Laços de canção

Henrique no mundo onírico

Abri os olhos lentamente, sentindo uma dor surda latejando na minha cabeça. Onde eu estava? Tudo ao meu redor estava envolto em escuridão, e meu coração pulsava acelerado. Tentei me lembrar de como cheguei aqui, mas as lembranças eram nebulosas, como se estivessem se dissipando rapidamente.

Com cuidado, pus-me de pé e comecei a andar, tentando encontrar alguma pista sobre o meu paradeiro. O chão sob meus pés era frio e irregular, e a escuridão parecia interminável. Cada passo era incerto, mas algo dentro de mim insistia para seguir em frente.

Então, um tênue brilho surgiu à distância. Uma luz fraca, mas reconfortante. Caminhei em direção a ela, esperando que fosse a saída deste estranho lugar. À medida que me aproximava, o brilho se intensificava, revelando mais detalhes do ambiente ao meu redor. O cenário que emergia era deslumbrante: uma praia envolta em sombras suaves, o suave sussurro das ondas quebrando na costa. A lua pairava no céu, lançando um brilho prateado sobre a paisagem noturna.

À medida que explorava a praia deserta, o jovem se viu encantado pela atmosfera mágica. A brisa marinha acariciava seu rosto, e o som suave das ondas acalmava sua inquietação. No entanto, algo capturou sua atenção além da linha do horizonte.

Avistei uma barraca à beira-mar. Aproximei-me curioso, e ao redor dela, notei uma jovem que nunca vi antes. Ela estava agachada, tentando se esconder de algo do outro lado da barraca. Intrigado e preocupado, decidir me aproximar, chamando suavemente a atenção da moça.

Antes que pudesse compreender completamente a situação, ela se virou abruptamente, olhos arregalados de medo. Uma sensação de desconforto tomou conta do jovem. Sem uma palavra, começou a correr em minha direção. Ela abre seus braços como se quisesse me abraçar, como uma criança assustada indo para os braços de sua mãe, quando estávamos a centímetros de nos abraçar, uma sensação vertiginosa me envolveu.

De repente, o jovem acordou, a realidade abruptamente substituindo o cenário onírico. A praia desapareceu, a moça desconhecida e o perigo imaginário se dissiparam como fumaça. Ele estava de volta à realidade, com o coração ainda acelerado e a sensação daquele encontro fictício ecoando em sua mente como um sonho fugaz. O mistério da noite e a fugacidade do encontro permaneceriam gravados em sua memória, como uma experiência surreal que desapareceu com o despertar.

Ainda processando a realidade, percebo pelo magnífico céu azul que estava mais claro que o normal, indicando que eu tinha risco de me atrasar para o trabalho. Apressadamente me arrumei para ir trabalhar na empresa. Caminhando ao escritório, paro em um sinal de transito, aproveitando que estava aberto, verifico os e-mails e, de repente, meus ouvidos são envolvidos pelo som da maré, tento ignorar achando que é loucura minha, mas continuo a escutar, resolvo enfim olhar a minha volta, quando de repente meus olhos se encontram com os dela, a garota com quem sonhei.