͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏chapter ͏ ͏five ͏ ͏- ͏ ͏partners

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O OBJETIVO da minha missão era investigar a área e enviar informações atualizadas para a base do esquadrão, assim como outros Caçadores faziam em suas respectivas zonas.

A Capitã Jenna havia ordenado que todos priorizassem a própria segurança, com a instrução de evitar qualquer confronto desnecessário. Sua voz firme ecoava pelo comunicador preso ao meu ouvido enquanto eu me movia com cautela.

O ambiente da floresta ao meu redor era bem assustador. Árvores altas erguiam-se como sombras distorcidas contra o céu encoberto, seus galhos secos estalando suavemente com a brisa noturna. Placas estavam cravadas em uma cerca metálica corroída cercava a área, com fios de arame farpado entrelaçados, servindo como um lembrete de que eu não deveria estar ali.

Embora a missão fosse descrita como simples, o fato de estar na infame Zona Proibida de Caça nº 7 a tornava tudo, menos comum. Esse lugar carregava histórias de desaparecimentos inexplicáveis e assassinatos brutais causados por monstros.

Como está a Zona IV? — a voz da Capitã Jenna soou repentinamente no meu ouvido, cortando o silêncio.

— Estou aqui na entrada — respondi rapidamente, mantendo a voz baixa. Meu olhar continuava a varrer a escuridão à frente. — Mas meu parceiro não está aqui ainda.

Olhei para o bracelete preso no meu pulso. Já haviam se passado algumas horas desde que fomos designados a nos encontrar ali, e ainda não havia sinal dele.

O mais preocupante, no entanto, era que o sinal do comunicador começava a falhar, emitindo pequenos estalos e chiados intermitentes. Eu sabia que não podia continuar esperando ali, era hora de agir.

Com um suspiro, passei por baixo das fitas amarelas de alerta que balançavam com o vento. Assim que cruzei a barreira, minha mão foi direto ao coldre preso à minha cintura. Tirei a arma com cuidado, sentindo o peso familiar em minha mão.

Apontei-a para frente, mantendo os braços firmes enquanto avançava com passos lentos e silenciosos, cada movimento calculado para não atrair atenção.

A floresta parecia se fechar ao meu redor enquanto eu me aprofundava nela. De repente, um som quebrou o silêncio — um farfalhar rápido entre as árvores, vindo da minha esquerda. Meu coração disparou, e meus músculos se tensionaram automaticamente. O som não era natural. Não era o vento.

Wanderers. Eu tinha certeza.

Sem hesitar, avancei na direção do som, movendo-me com a maior discrição possível. Cada passo era silencioso, mas o solo irregular e coberto de folhas secas tornava impossível não fazer algum ruído. Me aproximei de uma grande pedra coberta de musgo, o local perfeito para me esconder e observar sem ser vista.

Abaixei-me rapidamente atrás da rocha, o coração ainda batendo forte no peito. Respirei fundo, tentando acalmar os nervos, enquanto espiava cuidadosamente por cima da pedra para ver o que estava acontecendo.

Alguns metros à minha frente, um monstro emergiu das sombras, sua forma quase indistinguível da escuridão ao redor.

Era como se a própria noite tivesse ganhado vida. O corpo da criatura parecia feito de pura sombra, denso e fluido ao mesmo tempo, mas o que mais chamava atenção eram seus olhos — duas orbes azuis e brilhantes, lançando um olhar ameaçador e faminto.

A criatura, um Wanderer colossal, pairava sobre um homem loiro. Eu sabia que enfrentar aquilo de frente significava uma sentença de morte. Nenhuma arma convencional seria capaz de derrubá-lo.

O homem, no entanto, parecia não ter medo. Com um movimento decidido, ele estendeu o braço na direção do monstro.

Sua mão começou a brilhar com uma luz intensa, quase ofuscante. A energia que emanava crescia rapidamente, até culminar em uma explosão poderosa que rasgou o silêncio da floresta.

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