✓ | PERSEPHONE ━ sylus.

͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏chapter ͏ ͏eight ͏ ͏- ͏ ͏aether core

- Me recuse o quanto quiser - ele sussurrou, sua mão ainda segurando a minha com firmeza, enquanto a outra se deslizava pelas minhas costas, guiando meus passos com confiança. O som da música encheu o espaço ao nosso redor, mas a única coisa que eu podia ouvir com clareza era o ritmo acelerado do meu próprio coração.

Sylus me guia com habilidade, seus braços mantêm meu corpo próximo ao dele, e ele projeta suas sombras ao nosso redor, criando uma barreira invisível que afasta os olhares curiosos. Quando olho para cima, tudo o que vejo são seus olhos vermelhos intensos, como duas poças de sangue sob a luz suave, perigosamente cativantes.

— Yelena, você precisa ser mais inteligente se quiser se vingar de mim — ele murmura, e antes que eu possa reagir, me gira com elegância, fazendo meu vestido rodopiar.

Eu tento manter minha compostura, mas acabo pisando no pé dele. Coro, sem jeito, tirando o salto de cima do sapato dele.

— Desculpa, eu não estou acostumada com esse tipo de evento social — admito, e um brilho divertido cruzar seu olhar. Seus lábios se curvam levemente, mas ele apenas dá de ombros, como se não tivesse importância. — Você realmente conseguiu informações sobre o Núcleo de Éter?

— Você pode escolher não acreditar em mim.

Então, o caos explode.

Uma explosão ensurdecedora abafa os gritos e a música que se seguem. O teto do salão treme, vidros se estilhaçam e o calor da detonação se espalha. Sylus segura minha mão com mais força, e minha mente trabalha rápido, analisando a situação. O ar vibra com a energia instável, um brilho azul estranho atravessa a fumaça e sinto um arrepio.

— O Metaflux está aumentando rapidamente e tem mais de um Wanderer... Cuidado!

Antes que Sylus possa reagir, tiro minha arma debaixo do vestido e disparo contra uma criatura sombria que se move na direção dele. O monstro se despedaça no ar antes de poder atacá-lo.

— Quanto tempo você acha que vai durar com essa arma desatualizada? — percebo seu tom carregado de desdém. Antes que eu possa responder, ele me joga outra arma. O design é sofisticado, mais leve e visivelmente avançado. Eu a seguro com firmeza, sentindo a potência do equipamento.

Não temos tempo para mais conversa. Os Wanderers emergem das sombras do salão, Sylus e eu nos movemos com sincronia, ele conjura a escuridão enquanto eu disparo com precisão. A batalha se segue durante alguns minutos, e fico surpresa com a minha habilidade em lutar usando um vestido tão longo e colado.

O último Wanderer cai, dissolvendo-se no ar. Meu olhar percorre o salão destruído até encontrar um capanga encolhido contra os destroços. Ele treme, olhos arregalados de pavor. Sem hesitar, corro até o homem e pressiono o cano da minha arma contra a parte de trás da cabeça dele.

— Você ainda não ganhou! — ele grita, a voz carregada de desespero. — Ainda temos outro plano, algo que nem mesmo o Sylus-

Ele não termina a frase. Uma névoa negro-avermelhada o lança brutalmente contra um pilar quebrado. Seu grito se desfaz quando ele desaba no chão, inconsciente.

Sylus se aproxima lentamente. Ele limpa com calma um vestígio de sangue que manchou seu rosto e as sombras desaparecem de suas mãos. Eu o encaro, meu peito subindo e descendo com a adrenalina ainda pulsando.

Apesar do local ter sido limpo da presença dos Wanderers, fortes flutuações de energia se manifestam acima de nós, fazendo o chão tremer. A vibração reverbera pelos destroços espalhados, fazendo estilhaços de vidro tilintarem sobre o piso de mármore.

- Vamos - Sylus agarra meu pulso com firmeza e começa a andar rapidamente, guiando-me pelos escombros sem hesitação.

Passamos por corpos caídos, uma sensação estranha se forma em meu peito. Meu coração aperta ao ver os rostos, mas não há tempo para lamentar. Respiro fundo e sigo Sylus, forçando-me a manter a mente focada.