͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏chapter ͏ ͏seven ͏ ͏- ͏ ͏midnight stealth

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— Eles também devem estar atrás do Núcleo de Éter no meu corpo. De certa forma, o seu conflito me envolve.

Sob a luz fraca, Sylus ergue os olhos para mim, e por um breve instante, vejo algo diferente ali. Um olhar surpreendentemente gentil. O silêncio se instala entre nós, limpo a garganta e falo em um tom mais leve. — Quando nos conhecemos, você disse que éramos iguais. Você provavelmente tem um Núcleo de Éter dentro de você. O meu está no coração, e o seu… Está no seu olho?

Sylus não responde de imediato, apenas desliza os dedos sobre a superfície lisa da mesa. Ele para de mover as mãos por um momento e me encara com uma expressão completamente vazia, oposta à suavidade anterior. — Ele me ajuda a ver o que as pessoas mais querem. Expõe os desejos que eles se recusam a admitir.

Meus pensamentos se embaralham com as visões caóticas que tive por causa dele. Sem perceber, meus olhos buscam os dele mais uma vez, como se tentassem decifrar os segredos que se escondem ali.

"Devore..."

Aquela voz surge no fundo da minha mente, sussurrando como um desejo proibido que queima pela minha alma. Minha cabeça lateja na mesma hora. Levo uma mão à testa, pressionando contra a dor, e quando percebo, o rosto de Sylus está a um sopro de distância do meu.

Meus dedos se movem antes que eu possa impedir, e minha mão envolve seu rosto com cuidado. Pressiono suavemente a área ao redor do olho dele, sinto a leveza de seus cílios roçando minha pele, um toque inesperadamente delicado.

Você enlouqueceu? — a voz grave e profunda de Sylus quebra o silêncio.

Seu rosto se aproxima mais, sua respiração quente roçando minha pele, provocando um arrepio que percorre meu corpo sem permissão.

— Me desculpa. Eu só queria olhar o seu Núcleo de Éter mais de perto — murmuro, minha voz quase um sussurro. Eu achei que ele iria me afastar, mas Sylus permanece imóvel. A intensidade de seu olhar me faz engolir em seco.

— Você gosta quando as pessoas fazem isso...? Você quer tentar ressoar comigo de novo? — pergunto. Sem esperar sua resposta, pego sua mão novamente.

Um arrepio percorre o corpo dele, sutil, mas perceptível. Como se meu toque tivesse provocado uma reação involuntária.

"Ele é bom em lutar. Ele é bom em lutar. Ele é bom em lutar", penso, enquanto o observo. "Ele é bonito. Ele é bonito. Ele é bonito…"

— Eu consigo ouvir você falando — afirma Sylus, um sorriso leve se formando no canto de seus lábios.

Minha boca se entreabre em surpresa, mas rapidamente disfarço. — Aproveite — digo, elevando o queixo. — Essa é uma das duas coisas boas que eu consigo pensar sobre você.

Olho para nossas mãos ainda entrelaçadas, tentando perceber alguma mudança. Mas nada acontece, nossa ressonância não pode ser forçada.

Reorganizo meus pensamentos e suavizo o tom. — Você já sabe que eu entrei na Zona N109 para pegar o Núcleo de Éter que está no leilão. Me ajude a pegar o que quero e garanta minha segurança para fora daqui.

Sylus solta uma risada baixa, zombeteira.
— É quase como se seu rosto estivesse dizendo que você está me fazendo um grande favor.

— Eu não sei por que você insiste em entrar em ressonância comigo, mas enquanto estiver disposto a me ajudar, eu te ajudarei.

— Isso não é o suficiente.

— Devo implorar, então?

— Ou podemos fazer isso — Sylus solta minhas mãos e saca um broche de corvo cravejado de rubis do bolso. — Se você conseguir tirar isso de mim dentro de vinte e quatro horas, eu concordarei com seus termos.

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