✓ | PERSEPHONE ━ sylus.

͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏chapter ͏ ͏eleven ͏ ͏- ͏ ͏you're mine

Me encontro deitada sob ele, meu corpo moldado ao colchão, e tudo o que vejo é Sylus acima de mim, sua silhueta gloriosa contra a luz suave da manhã. Seus olhos brilham com uma malícia encantadora, e o sorriso em seus lábios me faz prender a respiração.

Ele apoia os braços em cada lado da minha cabeça, prendendo-me entre eles, e seu olhar desliza lentamente pelo meu rosto, como se saboreasse cada reação minha.

Meu coração martela dentro do peito quando sua boca se inclina ligeiramente, seu hálito quente acariciando meus lábios enquanto nos beijamos de novo.

[...]

EU OBSERVO Sylus sair do apartamento e andar até o elevador, enquanto ele carrega minhas caixas de itens pessoais para o carro com facilidade, como se fossem leves demais para lhe causar esforço.

É como se, enfim, minha vida tivesse encontrado seu rumo.

Depois de um dia inteiro trancados no quarto, entregues um ao outro, saciando todos os desejos que nos consumiam, havíamos saído apenas para comer durante a tarde. Foi no dia seguinte que tivemos uma conversa mais séria sobre o futuro.

Horas se passaram enquanto estávamos jogados no meu sofá, dividindo cookies e outros doces caseiros que Sylus havia preparado com um talento surpreendente. Até que chegamos a uma decisão: eu iria me mudar para a mansão dele, na Zona N109.

Era uma escolha óbvia. O lugar era mais espaçoso, imponente, e carregava aquele estilo gótico que sempre me fascinou. Havia algo de majestoso na arquitetura antiga, nos vitrais sombrios e nos corredores silenciosos, mas o que realmente me conquistava era o jardim. Uma extensão vasta e cheia de potencial, esperando para ser preenchida com todas as flores que eu quisesse cultivar.

Sylus ouvia atentamente enquanto eu falava sobre minhas ideias para nossa casa e alguns desejos que eu queria realizar, então ele garantiu que qualquer coisa que eu pedisse nesse mundo seria minha. Mais do que os luxos que ele insistia em me oferecer, a parte mais importante daquela conversa foi sobre meu trabalho. Eu deixaria a Associação dos Caçadores.

Não fazia mais sentido estar atrelada a uma instituição que sempre me limitou. Mas isso não significava que eu deixaria de caçar Wanderers ou de proteger os mais necessitados. Eu sempre fui movida pelo desejo de ajudar aqueles que não tinham forças para lutar sozinhos. E, de forma inesperada, Sylus prometeu me ajudar com isso.

A sala está silenciosa e parece um tanto vazia depois que tirei a maioria da decoração. Olho para as cartas espalhadas na mesa, que passei horas escrevendo naquela manhã, e deixaria ali onde o corretor entregaria para as respectivas pessoas.

Para Tara e Jenna, colegas de trabalho que se tornaram parte da minha jornada na Associação dos Caçadores, deixei mensagens formais, mas sinceras. Sempre tive respeito por eles, e sabia que, apesar de tudo, sentiria falta de nossa rotina.

Mas algumas cartas eram mais difíceis de escrever. A de Zayne, por exemplo. Meu antigo vizinho, meu melhor amigo de infância, que esteve presente na maior parte da minha vida.

Fiz questão de garantir que continuaríamos mantendo contato mesmo com a minha mudança e de prometer que me cuidaria. Eu o conhecia bem o suficiente para saber que ele provavelmente ficaria preocupado, mesmo que não demonstrasse.

Havia também Rafayel, que eu havia prometido ser sua guarda-costas, o que só funcionou por alguns dias. Deixei elogios sinceros sobre seu talento, e disse que admirava todas as suas pinturas e que ele jamais deveria abandonar essa parte de si. Também acrescentei, é claro, um lembrete para tentar ser mais amigável.

Por fim, Xavier. Meu colega de trabalho e parceiro de missões por algumas semanas, mas que foram o suficiente para conhecer esse homem de coração puro. Deixei um desejo sincero de que encontrasse uma nova parceira para acompanhá-lo e que tivesse paciência para lidar com seus desaparecimentos frequentes.