✓ | PERSEPHONE ━ sylus.

͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏chapter ͏ ͏eleven ͏ ͏- ͏ ͏you're mine

Ele desliza o anel pelo meu dedo com cuidado, Sylus leva minha mão aos lábios e deposita beijos lentos em cada um dos meus dedos. Eu sorrio com suas palavras e, em um movimento ágil, subo em cima dele, me deitando sobre seu peito. O calor do seu corpo me envolve por completo, e meu olhar percorre a pele pálida marcada pelas minhas unhas.

Sylus observa meus olhos analisando suas marcas, e um sorriso divertido surge em seus lábios. Suas mãos deslizam suavemente por minhas curvas, como se lembrasse cada detalhe da madrugada.

— Certos animais fofos precisam deixar uma marca de maneiras chamativas para mostrar o quão importantes eles são — ele murmura, seu tom carregado de provocação.

Levanto o rosto para encará-lo, meus dedos voltam a deslizar lentamente por seu peito, e vejo quando seus olhos escurecem de desejo. Então, pressiono um pouco mais minhas unhas contra sua pele, sentindo os músculos abaixo delas se retesarem.

Um grunhido rouco escapa de seus lábios, e eu sorrio, satisfeita com a reação. — Me diz — sussurro contra sua pele. — A maneira como eu marco meu território é eficaz?

A forma como seus olhos me encaram me diz tudo o que eu preciso saber. O quarto ainda está envolto na penumbra suave da manhã, e a única coisa que me prende à realidade é a presença de Sylus. O calor do seu corpo, o som da sua respiração, o brilho selvagem em seus olhos carmesim.

Toco seus lábios, traçando o contorno com delicadeza, e Sylus aproveita a oportunidade para tentar mordiscar meus dedos. Seu olhar divertido me faz rir, e um calor gostoso se espalha pelo meu peito. Meus dedos deslizam para suas bochechas, segurando seu rosto entre minhas mãos.

— É uma obra de arte. Quem criou isso deve ser um verdadeiro mestre em seu ofício — sussurro, olhando para ele com admiração.

Cada detalhe seu é perfeito. O maxilar marcado, o nariz reto, a pele pálida que contrasta com os cabelos prateados, tão brilhantes quanto a luz do luar. Seus lábios têm um tom rosado que me tenta, suas sobrancelhas são bem desenhadas, mas são seus olhos que mais me fascinam.

Vermelhos e perigosos como um lago de sangue profundo.  Se eu não fosse cuidadosa, poderia me perder neles para sempre.

Sylus sorri ao ouvir minhas palavras, um brilho de satisfação atravessando suas feições. — É mesmo? Certamente a artista gosta de sua magnum opus?

— É claro.

Ele ergue a mão e espelha meu gesto, tocando meu rosto com a ponta dos dedos. Seus olhos estudam cada detalhe meu, como se quisesse memorizá-los.

— Se você também fosse uma obra de arte, então quem te criou deve ter te amado muito — ele sussurra, olhando intensamente para mim. — De que outra forma cada expressão sua poderia ser tão encantadora?

Rio suavemente para disfarçar a emoção que ameaça transbordar, e finalmente descanso meu corpo contra o dele, sentindo sua pele quente sob a minha. Os braços de Sylus me envolvem com força, possessivos, como se não quisesse nunca me soltar.

Encaixo meu rosto na curva do seu pescoço e fecho os olhos, aproveitando a segurança do seu abraço. — Eu queria que isso durasse para sempre. Acordar do seu lado todos os dias é como a realização de um sonho.

— Nós estamos namorando agora? — ele pergunta, e sua voz ressoa pelo meu corpo enquanto meu peito se move junto ao dele. — Devo comprar rosas para você?

Sorrio sem abrir os olhos. — Narcisos — corrijo. — São os meus favoritos.

Ele solta uma risada baixa, deslizando os dedos pela minha cintura. — Narcisos, romãs, corvos... Acho que você está levando aquela mitologia muito a sério — comenta, e antes que eu possa responder, Sylus inverte nossas posições em um movimento rápido.