Yelena Thorn faz parte da pequena parcela da população que possui um poder especial, também conhecido como Evol. Em 2034, a humanidade recebeu sua primeira mensagem do Espaço Profundo, uma transmissão que despertou a curiosidade pela exploração espa...
- Nada... - tento soar convincente, mas não consigo. - Ok, talvez eu tenha ficado nervosa, é sempre assim quando venho ao médico.
Ele tira o estetoscópio e volta ao computador, teclando rápido. - Arritmia cardíaca, contrações ventriculares prematuras, sopros cardíacos...
- Sério?! - pergunto, alarmada. Parecia uma sentença de que eu não viveria por tanto tempo.
Zayne ergue os olhos para mim. - Apesar disso, você decidiu se tornar uma Caçadora.
Cruzo os braços, irritada. - Pode me zoar o quanto quiser, mas sabe muito bem por que fiz isso.
- Não estava zombando - ele afirma, mas há um certo brilho de divertimento em seu olhar. - Linkon está mais segura sob o olhar atento da habilidosa Caçadora Yelena Thorn.
- E um dia, o habilidoso Dr. Zayne estará em apuros e o Caçador que irá salvá-lo serei eu - retruco, com um sorriso de desdém.
Ele suspira e empurra a ficha em minha direção, junto com uma bala de açúcar. - Que Deus nos ajude, então.
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FINALMENTE, o dia agitado chegou ao fim. Minha cama nunca pareceu tão convidativa.
Caio sobre ela, sentindo o corpo finalmente relaxar. Meus músculos doem, mas é uma dor satisfatória. Pegando o bracelete na mesa ao lado, vejo que há uma notificação na caixa de entrada. O aviso de recrutamento de equipe está ali, assinado por Jenna.
- Eu realmente me tornei uma Caçadora... - murmuro para mim mesma, com um sorriso nos lábios. A ficha ainda está caindo, e começo a imaginar quem seriam meus veteranos.
Lá fora, a cidade parece envolta em um manto de escuridão. Pelas janelas do apartamento, vejo as árvores balançando ao ritmo do vento crescente, e o barulho de um trovão ecoa ao longe.
Olho pela janela, surpresa. A previsão do tempo não mencionou tempestades. A chuva começa a cair lentamente, pingos grossos batendo contra o vidro. Antes que eu possa investigar mais, o som de uma notificação interrompe meus pensamentos.
Pego o celular: é Caleb, meu melhor amigo e irmão, mandando mensagem.
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Fecho o aplicativo, rindo baixinho. Caleb sempre se preocupa comigo, mesmo quando ele é o mais ocupado de nós dois. Coloco o celular de volta na mesa de cabeceira, contendo um bocejo.
Desde que a vovó acolheu Caleb e eu, ela nunca parou de se preocupar. Às vezes, sinto como se ainda fôssemos crianças sob sua proteção. Me levanto da cama e vou até a pequena varanda do meu quarto, prestes a fechar as cortinas.
Relâmpagos iluminam brevemente o céu, revelando a silhueta escura dos edifícios próximos. Mas algo estranho chama minha atenção. E então eu vejo.
Do lado de fora, separado de mim apenas pelo vidro, um olho gigantesco me encara.
Minha respiração trava. O olho parece feito das próprias nuvens, com bordas nebulosas e uma íris de brilho vermelho-sangue que pulsa como fogo líquido. Por um momento, é como se o céu inteiro tivesse se transformado nessa entidade aterradora, seu centro brilhante pulsando com uma energia quase viva.
- O que é isso?! - grito, o som da minha voz ecoando pela sala. Meu coração dispara de medo. Antes que eu possa processar o que estou vendo, desaparece. Num piscar de olhos, a escuridão engole o céu, apagando aquela visão assustadora.
Olho novamente, tentando entender. Lá fora, a tempestade continua como se nada tivesse acontecido. Os relâmpagos iluminam a chuva, e as gotas continuam a deslizar pelo vidro.
A escuridão parece mais densa agora. Linkon City está mergulhada em uma tempestade, mas talvez ela seja apenas o prelúdio de algo muito maior.