͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏chapter ͏ ͏seven ͏ ͏- ͏ ͏midnight stealth

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Sylus observa a cena sem expressão, antes de se virar para mim. — Vamos, Yelena.

Sem hesitação, sigo seus passos. A moto corta a estrada encharcada de chuva, os faróis iluminando o asfalto molhado. O vento gelado chicoteia meu rosto enquanto nos afastamos da cidade. Quando finalmente chegamos à casa de Sylus, ele me guia para dentro sem dizer uma palavra e me deixa sozinha em uma sala.

O silêncio é interrompido por um grasnido agudo. O corvo bate suas asas antes de pousar em minha frente, sustentando-se com dificuldade, ele abre o bico e solta um grito estridente. Aproximo-me dele, examinando-o com cuidado até notar o problema. — Você quebrou sua asa? Eu acho que não é à prova de balas...

Caw... — ele grasna, sua voz carregada de melancolia. Como se quisesse expressar todas as suas queixas, ele grita novamente, o som áspero como metal sendo raspado.

— O que aconteceu? — pergunta Sylus, entrando na sala com uma taça de vinho nas mãos. Seus olhos passam por meu rosto antes de pousarem no corvo, que agora se aninha em meus braços como um bebê.

Balanço a cabeça com pesar. — Ele está dizendo que ficou deficiente.

Sylus arqueia uma sobrancelha, zombeteiro com a situação. — Você aprendeu a falar a língua dos pássaros em algumas horas?

— Eu só estou explicando em nome dele — digo, e o corvo se aconchega contra meus braços, aquecendo-se em minha pele, como se gostasse da minha presença.

Sylus se aproxima, ele estende as mãos e pega a ave, seus dedos deslizando pela plumagem escura. Meu olhar segue o movimento com uma ponta de solidariedade.

— Pobrezinho...

— O nome dele é Mephisto — Sylus responde, ajustando cuidadosamente a posição da ave em sua mão. Ele se aproxima ainda mais de propósito, diminuindo a distância entre nós, até que consigo sentir seu perfume. Seus olhos vermelhos brilham sob a luz baixa da sala, parecendo um líquido escuro e denso, ondulante. — Nós estamos na Zona N109, Yelena. Esteja comigo ou sozinha, você não pode escapar da minha influência.

Minha respiração prende por um instante, mas não desvio o olhar. Em vez disso, estreito os olhos e cruzo os braços.

— Não tem um certo alguém esperando que eu goste dele um pouco para que eu possa ressoar com ele? — retruco, arqueando uma sobrancelha.

Sylus não responde imediatamente. Ele ainda segura Mephisto e se vira, caminhando em direção ao outro lado da sala com um ar de indiferença. — Me traz mais vinho — diz com um tom autoritário.

— Sou uma bartender pra você?

— Comparado a você, um bartender é mais obediente.

Com suas longas pernas, ele chega ao elevador em poucos passos. Ele para diante da porta e, ao perceber que não o segui, ergue a mão que ainda segura Mephisto, acenando para mim com um movimento casual, como se estivesse acostumado a ser obedecido sem questionamentos.

O elevador chega rapidamente ao andar de cima, um silêncio confortável nos envolve enquanto subimos. Quando chegamos ao escritório dele, Sylus caminha até uma mesa e desliza uma pasta para mim. — Aqui estão os nomes de todos os participantes do leilão de amanhã no hotel.

Meu olhar percorre os documentos, mas uma dúvida paira em minha mente. — A propósito, aqueles caras que tentaram me capturar na loja… Eles são traidores que trabalhavam na Onychinus? Eles também mencionaram um Sr. Sherman. Quem é esse?

Ele pausa por um instante, e algo em sua expressão se fecha, como se estivesse ponderando até que ponto deveria me contar. — Por que você está interessada em uma pessoa morta?

✓ | PERSEPHONE ━ sylus.Where stories live. Discover now