͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏chapter ͏ ͏seven ͏ ͏- ͏ ͏midnight stealth

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Luke exibe um livro como se fosse um artefato sagrado e começa a ler em voz alta. Curiosa, me aproximo e olho para o título na capa desgastada: Humanidade e Conquista.

— “Algumas pessoas ficam entediadas quando têm tudo. Portanto, apenas aqueles que ousam desafiar sua autoridade podem despertar seu interesse.”

— Ataque quando ele estiver desprevenido — Kieran joga algo sobre a mesa em minha direção. Uma pistola rosa desliza sobre a superfície de madeira polida, seguida por um par de algemas. Meus olhos se estreitam.

Luke assente, animado. — O chefe fica menos cauteloso quando está dormindo.

Kieran faz um gesto exagerado com as mãos, como se encenasse um plano infalível. — Você só tem um tiro. Não desperdice essa chance, apenas faça!

Três horas depois disso, a mansão estava mergulhada em um silêncio quase absoluto, com o livro Humanidade e Conquista ainda fresco na mente e as armas preparadas, invadi o quarto de Sylus mais uma vez.

Meu olhar pousou nele, deitado na cama, parecendo mais tranquilo do que eu já o vira antes. Seu peito subia e descia em um ritmo constante, e a maneira como a luz tremulava sobre suas feições o fazia parecer quase inofensivo. Uma risada baixa escapou de meus lábios enquanto me aproximava, as algemas em mãos.

"Isso é o que você ganha por todas as coisas terríveis que faz!", penso. Com cuidado, deslizei uma das algemas em seu pulso esquerdo e a prendi na cabeceira de metal.

Minha mão deslizou pelo tecido de seu roupão, em busca do broche que ele insistia em manter escondido. Meus dedos tocaram a seda quente, sentindo o contorno de algo duro em um dos bolsos internos. Foi então que uma mão forte se fechou ao redor do meu pulso.

Minha respiração parou. O calor da pele dele queimava contra a minha, e quando levantei o olhar, Sylus já estava desperto, os olhos vermelhos brilhando em divertimento.

— Aparecendo a esta hora sem ser convidada — sua voz rouca cortou o silêncio, arrastada pelo sono recém-disperso. — Quer que eu lhe conte uma história para dormir?

Apertei os lábios, ignorando o arrepio que subiu por minha espinha. — Você é quem deveria descobrir o que está acontecendo aqui — zombei, inclinando o queixo para as algemas que prendiam sua mão esquerda. — Elas anulam o Evol de uma pessoa por uma hora. Não importa o quão poderoso você seja, está indefeso neste momento.

Sylus arqueou uma sobrancelha, seu olhar avaliando a situação com calma, como se realmente estivesse considerando minhas palavras. — Verdade? Então, o que você planeja fazer já que eu me tornei sua presa?

Mantive a expressão firme. — Onde está o broche?

Em vez de responder, Sylus esboçou um sorriso preguiçoso e fez um gesto amplo pelo próprio corpo.

Fique à vontade, gatinha.

Meu rosto esquentou levemente, mas me forcei a ignorá-lo e continuei minha busca. Minhas mãos exploraram o tecido, mas minha mente insistia em registrar detalhes desnecessários — como o calor da pele sob o roupão entreaberto, o cheiro de amadeirado que se agarrava a ele, a maneira como sua respiração mantinha um ritmo tranquilo, mesmo em uma situação desfavorável.

— Desde o começo, você me prendeu aqui, me forçou a entrar em ressonância com você e até disse que somos “iguais” — murmurei, sentindo seu olhar pesado sobre mim. — Ninguém trataria um estranho assim, então... Não me diga que você gosta de mim. Isso é tudo para chamar minha atenção?

Sylus soltou uma risada baixa, carregada de sarcasmo. — Claramente você leu muitos contos de fadas. A minha resposta importa?

Minha mão finalmente encontrou o broche.
Com um puxão rápido, retirei o objeto de seu esconderijo. — Agora não é nada importante — murmurei, admirando a peça e seu rubi principal. — Eu ganhei!

Mas minha celebração foi curta. As algemas foram quebradas com a ajuda das sombras, e num movimento ágil, Sylus inverteu nossas posições.

Solto um grito surpreso quando meu corpo bateu contra o colchão macio, os pulsos presos acima da cabeça por uma mão firme. Sylus pairava sobre mim, ele inclinou o rosto para perto, os olhos carregados de uma emoção que eu não soube decifrar.

Tão impetuosa... — sussurrou ele. Seus dedos deslizaram pelo meu braço até minha mão, onde o broche brilhava. Ele o tomou de volta com facilidade, arrancando um suspiro frustrado de mim.

Mas, para minha surpresa, Sylus não o guardou para si. Com um movimento cuidadoso, ele deslizou o broche entre os tecidos de minha blusa, prendendo-o ali.

— Não perca este broche — ele murmurou, afastando-se de cima de mim e sentando-se na beira da cama. Seu olhar encontrou o meu, sério e definitivo. — Isso prova que você tem permissão para entrar e sair da Zona N109 quando quiser.

Seus olhos vermelhos me observaram, e por um momento, eu imaginei como eles pareceriam se estivesse apaixonado.

✓ | PERSEPHONE ━ sylus.Where stories live. Discover now