece de bom humor desde que dormimos juntos, mas não duvido que quando chegarmos na Zona N109 ele vai voltar a ser o líder implacável da Onychinus.

Um meio sorriso dança em seus lábios enquanto ajusta o volume do rádio, deixando uma melodia preencher o carro. Seu toque surge logo depois, seus dedos se entrelaçando aos meus, enquanto sua outra mão se mantém firme no volante, nos guiando pelas estradas de Linkon City.

— Amanhã nós vamos viajar para Atlantis — afirma Sylus, seus olhos focados na estrada enquanto a mão está segurando de forma firme na minha. — E eu sei de uma pessoa lá que pode saber quem atacou sua família no Distrito de Bloomshore.

A simples menção da catástrofe que aconteceu há alguns meses traz um peso ao meu peito. Mas não abaixo a cabeça, não deixo a tristeza me consumir. Em vez disso, aperto a mão de Sylus em um gesto silencioso de gratidão. Com sua ajuda, poderei obter as respostas que preciso, e fazer justiça.

À medida que seguimos viagem, a paisagem urbana começa a dar lugar a uma vista do litoral. O mar de uma linda cor azul surge no horizonte, pego meu celular na bolsa e tiro algumas fotos, capturando aquele momento.

Sylus me lança um olhar de canto, percebendo meu sorriso enquanto registro tudo. Ele continua a dirigir, contando seus planos para a semana em Atlantis: jantares românticos, compras extravagantes, hotéis de luxo... Ele pretende me mimar, e sei que não há como dissuadi-lo.

Após uma hora de viagem, finalmente chegamos à Zona N109. Diferente das partes organizadas e brilhantes de Linkon City, aqui o ambiente é mais sombrio. Mas a mansão de Sylus se destaca no meio disso tudo — um casarão imponente, de arquitetura gótica, rodeado por jardins exuberantes que contrastam com o restante do distrito.

Assim que o carro para na escadaria principal, duas figuras familiares nos aguardam, com sorrisos idênticos. Os gêmeos Luke e Kieran nos observam, seus olhares recaem sobre nossas mãos unidas e, principalmente, sobre o anel em meu dedo.

Kieran dá uma risada zombeteira. — Finalmente os pombinhos estão juntos.

Luke também solta uma risada curta, cruzando os braços. — A pele do chefe está tão radiante hoje... Conseguiu prender ele direitinho, Yelena.

Olho para Sylus, esperando sua reação com um sorriso. Como esperado, ele mantém sua expressão séria, sem ceder à provocação dos gêmeos. Seu jeito reservado e frio o impede de demonstrar abertamente suas emoções, especialmente na frente dos outros. Mas, para mim, é fácil perceber a faísca de orgulho em seu olhar.

— Tirem as caixas do carro e levem para o meu quarto — ordena, com um tom inquestionável. Os gêmeos obedecem sem reclamar, ainda trocando risadas cúmplices enquanto pegam minhas coisas.

Fico observando a mansão por alguns segundos, meu novo lar, e um sorriso surge no meu rosto ao lembrar da história que Sylus me contou.

Perséfone também deixou para trás tudo o que conhecia para seguir um novo caminho ao lado de Hades. E agora, de certa forma, eu entendia o que ela sentiu ao perceber que seu lugar era ao lado daquele que a compreendia por completo.

Sylus interrompe meus pensamentos ao entrelaçar seus dedos nos meus, segurando minha mão com firmeza. Damos o primeiro passo juntos, cruzando a entrada da mansão e, naquele instante, sei que não há mais volta.

Essa é minha nova vida. Ao lado dele.