Eu avanço, tentando agarrá-lo de surpresa, mas Sylus reage mais rápido. O broche logo desaparece de sua mão em um piscar de olhos.
— Agora, use seus próprios métodos.
[...]
CAMINHO PELO corredor luxuoso de forma bem silenciosa, deslizando os dedos pela parede fria, sentindo a textura do papel de parede escuro e refinado. Quando alcanço a porta do quarto de Sylus, empurro-a devagar.
O som do chuveiro ecoa pelo cômodo espaçoso, e uma névoa quente escapa pela fresta da porta do banheiro. Ele ainda está lá dentro, o que significa que tenho alguns minutos para agir. Me movo com precisão, deslizando até a grande cama de lençóis escuros e começando a vasculhar.
A mesinha de cabeceira contém apenas um relógio e um livro de capa dura, que folheio rapidamente antes de fechá-lo de volta em silêncio. Meus olhos varrem o cômodo, que segue a mesma paleta de cores e estilo do resto da casa: preto e vermelho, o que aparentemente são as cores favoritas de Sylus.
Vejo uma camisa social dobrada sobre a cama e rapidamente deslizo a mão pelos bolsos, mas não encontro nada. Cerro os dentes, frustrada. Já procurei por quase todos os lugares óbvios, então onde mais ele poderia ter escondido o broche?
Meus olhos se deslocam pelo quarto até encontrar Mephisto, o corvo empoleirado em um suporte de casacos no canto. — Me fala. Você comeu? — murmuro, estreitando os olhos para a ave.
O corvo inclina ligeiramente a cabeça, como se entendesse minha acusação. Aproximo-me dele e estendo a mão, Mephisto bate as asas, mas antes que possa voar, fecho os dedos ao redor de seu corpo leve, sentindo suas penas macias.
— Sim ou não? — balanço o corvo, esperando uma resposta que nunca virá. Antes que eu possa continuar meu interrogatório, o som do chuveiro cessa abruptamente. Meus olhos se arregalam. Sylus terminou o banho, o que significa que a qualquer momento ele sairá.
Coloco Mephisto de volta em seu suporte e corro para trás do sofá de couro vermelho, agachando-me nas sombras. A porta do banheiro se abre, e Sylus sai envolto apenas em uma pequena toalha presa frouxamente ao redor da cintura. Meu coração martela no peito.
Seus cabelos prateados ainda estão úmidos, fios molhados deslizando por sua pele pálida. Gotas de água escorrem por sua clavícula antes de deslizarem lentamente pelos músculos bem definidos do peito e do abdômen, desaparecendo na toalha que cobre sua cintura. Os músculos dos braços e ombros se contraem levemente quando ele passa a mão pelos cabelos, e suas costas largas me fazem prender a respiração.
"Foque no broche!", repreendo a mim mesma, forçando-me a desviar o olhar. Antes que eu possa planejar uma fuga, o telefone fixo ao lado do sofá começa a tocar. Sylus caminha calmamente até o aparelho, ele pressiona um botão e encosta o telefone no ouvido.
— Sr. Sylus, encontramos uma lista de todos os participantes daquela noite — informa uma voz masculina do outro lado da linha.
Ele suspira e desliza uma mão pelos cabelos, parecendo pensar em algo. — Sobre aquela noite...
Aproveito a distração para me mover lentamente, tentando rastejar até a saída antes de ser pega. Meus movimentos são cuidadosos, mas, no momento em que me arrasto pelo chão, sinto algo tocar o topo da minha cabeça, e congelo com a carícia feita em meus cabelos.
Olho para cima, meu estômago afundando ao encontrar os olhos escarlates de Sylus fixos em mim. Ele exibe um sorriso carregado de malícia. — Não é nada — diz ele ao telefone, sem desviar o olhar. — Apenas um gato perdido que invadiu meu quarto por acaso.
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✓ | PERSEPHONE ━ sylus.
FanfictionYelena Thorn faz parte da pequena parcela da população que possui um poder especial, também conhecido como Evol. Em 2034, a humanidade recebeu sua primeira mensagem do Espaço Profundo, uma transmissão que despertou a curiosidade pela exploração espa...
͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏chapter ͏ ͏seven ͏ ͏- ͏ ͏midnight stealth
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