Reencontros

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2 anos depois (...)

- Nabi -

E tanto tempo já se passou e eu não tenho noticias do Jin. O Najin já está grandinho e ele é a cópia fiel do pai, tanto na aparência, quanto na personalidade... eu só emprestei a barriga mesmo. Isso poderia até ser um conforto pra mim, mas sempre que eu olhava meu filho, eu via o pai dele... muitas vezes isso me causava sorrisos e muitas vezes lágrimas.

Não estou dizendo que meu filho me faz sofrer, longe disso, eu o amo mais que tudo nessa vida. Porém olhá-lo aumenta as saudades que eu tenho do vosso pai que nunca cessou. O tempo não foi generoso comigo, não cicatrizou a ferida, apenas a manteve.

Hoje, eu continuo trabalhando com o Ethan, porém fui promovida a gerente do café... então meus horários eu que faço e estou ganhando muito bem. A Ana ganhou uma bolsa e faz faculdade de Pedagogia, ela diz que escolheu esse curso porque quer ser boa com crianças e ajudar o Najin. Ela foi e é um anjo na minha vida! Minha filha quase da mesma idade que eu! Ela se tornou minha parceira.

Pela manhã eu sempre deixo o Najin na creche enquanto estou no trabalho e a Ana está em seu emprego de meio período; ao meio dia eu o pego, almoçamos juntos em casa, eu volto a trabalhar a tarde enquanto a Ana cuida dele nesse periodo; e a noite a Ana vai para a faculdade e eu fico com ele. Aos finais de semana, eu só trabalho quando realmente é necessário, ou falta algum funcionário. Senão eu aproveito meus filhos e minha casa.

Nesse meio tempo ensinei a Ana a falar coreano, pois o sonho da vida dela era conhecer a Coreia e casar com o Jungkook, assim como milhares de gurias em todo mundo. Tanto que no ano passado, a burra namorou um cara e perdeu a virgindade com ele de primeira pelo simples fato dela achar ele parecido com o Jungkook por ter um braço tatuado. Particularmente na minha opinião, nem o branco do olho era parecido, mas né.... E, na mesma semana que começaram a namorar, ela descobriu uma traição onde eu tive que dar uma pilula do dia seguinte pra ela e um chute no saco dele. Depois disso ela não quis mais ninguém. E o Najin, o eduquei falando os dois idiomas... Coreano e Islandês. Inclusive o Ethan hoje em dia, fala coreano perfeitamente bem.

Diariamente eu sentia falta do meu país, da minha gastronomia, do meu idioma, do meu povo, da minha família. Mas só Deus sabe quando os verei de novo, ou se um dia eu os verei na verdade.

Hoje em especial é Sábado e o Ethan acabou de me ligar perguntando se eu poderia ficar no café porque um funcionário havia faltado  e ele mesmo não ficaria porque iria para um encontro as cegas. Eu fiquei muito feliz por ele, pois desde que o conheço nunca o vi com ninguém. E ele era uma pessoa boa... se não fosse ele, com certeza eu não teria conseguido me reerguer. Eu sei que ele vê a filha falecida dele em mim, e espero que um dia eu possa recompensar a ele tudo que fez por mim. A vida foi generosa comigo me dando muitos "pais" maravilhosos. E sem falar que ele adora a Ana e o Najin, inclusive os chama de netos. Amo isso!

- Ana, tem algum compromisso hoje?

- Não mamusca, porque?

- Ethan precisa que eu fique no café. Um funcionário faltou. Se importa de ficar com o Najin?

- Claro né, mas que pergunta... - Ela sorrio.

- Ele tá dormindo. Quando ele acordar, veste uma roupa quentinha nele e vai lá que eu vou fazer chocolate quente pra vocês.

- Combinado! Não se preocupa! Bom trabalho! - Selei a testa dela, a agradeci e me arrumei brevemente e fui.

Quando cheguei lá, o movimento estava parado. Não tinha uma única pessoa e a rua estava deserta. O motivo seria que tinha começado a nevar. Respirei fundo e fiquei sentada atrás do balcão perdida em pensamentos até que depois de umas duas horas, um homem muito alto com traços asiáticos entra no estabelecimento. Quando o olhei pela segunda vez, me levantei de onde estava sentada e não acreditei no que via. Um rosto familiar que me arrancou lágrimas de uma forma fluida de tanta saudades.

ADOTADA | BTS | JINWhere stories live. Discover now