͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏chapter ͏ ͏six ͏ ͏- ͏ ͏ambiguous chaos

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Sylus sorri. Seus lábios se curvam e ele limpa o filete de sangue da ferida na lateral de sua bochecha com uma calma que me desconcerta. - Você e eu, minha Yelena... - ele diz, sua voz em um sussurro. Sua mão segura meu queixo mais uma vez, e nossos rostos ficam tão próximos que posso sentir o calor de sua pele. - Somos iguais. Verdadeiras almas gêmeas.

Minha visão escurece e arquejo, a última coisa que sinto antes de apagar é a sensação de estar completamente à mercê dele. Quando minha consciência retorna, estou deitada no chão, em um ambiente escuro e frio.

- Três dias, nós ainda não conseguimos alcançar nem mesmo uma simples ressonância. Que decepcionante - a voz de Sylus ressoa, fria e entediada. Olho para cima, e lá está ele, sentado de maneira relaxada em uma poltrona vermelha, com as pernas cruzadas e seus olhos fixos nos meus.

- O que você quer?! - exalo, a raiva e o cansaço misturados na minha voz, mas Sylus apenas observa com um sorriso enigmático.

Ele ergue as mãos e as sombras que o cercam parecem ganhar vida própria, se contorcendo e se espalhando até se envolverem em torno de meu corpo. Sem aviso, sou puxada com força e de repente estou sentada em seu colo, minhas pernas posicionadas de forma a me prender em seu colo, enquanto a sensação de suas coxas firmes sob mim me faz sentir uma onda de desconforto.

Sylus repousa uma mão na base do meu quadril, enviando um formigamento quente e estranho por todo o meu corpo.

- Você passou por todos aqueles problemas para entrar na Zona N109. Eu devo cumprir meu dever como seu anfitrião - a mão livre de Sylus se move de novo, as sombras se contorcendo e se prendendo ao redor da minha mão direita, enquanto ele começa a acariciar minha pele com uma leveza surpreendente.

O toque dele é suave e delicado, enquanto seus dedos exploram minha pele com uma carícia que percorre meu braço até chegar à minha mão. Fico surpresa com o quão grande é a diferença de tamanho entre nossas mãos, os dedos longos e finos de Sylus envolvendo os meus de forma possessiva.

Quando ele entrelaça nossos dedos e os puxa para o seu peito, fragmentos de luz vermelha e um brilho incandescente começam a emergir de nosso toque, como se a energia entre nós estivesse sendo concentrada de alguma forma. Ele parece mergulhar em uma meditação silenciosa, seus olhos fechados em um esforço que não consigo entender.

Mas a concentração é interrompida. A energia desaparece em um brilho súbito, e Sylus solta nossas mãos, parecendo decepcionado.

- É uma pena que seu Evol tenha se deteriorado para o estado atual - ele comenta com uma pontada de desdém.

- A morte da minha família... - minha voz sai em um sussurro doloroso, e a culpa que sinto transborda enquanto me forço a olhar para ele. - Você está por trás dela, não é?!

Sylus franze a testa, os olhos fixos nos meus com um interesse renovado. - Família? As pessoas mais próximas de você podem ser as que mais querem te matar.

- Cale a boca! - minha voz explode com fúria, os olhos ardendo com as lágrimas que ameaçam escapar. - Neste momento, eu só... Eu só quero acabar com você!

Sem dar espaço para mais palavras, tento acertar seu rosto com um soco, mas ele é mais rápido, agarrando minhas mãos com facilidade antes que eu possa sequer chegar perto dele.

- Você acha que seu Evol vai te ajudar em uma luta contra mim? Sua coragem é admirável. Eu não gosto de implicar com os fracos, gatinha - Sylus exibe um sorriso de pura diversão que só aumenta a raiva que sinto.

Antes que eu possa reagir, ele estende o braço, as sombras ao redor de nós se agitam, e uma pistola aparece em sua mão. Sylus a segura com firmeza por alguns segundos antes de passá-la para mim com um olhar intrigante.

✓ | PERSEPHONE ━ sylus.Where stories live. Discover now