09:32 AM

— Filho, você está com medo do papai? — ele assentiu, inseguro. Uma lágrima escorreu lentamente pela minha bochecha, percebendo que o garoto estava traumatizado.

Não é a primeira vez que Jinwoo age estranho comigo depois de ver minha cara toda machucada. Lembro-me que quando apanhei perto do meu apartamento, aconteceu a mesma coisa com o comportamento dele.

— Jin, olha aqui — com minha mão tremendo, levei-a até seu queixo e o levantei, fazendo seus olhos encararem os meus. — O papai tá dodói, mas o papai ainda é seu papai, não precisa ter medo. Eu sei que pareço um monstro com esse curativos, mas logo, logo estarei novinho em folha e você vai ver que isso só foi uma pequena fase. Não precisa ficar com medo de mim, tudo bem? — disse, com a voz embargada.

— Desculpa, papai... Você ficou bravo porque eu fiquei com medo de você? — seus pequenos dedos nervosos arracavam sua pele morta.

Sorri, pegando sua mão e levando-a lentamente até o meu peito esquerdo, recebendo seu olhar curioso. Ele encarava nossas mãos juntas enquanto eu acariciava levemente sua pele, olhando para o mesmo local.

— Não fiquei bravo. Fiquei triste ao saber que meu filho sentiu medo ao chegar perto de mim — olhei para ele. — Eu te amo mais que tudo nesse mundo, não precisa ter medo de mim. Machucados vão aparecer de vez em quando, mas isso não significa que virei uma aberração. Promete que não vai ficar com medo de mim novamente?

— Prometo, papai. Desculpe por ficar com medo... Eu pensei que fosse te perder pra sempre — ele baixou seu olhar, e num ato rápido, apertei sua mão com mais força, fazendo-o olhar para mim.

— Não fala isso, não. Palavras de crianças têm poder, sabia? Eu não vou abandonar vocês. Nunca vou — falei, desesperadamente. — Não repita novamente, ok? O papai não vai morrer.

— Papai... eu te amo muito — sua voz começou a ficar embargada, junto com as lágrimas que desciam sem parar. Observei-o subir na cama, agarrando meu pescoço com cuidado e carinho. — Por favor, cumpra sua promessa e não me abandone, papai — seu choro pôde ser escutado pelo quarto, e por impulso, comecei a afagar suas costas, apenas apoiando-o e mostrando que eu estava ali.

— Eu sempre estarei aqui, meu filho. Não importa o que aconteça, você nunca estará sozinho — murmurei, enquanto sentia seu abraço se intensificar.

***

11/05/2024

Point of view: Kim Taehyung
Seul - Coreia do Sul
Sábado

09:37 AM

Fui até o lado de fora após deixar Jinwoo e Lohan sozinhos. Ao encontrar minhas irmãs, Jungkook e Chaeyoung, caminhei até eles, recebendo o olhar dos quatro. Jennie começou a caminhar até mim, chorando, eu observei ela com o cenho franzido, até que meu corpo foi brutalmente para trás quando a garota me abraçou com força, transformando sua dor em lágrimas, emitindo um som alto. Mesmo sem entender, comecei a afagar suas costas, ouvindo seus soluços dolorosos e tristes.

— Ele não acreditou em mim, Tae... O Lohan não acreditou em mim — sua voz estava abafada, pois ela estava com a cabeça enterrada em meu peito. — Ele me odeia agora.

— Fique tranquila, eu vou te ajudar com ele. Lembra que me disse que tem câmeras? — ela não respondeu. — Vamos buscar as gravações e mostrar pra ele. Vai dar tudo certo, maninha.

— Taehyung — olhei para Jungkook —, eu posso ir com ela buscar as gravações. O que acha, Jennie?

Estava mais do que claro que todos ali não queriam ver os dois separados novamente. Jisoo e Chaeyoung estavam um pouco longe, imagino que seja por conta da emotiva da Chae, que não aguenta ver a Jennie chorar que chora também.

— Jen, o que acha? — afastei-me dela, segurando seu rosto com minhas duas mãos e a forçando olhar para mim. — Não se preocupe, eu, a Chae e a Chu vamos ficar aqui pra cuidar dele. Você precisa ir buscar essas gravações se quiser ter o Lohan de volta.

— Eu vou ir com você, então não estará correndo perigo. Não se preocupe, se encontrarmos algum Manobal no caminho, vou garantir que nem olhem pra você.

— Desde que você não mate ninguém, tá tudo certo — falei e ele me olhou sem brilho. — O que? Meu querido, a gente é pobre. O Lohan ainda não é rico, não, tá bom.

— Vamos logo, Jennie — ele segurou a mão da minha irmã, que estava calada ainda. — Tae, cuida deles, por favor. Não se distraia com o que não deve, o que está acontecendo aqui é bem mais importante — assenti, observando-os se afastarem.

Suspirei fundo antes de começar a caminhar até às noivas lindas em minha frente. Ofereci um sorriso gentil, disposto a mudar de assunto para amenizar o clima triste. Ambas estavam separadas, porém ainda sim, trocavam olhares e sorrisos fofos e apaixonados.

— Como estão os preparativos?

— Estávamos pensando em adiar — Jisoo disse e Chaeyoung assentiu. Franzi o cenho enquanto me sentava em uma mureta.

— Por quê?

— Você e o Lohan vão pro exército esse ano, ou seja, não irão ao nosso casamento — Chae falou, sentando ao meu lado e bagunçando meus cabelos em seguida.

— Não mexe no meu cabelo, bruxa.

— Nunca entendi o porquê de você me chamar de bruxa. Tem algum motivo especial?

— Pra minha irmã gostar de você só deve ter sido por feitiço — falei em um tom sarcástico, olhando para ela. Senti algo ardente nas minhas costas, percebendo que levei um tapa "macio" da minha cunhadinha.

— Toma, trouxa! — Jisoo exclamou, rindo de mim.

— Em pensar que toda vez que a Jisoo te irrita ela leva um desses — suspirei, massageando o local atingido com um pouco de dificuldade. — Como você ainda tem coluna depois de 10 anos?

— Te explico mais tarde, agora não dá.

Chaeyoung encarou sua noiva com o cenho franzido, o que me fez rir. Enquanto a loira se distraía em seu celular, passou duas mulheres atrás da Jisoo com um cachorro, o que chamou atenção da Jisoo. Conhecendo ela, eu sei que foi o cachorro, mas a Chaeyoung é surtada, então...

— Cuidado pra não quebrar o pescoço, Jisoo — falei, percebendo que a mulher olhou para minha irmã, que corou de medo enquanto me encarava. A loira olhou para o lado, vendo as duas mulheres andando.

— Eu tava olhando pro cachorro, amor — ela se afastou, vendo Chaeyoung se levantar e andar lentamente em direção.

— Cachorro, sua vagabunda? Tarada do caralho, filha da puta — após isso, um som estralado foi escutado, o que fez meu sorriso abrir lentamente. Não pude escutar mais, já que a Jisoo começou a correr da Chaeyoung, enquanto eu ria alto e escutava os gritos de socorro da minha irmã.

— TAEHYUNG, SEU DESGRAÇADO! — ela passou correndo na minha frente e logo sumiu de visão, é bem provável que a mulher rodeie o hospital correndo da bruxinha.

Juntos Outra Vez • Jenlisa TransWhere stories live. Discover now