͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏chapter ͏ ͏three ͏ ͏- ͏ ͏the first mission

Start from the beginning
                                        

Fazendo uma curva fechada, percebo um carro azul-escuro familiar parado no acostamento da estrada. Uma figura alta está ao lado dele, com um celular nas mãos. Quando passo por ele, o homem se vira e nos olhamos.

- Zayne?! - piso no freio da moto e paro, surpresa. Então, retiro meu capacete, revelando meus longos cabelos ruivos que balançam com a intensidade do vento naquele lugar.

- Você está com aquela expressão no rosto. O que foi? - perguntou Zayne, olhando para mim de cima a baixo antes de se virar. Ele caminha até o carro e abre o capô, liberando uma fumaça branca.

Começo a rir ao lembrar da nossa última conversa em seu escritório. - Eu estava pensando que talvez eu devesse ter sido uma cartomante em vez de uma Caçadora. Você deveria deixar como está, só por precaução.

Ele me explica que o sistema do carro já solicitou assistência rodoviária. Incapaz de fazer mais nada, Zayne fecha o capô, bate as mãos para tirar a fuligem e depois olha para a moto atrás de mim, arqueando uma sobrancelha.

- Você já está enfrentando uma missão difícil quando nem dois dias se passaram? - ele questiona, claramente irritado com a minha falta de cuidado depois do resultado dos meus exames.

Dou de ombros, sem me importar. - Não é tão ruim. Só estou aqui para ver se a casa do cliente tem algum Wanderer.

- Raymond? - deduz Zayne, e eu o olho, surpresa com a coincidência.

- Você conhece ele? - pergunto, ainda com meu capacete nas mãos. - Não vamos para o mesmo lugar, vamos?

- Alguém me convidou.

- Então o que você vai fazer?

Não costumo ver Zayne ficar tão indeciso assim. Sufocando uma risada com sua expressão, limpo a garganta e subo na moto, colocando de volta meu capacete. Dou um tapinha no banco de trás. - Vem, deixa eu fazer a minha boa ação do dia. Eu te levo lá.

Zayne me encara, desconfiado. - Sua motocicleta consegue fazer isso?

Cruzo os braços, decepcionada com sua falta de confiança em mim. - Você está duvidando das minhas habilidades de direção ou das capacidades desse veículo?

- Os dois - ele afirma.

Ligo a moto de novo e o sistema de navegação planeja imediatamente a rota, a voz da assistente digital me diz que ainda faltam quinze quilômetros para chegar. Os minutos passariam rápido.

Zayne senta atrás de mim, se acomodando no banco e segurando nas alças laterais. - Preciso voltar ao hospital mais tarde. Não posso mais perder tempo com isso.

Quando piso no acelerador com tudo, o ponteiro do velocímetro salta. Pego de surpresa, Zayne se inclina para trás com o solavanco e segura meu ombro com força.

Eu piso no freio mas ele acaba batendo nas minhas costas, resmungando sobre as minhas faltas de habilidades em dirigir.

Finalmente, chegamos à grandiosa mansão do Raymond e o portão de ferro ornamentado se abre lentamente. Nós descemos da moto depois de eu estacionar perto do jardim e somos recebidos por um pátio desolado envolto em silêncio.

O estilo arquitetônico da grande casa de três andares é de design moderno e simples. Uma grande piscina a rodeia, assim como algumas esculturas antigas que combinam com a superfície da água de um manto de algas verde-azuladas.

Olho para o homem ao meu lado, ansiosa, enquanto caminhamos até a entrada principal. - Zayne, você é amigo próximo do proprietário?

- Ele é um ex-paciente meu que tem uma doença congênita grave - explica, sem dar mais detalhes.

✓ | PERSEPHONE ━ sylus.Where stories live. Discover now