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Após o encontro com Peter, Galadriel deslizava pelas ruas de Storybrooke sob o manto da noite, uma figura solitária em busca de um destino que a separaria ainda mais do mundo que conhecia. A cidade, com seus segredos e histórias entrelaçadas, ficava para trás enquanto ela ia além de seus limites, rumo ao desconhecido.

Seu destino era um santuário escondido, um lugar esquecido por muitos, mas não por ela. Esse refúgio pertencera a Regina, conhecida por seus poderes formidáveis e suas poções mágicas. Era lá que Galadriel esperava encontrar o que precisava para controlar a adaga e, consequentemente, o poder do Senhor das Trevas.

A entrada do santuário estava dissimulada pela vegetação densa, uma passagem secreta que apenas poucos conheciam. Ao atravessar o limiar, Galadriel sentiu um arrepio percorrer sua espinha, não de medo, mas de antecipação. O interior do santuário era um espetáculo à parte, iluminado por uma combinação mística de luz lunar e brilho de poções. As prateleiras estavam repletas de frascos, cada um com uma cor e propriedade distintas, guardando os segredos mais profundos da magia.

Seus olhos brilhavam com um misto de admiração e cobiça enquanto ela explorava o lugar, um sorriso de fascínio delineando seus lábios. Sua busca a levou a uma seleção especial de poções, aquelas capazes de conferir-lhe domínio absoluto sobre a adaga e o poder obscuro que ela encerrava. Com cada poção que escolhia, uma parte dela parecia hesitar, uma sombra de dúvida que questionava se aquele era realmente o caminho que desejava seguir. Recordações de um tempo mais simples, em que a escuridão não a seduzia tão intensamente, sussurravam palavras de cautela.

Entretanto, a nova Galadriel, moldada por ambições que ultrapassavam os limites do bem e do mal, afastava esses sussurros com uma determinação feroz. Ela estava em uma encruzilhada, dividida entre o legado de heroísmo que Storybrooke representava e o chamado sedutor do poder absoluto. Mas sua escolha já estava feita. Armada com as poções mágicas, ela estava pronta para enfrentar o que viesse pela frente, disposta a se tornar a futura Senhora das Trevas e senhora da adaga.

Assim, com os frascos seguros em seu manto, Galadriel deixava o santuário e Storybrooke para trás, embarcando em uma jornada que a transformaria para sempre.

Na quietude da floresta, enquanto Galadriel avançava com seu manto pesado de poções e um coração mais pesado ainda de segredos, uma voz familiar cortou a escuridão.

- Henry? - Galadriel parou abruptamente, surpresa. Diante dela, sob a luz fraca da lua que se infiltrava através das folhas das árvores, estava Henry, com uma expressão mista de curiosidade e preocupação.

- Galadriel, o que você está fazendo aqui? É muito tarde para estar sozinha na floresta, - disse Henry, aproximando-se com cautela.

Ela hesitou por um momento, sua mente trabalhando rapidamente para tecer uma mentira convincente.

- Ah, Henry, - ela começou, forçando um sorriso cansado. - Sabe como é... As últimas semanas foram tão tumultuadas. Eu só... eu precisava de um pouco de ar, de espaço para pensar. A ansiedade estava me consumindo.

Henry observou-a atentamente, claramente preocupado, mas querendo acreditar nela.

- Eu entendo, - ele disse suavemente. - Storybrooke tem sido um turbilhão de emoções ultimamente. Mas você sabe que não é seguro andar sozinha à noite, especialmente aqui. Há sempre algo à espreita na floresta.

Galadriel abaixou o olhar, sentindo uma pontada de culpa pelo engano.

- Eu sei, eu sei. Foi uma decisão impulsiva. Prometo que não farei disso um hábito.

- Você está bem, ao menos? Precisa de companhia para voltar? - Henry ofereceu, demonstrando sua natureza protetora inata.

Ela balançou a cabeça, um gesto de recusa.

Piratas em NeverLand - Peter Pan Onde as histórias ganham vida. Descobre agora