NA MANHÃ seguinte, a Associação de Caçadores marcou meu encontro com Thomas: o dono da galeria Flux Arts e também o agente do artista renomado, Rafayel.
Depois de estacionar minha moto na rua próxima à galeria, ando pela tranquila calçada do distrito comercial, com o olhar fixo no edifício branco que se ergue em minha frente. Verifico mais uma vez as informações da missão contidas no meu bracelete, lembrando que a Flux Arts ficava no andar mais alto do prédio.
O elevador chega rapidamente até a cobertura do edifício, e um recepcionista me aguarda na entrada da galeria, com um sorriso amigável.
- Sinto muito, Thomas está lidando com uma emergência agora - diz o homem, depois que me apresento e digo quem estou procurando. - Se você não estiver com pressa, ele disse que você pode passear pela exposição enquanto espera.
- Muito obrigada - agradeço, com um leve aceno. Depois de me entregar um guia informativo da galeria de artes e todas as rotas para chegar em cada uma das obras, o funcionário sai rapidamente, me deixando sozinha naquele lugar tão silencioso.
Admiro todos os elementos da exposição enquanto caminho lentamente entre os corredores e colunas brancas, as luzes do teto emitiam uma aura suave sobre as belas telas. Quanto mais ando, mais vazio e solitário fica este lugar.
Relembrando o objetivo da minha missão aqui, noto que não parece ter nenhuma flutuação de energia, nada de Metaflux ou resíduos brilhantes pelo ar. Subitamente, um escondido holofote ilumina uma grande pintura que ocupa metade da parede.
À medida que me aproximo dela, posso ver cada tom de pincelada azul delicadamente feita — as diferentes camadas que representam o mar. - Isso é... - sussurro, maravilhada.
- O Dia do Refluxo - completa uma voz masculina que ecoa pela exposição, parecendo familiar. Olho em volta, surpresa, mas o salão continua vazio.
- Todos os anos há um dia em que as marés vão contra as correntes oceânicas. E usando isso na noite, as criaturas do fundo do mar são levadas para a costa - ele continua falando, mas ainda não sei a identidade de quem está por detrás daquela voz. - Algumas são obcecadas pelo mundo fora do oceano, desejando o seu calor. Elas esperam pelo nascer do sol antes de retornar, tudo apenas por um sol que elas nunca viram antes...
- Quem é você? - pergunto, e a pessoa para de falar.
Segundos se transformam em minutos antes que ele responda em um tom relaxado. - Ei, eu sou o Rafayel. E esta é a minha exposição de arte.
O salão ficou em silêncio mais uma vez. O projetor de holograma no teto emitiu um brilho suave como se refletisse partículas fracas no ar, e entendo que não é realmente o pintor que está falando, mas sim uma representação artificial.
- Sou a personificação dos pensamentos de Rafayel - ele revela, e enfim percebo que há pequenos alto-falantes no canto da sala, imperceptíveis para a maioria dos visitantes. - Mais ou menos.
- Você vai responder qualquer pergunta que eu fizer sobre as pinturas?
- Sim, com certeza. Se eu souber a resposta, claro.
- Eu apreciaria se você pudesse me mostrar o local.
Depois de virar alguns corredores, me encontro em uma sala de exposição separada, segurando o guia em minhas mãos para me localizar. Mas não há nada na parede. De acordo com o folhetim, a pintura que deveria estar aqui é a que Raymond comprou.
Um feixe de luz brilha de cima para a parede, sendo uma tecnologia sofisticada de holograma. As cores se misturam caoticamente nesta tela improvisada. Surgem ondas com espuma branca, o oceano azul ondulando no horizonte e revelando um gradiente de cores desde a superfície até as profundezas da água.
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✓ | PERSEPHONE ━ sylus.
FanfictionYelena Thorn faz parte da pequena parcela da população que possui um poder especial, também conhecido como Evol. Em 2034, a humanidade recebeu sua primeira mensagem do Espaço Profundo, uma transmissão que despertou a curiosidade pela exploração espa...
