͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏chapter ͏ ͏five ͏ ͏- ͏ ͏partners

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Xavier não respondeu de imediato. Em vez disso, fez um simples aceno com a mão, e sua espada, antes afiada e ameaçadora, desfez-se em fragmentos de luz cintilante, como se nunca tivesse existido.

— As flutuações de energia facilitam você se perder — disse ele, sem emoção aparente. — Deveria ir embora, agora que machucou o tornozelo.

Franzi o cenho, irritada com sua falta de confiança. O tom dele era condescendente, como se eu fosse apenas um peso morto naquela missão. Fiz uma careta, deixando claro que não gostei da sugestão.

— E você? Não está preocupado em se perder? — desafiei, cruzando os braços e sustentando o olhar dele.

Xavier deu um passo à frente, e a distância entre nós diminuiu até que eu pudesse ver claramente cada detalhe de seu rosto sob a luz da lua.

— A floresta não é assustadora por causa dos imprevisíveis surtos de Metaflux — ele começou, sua voz agora mais baixa, quase um sussurro. — Muitos Tenebrae vieram aqui em busca de Protocores de alta qualidade para vender no mercado. Mas depois de obtê-los, os Caçadores nunca mais foram vistos.

— Por quê?

Xavier manteve o olhar fixo no meu, sem desviar nem por um segundo. — Esta floresta está viva. Ela os consumiu.

Um arrepio percorreu minha espinha, e desviei o olhar para o chão coberto por folhas secas e galhos quebrados. Meu coração acelerou, e a sensação de desconforto cresceu dentro de mim.

— Estou meio assustada agora... — admiti em voz baixa, tentando manter a compostura, mas a verdade era impossível de esconder. — Você não está com medo?

Houve um momento de silêncio antes que ele respondesse. Quando o fez, sua honestidade me pegou de surpresa. — Estou. É por isso que você deveria ir embora.

Xavier deu um passo para trás, finalmente quebrando o contato visual. — Tudo bem, não estamos longe da borda da floresta. Você poderá chegar em segurança daqui — acrescentou.

Ele se virou para ir embora, os passos leves quase não fazendo barulho sobre o solo úmido da floresta.

— Por que você está aqui? — minha voz cortou o silêncio antes que eu pudesse me impedir.

Xavier parou abruptamente, o corpo tenso por um breve momento. Ele não se virou, mas respondeu com um murmúrio baixo. — Se cuida.

Com isso, ele desapareceu na escuridão, entrando em um túnel sombreado entre as árvores. O som de seus passos se perdeu rapidamente, e logo não havia mais sinal dele.

Fiquei parada por um momento, ouvindo o som do meu próprio coração batendo nos ouvidos. Uma névoa rastejante começou a se espalhar pelo chão da floresta, o ar parecia mais denso, e o vento noturno que antes soprava suavemente agora sussurrava através das árvores.

Inspirei profundamente, tentando me acalmar, e movi o tornozelo machucado. A dor ainda estava lá, mas era suportável. Levantei o bracelete de comunicação para tentar algum contato, mas, como eu temia, não havia sinal. O visor brilhava fracamente, exibindo apenas estática.

Meus olhos se voltaram para o local onde Xavier havia desaparecido. A dúvida começou a se formar na minha mente, inquietante e impossível de ignorar. E se ele fosse o meu parceiro de missão desde o começo?

O rugido de um Wanderer corta o ar, rasgando o silêncio da floresta.

Instintivamente, aperto minha arma com força, os dedos deslizando levemente sobre o metal frio. O coração martela no peito, cada batida ecoando nos meus ouvidos.

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