✓ | PERSEPHONE ━ sylus.

͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏chapter ͏ ͏six ͏ ͏- ͏ ͏ambiguous chaos

Eu me sento na cama, o cobertor de algodão repousando preguiçosamente sobre mim. - Vocês dois...

Um deles me interrompe rapidamente.  - Você está vendo coisas. Eu sou o único aqui.

Aponto para seu sósia parado atrás dele. - Então quem é esse?

Ele dá um sorriso travesso, claramente orgulhoso de si mesmo. - Minha alma pode sair do meu corpo - responde com um tom dramático.

Atrás dele, o homem escondido nas sombras revira os olhos, com uma expressão entediada tomando conta de seu rosto. - Você está atordoada? Chocada? Chaaaato.

O homem que se apresenta como Luke limpa a garganta antes de falar. - Hm... Oi, senhorita Yelena. Antes de você sair da sala do Chefe, já nos conhecemos há quatro dias. E esse aqui é o meu gêmeo, Kieran.

Há uma ponta de escárnio na voz de Kieran que me faz questionar sua lealdade. - Nós não só salvamos você daquele traidor ingrato, mas também trouxemos você para a base da Onychinus.

Arqueio uma sobrancelha, cética. - Então vocês querem que eu agradeça?

Estou em um quarto, sem luz, há dias, trancada. Durante os momentos em que estive consciente, o rosto de Sylus parecia me perseguir. Não era uma visão clara, mas parecia real. Os gêmeos à minha frente, obviamente enviados por ele, observam cada movimento meu em alerta.

É estranho pensar que estou em um confronto direto com a Onychinus. Sylus me forçou a entrar em ressonância com ele, depois me enganou, fazendo-me acreditar que o havia matado... Ele é imprevisível, mas o que ele realmente quer de mim?

Meus olhos percorrem o quarto, tentando descobrir uma saída. Luke sorri, como se já soubesse o que se passa na minha mente. - Nós sabemos o que você está pensando. E mesmo se você escapar, você só vai se perder no caos desta terra de ninguém.

Kieran assente, como se a situação já estivesse resolvida. - Os Wanderers vão devorar você. Eles também não vão deixar nenhuma migalha, então... Fique aqui com o nosso chefe.

Ele parece acreditar que suas palavras são suficientes para me convencer, mas não sou uma prisioneira fácil. - Quem é o mais velho? Vocês dois são basicamente gêmeos idênticos.

Luke sorri de forma travessa. - Advinha.

Minha expressão se suaviza de leve, e uma ideia passa pela minha mente. - Você pode chegar mais perto para que eu possa ver melhor?

Seus lábios se curvam num sorriso, e ele se aproxima sem hesitar, sem sinal de desconfiança. Quando Luke está ao meu alcance, aproveito o momento e, com uma rapidez inesperada, pego uma caneta laser do bolso da minha calça e seguro contra seu pescoço.

Luke arregala os olhos, alarmado. - Ei! O que você está fazendo?!

Um sorriso se forma no meu rosto. - Já ouviu falar da arma mais recente da Associação dos Caçadores? É um laser de alta potência que pode penetrar na pele e vaporizar o sangue.

Kieran aperta a maçaneta da porta, com a expressão impassível, e a porta se abre sem resistência, para a minha surpresa. - Por que você está me encarando? Eu disse que você não tinha permissão para sair? – resmungou ele.

Senti meu rosto esquentar, a vergonha invadindo minhas veias enquanto soltava Luke e caminhava até a porta. O corredor longo e estreito à minha frente parecia se estender infinitamente, sua decoração sombria e pesada, em tons de preto e vermelho assim como o restante da casa.

- Basta seguir direto pelo corredor e você verá a saída – disse Luke, esfregando o pescoço e caminhando ao lado de Kieran, que ainda me observava com um olhar desconfiado.