Suzana Moreal Levins, morava na Inglaterra desde os sete anos de idade, a Londres fria e chuvosa era o único lar de que se lembrava, e era também o ultimo lugar em que queria está.
Um trágico acidente havia contribuído para isso, ela estava totalme...
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Abri os olhos meio contra a minha vontade. Tudo o que queria era ficar um pouco mais na cama, mas sabia que tinha algo importante, não lembrava bem o que era, mas...
- Suzana? – Um homem de pele negra apareceu em meu campo de visão – eu sou o doutor Antônio, como está se sentindo?
Ele me fitou esperando pela resposta que não veio. Como assim doutor? Eu estava em um quarto de hospital? Sim, eu estava. Percebi isso ao rodar o meu olhar pelo ambiente, um quarto espaçoso e branco, e espalhado por todo ele estavam meus irmãos, primos, tios, vovó, minha cunhada, e Rebecca. Todos com uma expressão preocupada ocupando seu rosto.
- Suzana?
Eu voltei minha atenção para o médico sem entender nada.
- Eu tô sonhando? – Perguntei confusa.
O médico pigarreou e pareceu estranhar minha pergunta.
- Não. você está em um hospital. Deu entrada hoje pela manhã, depois de ser agredida em uma casa de acolhimento...
Agredida? Eu me esforcei para raciocinar, ou mesmo lembrar do que ele estava falando mas nada me vinha a mente.
- Como... – Quando elevei a mão até minha cabeça toquei um grande curativo, e como se meu corpo só se desse conta agora de que estava machucada comecei a sentir a cabeça pesar, e havia algo de errado com meu rosto, meu queixo especificamente.
- Deu entrada hoje pela manhã, lembra disso? – O medico continuou e quando eu tentei menear com a cabeça sentir ela latejar. – Qual a última coisa que se lembra?
- Eu... Ãh... De, de está com minha família, minha sobrinha, em uma, uma festa de aniversário...
Eu tinha lembranças confusas sobre isso, mas essa era a última coisa que lembrava, naquela noite eu fui dormir pensando que no dia seguinte iria fazer a primeira prova de vestido por isso estava empolgada.
- Mêsversario. – Eloisa acrescentou com um tom apreensivo.
- Isso foi a duas semanas. – Davi disse me fitando atentamente tentando esconder em seu rosto a preocupação evidente.
Duas semanas? Mas parecia que tinha sido ontem.
- É normal ficar confusa com relação a eventos depois do trauma que sofreu. – O médico voltou a falar – quando você caiu bateu a cabeça muito forte e teve uma hemorragia externa, que felizmente conseguimos controlar.
Hemorragia? Então havia sido assim tão grave?
- Vamos continuar monitorando, e provavelmente suas memórias vão voltar nos próximos dias. Enquanto isso precisamos tomar alguns cuidados – Ele começou a se afastar para falar com minha família.
