͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏chapter ͏ ͏six ͏ ͏- ͏ ͏ambiguous chaos

Start from the beginning
                                        

Eu fico paralisada, sem saber o que fazer. Sylus observa cada detalhe da minha reação com um olhar divertido. - Você não queria tirar minha vida? Ou suas palavras foram só mentiras?

As vozes voltam à minha mente, intensas e incontroláveis. "Mate ele. Mate..."

Eu agarro a arma com mãos trêmulas, o metal frio contra minha pele enquanto a aponto para sua testa. - Você acha que eu não vou fazer isso?

- Agora está muito melhor... - ele murmura, e a leveza em sua voz me faz hesitar. Sylus segura minha mão, movendo a direção da arma de sua cabeça para o centro do peito, acima do coração. - Embora você me deva uma despedida mais grandiosa que a própria morte.

Eu hesito, sentindo as minhas mãos tremerem.

Sylus se diverte com essa fraqueza que ele parece ter despertado em mim. - Sua determinação já começou a falhar? Você não estava só blefando, estava?

As sombras dele se enlaçam entre meus dedos, perto do gatilho, e de repente a arma dispara. Sylus não esboçou reação alguma, mesmo com o sangue no seu peito e o meu grito de surpresa quando o líquido carmesim respinga em meu rosto.

- Você está louco?!

- Você queria tirar minha vida. E então você a tirou - Sylus diz, como se estivesse apenas comentando algo trivial. Ele pega a arma de minha mão, jogando-a para o lado.

Seus olhos permanecem fixos em mim enquanto ele se aproxima, e o seu rosto fica perigosamente perto do meu. Ele sussurra com aquela voz intensa que me faz ter arrepios. - E agora? Você já descobriu como vai me retribuir?

Eu toco o buraco em seu peito, minha mente entrando em um turbilhão. Não era isso que eu queria, não era isso que eu imaginava. Minhas mãos, cobertas com seu sangue, começam a tremer. - Não! Você não pode morrer ainda!

Sylus, no entanto, não parece abalado. Seu cenho se franze ligeiramente. - Você está preocupada comigo? Guarde isso para o dia em que você realmente conseguir me matar.

Em um piscar de olhos, o ferimento desaparece. O sangue que antes cobria suas roupas e escorria do seu peito some como se nunca tivesse existido. Minhas mãos ficam limpas, e a sensação do líquido quente em minha pele desaparece.

Eu perco a consciência mais uma vez, e com ela, a capacidade de saber se tudo aquilo foi real ou apenas mais uma de suas manipulações.

[...]

ABRO OS OLHOS lentamente. A luz suave de um lustre pendurado no teto ilumina o cômodo luxuoso, as paredes tem tons escuros e os móveis são ricamente detalhados, seus acabamentos dourados cintilando à luz das velas.

Estou deitada em uma cama macia, coberta por um lençol que emana uma fragrância forte e amadeirada. Meus olhos percorrem o ambiente, tentando entender onde estou, mas minha mente está lenta, ainda nublada pela confusão. Não sei quanto tempo se passou desde que perdi a consciência.

"Devore ele... É o seu poder."

As palavras ecoam na minha mente, sussurradas de forma perturbadora. Fecho os olhos, tentando afastar a voz, mas ela continua a borbulhar no fundo da minha mente.

‐ Ela não vai dormir para sempre, né? Ela está inconsciente há um dia, nós precisamos acordá-la - diz uma voz.

A outra parece ponderar por um momento. - Fácil, é só abrir a nuca dela. Faça um buraco no pescoço e...

Encontro dois pares de olhos me observando atentamente, são os mesmos homens de máscaras idênticas que me salvaram no cemitério. Eles escondem suas armas – brocas e dardos – nas mangas, como se fossem tentar disfarçar suas intenções.

✓ | PERSEPHONE ━ sylus.Where stories live. Discover now