͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏chapter ͏ ͏five ͏ ͏- ͏ ͏partners

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"Talvez Xavier esteja com problemas", penso por um instante, mas a ideia logo se desfaz.

Não faz sentido. Ele é forte, experiente, e sabe se cuidar sozinho. Se alguém aqui está em perigo, sou eu.

Viro a cabeça para trás quando percebo um movimento suave entre as sombras.

Uma figura familiar emerge da escuridão. Os passos de Xavier são firmes, sua silhueta se aproxima lentamente, até que enfim vejo seu rosto, parcialmente iluminado pelo reflexo pálido da lua.

— Por que você voltou? — minha voz sai mais baixa do que eu esperava.

Seus olhos então se fixam em mim, no toco de árvore onde estou sentada, imóvel desde que ele partiu. Um leve suspiro escapa de seus lábios enquanto ele se vira, limpando a garganta antes de falar. — Tem muitos Wanderers por aqui. Já cuidei de alguns deles. Deve ser seguro para você sair.

Consigo forçar um sorriso leve, embora meu corpo ainda esteja tenso. — Obrigada.

— De nada — a expressão dele suaviza por um breve momento. Seus olhos agora carregam algo diferente, talvez preocupação. — Eu estive pensando… Deixar uma parceira machucada para trás não é uma boa ideia.

Arqueio uma sobrancelha, incapaz de resistir à provocação. — Então você finalmente me vê como sua parceira, hein? Você não parece culpado.

Xavier esfrega o rosto com uma mão, desviando o olhar para a floresta ao nosso redor. — Está muito escuro para você ver.

Olho para ele, desconfiada, e levanto o braço, ativando meu bracelete para escanear sua identidade. Mas a maldita tela falha mais uma vez, piscando com estática antes de apagar completamente.

A luz eletrônica que antes iluminava o rosto inexpressivo de Xavier desaparece quando abaixo o braço, deixando-nos novamente à mercê da luz da lua.

— Meu uniforme não é suficiente? — ele pergunta, a voz carregada de um leve sarcasmo, referindo-se à minha tentativa de confirmar quem ele realmente é.

— Qualquer pessoa pode usar uniforme — retruco, mantendo o olhar firme e a postura rígida. — Dado o seu comportamento suspeito, não vejo razão para não confirmar. Me fale alguma coisa que só um Caçador da U.N.I.C.O.R.N.S. saberia.

Ele não responde de imediato. Em vez disso, adota uma expressão pensativa, passando a mão pelo queixo enquanto considera minha exigência. — Durante a Catástrofe de Chronofit, o primeiro Wanderer a ser morto foi Tezcatlipoca. Isso aconteceu-

— Qualquer um pode achar isso na internet — interrompo, cruzando os braços com firmeza. — Tente novamente.

Lentamente, Xavier levanta a mão, e partículas de luz começam a se reunir ao nosso redor. A luz se move pelos contornos de seus dedos, transformando-se em finos fios dourados que cintilavam no escuro.

O brilho suave reflete em seus olhos azuis, fazendo-os parecer ainda mais intensos. Gradualmente, os fios de luz se conectam, formando um padrão intricado de diamantes que flutuava entre nós.

Cercado por essa luz radiante, Xavier me encara em silêncio, com um brilho de expectativa nos olhos. Ele espera que eu diga algo.

— Hmm... Parece bonito — comento, sem saber exatamente o que ele esperava. Ele fecha os olhos por um momento, claramente frustrado com minha resposta superficial.

— Estou só perguntando se isso te parece familiar — diz.

Olho novamente para o padrão complicado, tentando encontrar algo que desperte alguma memória, mas tudo que vejo são formas bonitas. — Não. Deveria ser? — pergunto, franzindo a testa.

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