Capítulo 92 Um Privilégio.

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- O que acha dessas? – Vovó perguntou me mostrando o arranjo de flores que tinha feito.

- Muito bonito. – Respondi ao seu lado.

Hoje eu estava ajudando na estufa, principalmente porque nos últimos dias corridos quase não tínhamos tido tempo de fazer alguma coisa juntas.

Vovó sorriu.

- Vamos levar essas para a igreja. – Ela continuou voltando a colher as rosas brancas.

Eu assenti voltando a colher também, mas parei quando uma notificação do celular chamou minha atenção. Era uma lembrança de uma foto tirada a um ano, com uma mensagem...

Achamos que você iria gostar de lembrar... E lá estava uma foto minha e do Levi, no Hyde Park.

Eu lembrava desse dia. Ele tinha acabado de chegar de viagem de Milão, tinha me trazido um presente, a fotografia foi para, para nos lembrar o que estávamos fazendo a um ano, foi quando eu decidi que faria o possível para amá-lo como ele me amava.

Às coisas não tinham saída como eu esperava.

Levi... A nossa história acabou não dando certo, mas para mim foi um privilégio encontrar você.

☘️


- Tem certeza que vai ficar bem? – Davi perguntou me abraçando com força.

Eu assenti tentando não chorar.

- Não se preocupa comigo. Tenta se divertir, e não deixe que eles humilhem a Eloisa. – Disse.

O rosto de Davi tomou uma onda de preocupação.

- Eles não se atreveriam. – Davi falou mais tentando se convencer do que qualquer outra coisa.

Ele estava indo para Londres, junto com Asafe e Eloisa. O plano era que Candece e Edward pudessem conhecê-la. Só não sabia se isso iria dá certo. Os dois não haviam gostado do fato de Davi ter finalmente começado um relacionamento com alguém aqui, acho que isso fazia eles cair em si de que não voltaríamos a morar em Londres, além do que eles também não haviam gostado do fato dela ser uma simples gerente.

- Já terminaram de chorar? – Asafe perguntou surgindo na sala, ao lado de vovó. – Podemos ir? – Ele perguntou com expectativa para Davi.

- Sim, sim. Já podemos. – Davi respondeu começando a seguir para a saída.

Eu o abracei mais uma vez, depois a Asafe. Vovó fez o mesmo, então os dois entraram no carro e partiram. Nós ficamos por mais um tempo ali, olhando o carro sumir por entre o caminho ladeado de árvores, e meu coração doeu. Iria sentir falta deles.

☘️

A igreja estava toda em peso naquele sábado pela manhã. Realizando uma ação social, havia muita comida, roupas, e alguns médicos fazendo consultas em uma bairro pobre de Santos. Vovó tinha me dito que seria bom que viesse, que sair um pouco da bolha de vez em quando era bom, dava um choque de realidade. Ela estava certa, ali ao lado daquelas pessoas doentes, e carentes, e me sentia a pessoa mais abençoada do mundo, por ter tudo o que tinha.

- Precisa de uma ajuda aí? – Sarah perguntou se aproximando. Eu estava tão distraída em meus pensamentos que nem havia notado.

- Sim, temos que encher esses pratos com sopa. – Expliquei gesticulando para a mesa.
Vovó havia me orientado dizendo que logo viria alguém pra ajudar, mas não imaginei que fosse ela. - Depois da consulta a sopa vai ser entregue. – Continuei.

Sarah assentiu, lavando as mãos em uma pia improvisada, e se juntando a mim. Hoje ela não estava tão falante, parecia mais reflexiva, e seus olhos e atenção estavam mais pousados no Arthur, que atendia um senhor um pouco distante, do que em qualquer outra coisa.

- Arthur faz medicina, não é? – tentei puxar assunto e ser gentil.

Sabia que tinha que conhecê-la melhor, e acabar com essa animosidade que tinha por ela. Para além disso, até Rebecca já havia percebido que eu não gostava muito de sua presença e nas palavras dela: você só precisa conhecê-la melhor, a Sarah é como uma brisa de ar fresco, como um arco-íris em dias nublados, ela sempre vai está lá quando você precisar, e vai te fazer lembrar que a vida é boa.


- Sim. Já está no terceiro ano. – Sarah respondeu com orgulho.

Assenti. Eu sempre tive a impressão dele ser bem mais jovens, mas se já estava no terceiro ano, já devia ter seus vinte anos.

- E a mãe dele, como está? – Perguntei com interesse.

- Nada bem. – Ela disse devagar – o tratamento às vezes parece mais agressivo que o câncer.

Era verdade. Do pouco que me lembrava da época em que Levi teve, parecia que o tratamento fazia mais mal que bem. Ele ficará tão magro, cansado, abatido. Ninguém deveria ter que passar por isso.

- Mas ela vai superar, vai ficar tudo bem. Estamos orando por isso. – Ela acrescentou com a expressão mudando de tristeza para esperança.

Como ela conseguia fazer isso? Ser tão otimista em meio a tantos problemas.

Sarah me soltou um sorriso tão gentil e compassivo que eu fui obrigada a retribuir também.

Como um arco-íris em dias nublados.

É... Era o que aquele sorriso parecia mesmo.

Sarah

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Sarah

O AMOR ME CUROUOnde as histórias ganham vida. Descobre agora