✓ | PERSEPHONE ━ sylus.

͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏chapter ͏ ͏seven ͏ ͏- ͏ ͏midnight stealth

Sinto um arrepio passageiro ao ouvir sua resposta, todos têm medo de Sylus. E, mesmo assim, continuam tentando fazer acordos com ele, assim como eu.

De repente, o estrondo dos tiros rompe o silêncio. O bar mergulha em um torpor de pânico, e todos viram a cabeça na direção do barulho. A porta principal despenca no chão com um estrondo seco, um par de botas de couro cruza os destroços sem pressa.

O homem que as usa esboça um sorriso, um brilho predatório nos olhos sombreados pelo chapéu. — A convidada importante da Onychinus se perdeu, eu gostaria de pedir a todos que cooperem com a nossa busca.

Atrás dele, meia dúzia de homens armados seguem seus passos. Graças à garotinha e seu pensamento rápido de nos esconder em uma despensa secreta, ainda não fomos encontradas pelo grupo. Seguro ela em meus braços, a menina abre a boca para falar, mas eu cubro seus lábios com firmeza, meu olhar duro encontrado o dela no escuro. — Você quer morrer? Se esconda e não fale nada.

Há uma pequena janela de onde consigo ver o que está acontecendo. O chão do bar está umedecido com sangue fresco, um vermelho escuro que se espalha em poças pelo piso.

O líder avança pelo salão, passando por cima dos corpos das pessoas. Ele assobia enquanto se aproxima do balcão, e desliza uma foto, empurrando-a para a mulher que o encara com um misto de desdém e cautela. — Sugiro que você traga nossa convidada. O Sr. Sherman não vai ficar sentado e deixá-la sozinha.

Ela cruza os braços, seus olhos se estreitam enquanto analisa a imagem. Quando ergue o olhar, sua expressão permanece inabalável.
— Sinto muito, ela não está aqui. Eu me lembraria de um rostinho bonito se ela realmente tivesse aparecido.

— Você vai ficar de boca fechada? Tudo bem — ele se vira para seus homens, fazendo um gesto com a mão. — Abram a boca deles à força, um de cada vez. Alguém vai abrir o bico, cedo ou tarde.

Seguro a respiração por um momento e solto um suspiro discreto quando percebo que a mulher não vai me entregar. Mas antes que eu possa pensar em um plano de fuga, um grasnido ecoa no salão. Um corvo rasga o ar, ele mergulha em direção ao líder do grupo, as garras estendidas como se tentasse arrancar seus olhos.

"Agora!", penso, enquanto aproveito o caos que se instalou. Rolo para fora da despensa, deslizando para a lateral da parede enquanto deixo a menina ali, onde estará mais segura. Mas antes que eu consiga dar mais um passo, sinto um puxão brusco no colarinho.

Meu corpo se vira por instinto, minha mão ergue a arma em sua direção e um rosto familiar surge na penumbra, o queixo levemente erguido em um gesto quase arrogante. — Então, quando alguém te salva, você sempre aponta sua arma para essa pessoa para expressar sua gratidão?

A voz arrastada de Sylus carrega um tom de diversão, mesmo quando várias balas atravessam seu corpo. Mas, em vez de sangue, há apenas um brilho vermelho antes de os projéteis se dissiparem no ar como se nunca tivessem existido.

Do outro lado da sala, os homens que haviam disparado os tiros contra ele soltam gritos estrangulados. Seus corpos estremecem antes de caírem, inertes. Meu olhar percorre os cadáveres rapidamente antes de voltar para Sylus. — Seus subordinados não são exatamente obedientes.

Seus lábios se contorcem, como se quisesse responder algo, mas ele apenas aperta a boca em uma linha fina. — Concentre-se em você primeiro.

Ao ouvir sua voz, o líder do grupo se vira bruscamente. Seu rosto empalidece em pânico enquanto dá passos trôpegos para trás. Sombras começam a se reunir ao seu redor, em uma espécie de redemoinho denso e ele sai correndo, pisoteando os corpos em seu caminho.

Troco um olhar rápido com Sylus antes de dispararmos atrás dele. O homem tropeça, mas ele não chega longe. As sombras se estendem e o envolvem antes que possa alcançar a saída. Seu último grito é cortado abruptamente quando sua forma se dissolve em uma energia vermelha, sumindo como fumaça ao vento.