✓ | PERSEPHONE ━ sylus.

͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏chapter ͏ ͏eight ͏ ͏- ͏ ͏aether core

Um pequeno sorriso puxa o canto dos meus lábios. — Concentre-se em você primeiro.

Logo aceito o braço que ele estende pata mim, e meus dedos se fecham em torno de seu antebraço firme. A satisfação em seu rosto é quase imperceptível, mas eu noto. Caminhamos juntos pelo corredor, e por um instante, meus olhos se prendem às nossas sombras unidas no chão. Elas se encaixam de maneira quase perfeita.

Quando chegamos ao salão principal, há um teto abobadado e candelabros que espalham uma luz suave e dourada. Garçons circulam silenciosamente, equilibrando bandejas com taças de cristal e petiscos preparados. Há um burburinho entre os convidados, todos imersos na avaliação dos produtos expostos. Protocores modificados estão dispostos em redomas cilíndricas espalhadas pelo salão, brilhando sob algumas luzes. Desvio o olhar para Sylus e sussurro:

— Você tem certeza que eles vão morder a isca?

Ele continua andando sem me encarar. — Vai depender da sua performance.

Antes que eu possa retrucar, um homem com trajes formais se aproxima. Ele segura um tablet e faz uma reverência leve ao se dirigir a Sylus. — Senhor, estávamos esperando por você.

Sylus apenas assente. Seus dedos deslizam até o bolso do smoking, de onde ele retira um pequeno fone auricular escuro. Ele o encaixa cuidadosamente em minha orelha.

— Eu suponho que você já saiba agir como uma boa isca — ele murmura, a voz baixa e próxima o suficiente para que um arrepio percorra minha nuca. Então, antes que eu possa responder, ele me entrega um cartão de crédito preto e se afasta junto com o recepcionista.

Agora sozinha, deixo meus olhos vagarem pelos produtos em exposição. Os fragmentos dos Protocores capturam minha atenção, cada um valendo pequenas fortunas. Analiso os preços listados e suspiro baixinho, o valor que está sendo negociado aqui poderia sustentar uma cidade inteira por meses.

Um dos atendentes do evento se aproxima de mim. — Alguma coisa chamou sua atenção, senhorita? Existem outros ainda melhores daquele lado.

Dou uma olhada rápida ao redor antes de responder, minha voz carregando um toque de desdém. — As coisas que você tem são bem medíocres.

Deslizo meus dedos pelo cartão em minhas mãos, pesando minhas opções. Então, aperto o fone em meu ouvido, estabelecendo contato com Sylus. — Está tudo bem se eu comprar alguns itens com o seu cartão, né?

A resposta vem de imediato, carregada da impaciência característica dele. — Não me incomode com assuntos tão banais.

Meu olhar volta para o Protocore brilhante à minha frente, e um sorriso se forma em meus lábios. — Eu vou levar este por um milhão. Por favor, embrulhe para mim.

O atendente começa a digitar os detalhes no tablet, mas antes que finalize a compra, a voz de Sylus invade meu ouvido novamente.

— Cinco milhões — ele corrige. — Sua oferta fará as pessoas pensarem que estou falido. Eu não iria querer isso, querida.

Meu sorriso se alarga. Ah, então ele se importa com sua reputação? Isso só me dá mais vontade de me divertir um pouco. Olho para o homem à minha frente, depois para o salão inteiro, e então abro os braços em um gesto exagerado.

— Eu mudei de ideia. Esses são todos os Protocores que você tem? — declaro alto o suficiente para chamar atenção. — Eu vou comprar tudo!

Há um breve momento de silêncio antes que o murmúrio retorne ao ambiente. Alguns olhares curiosos se voltam para mim, avaliando minha súbita exibição de poder.