Capítulo 13

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Assim que travou o cinto de segurança, Eijiro retomou o diálogo:

— Consegui um emprego! — revelou cheio de empolgação.

Katsuki ergueu a sobrancelha e observou o outro, antes de dar partida no carro.

— Onde?

— Lembra da minha amiga Mina? Acho que cheguei a comentar com você em algum momento... — esperou a confirmação por meio de um aceno de cabeça, antes de continuar: — Ela ficou online no chat, começamos a conversar e a pobrezinha disse que estava desesperada sem um funcionário para fazer as entregas. Eu contei que voltei para Musutafu e.. tada! Tenho um emprego.

— Que bom. Você disse que ela tem uma floricultura?

— Sim! Vou ficar com as entregas e ajudar com a parte de Ikebana.

A informação surpreendeu Katsuki. A cada vez conhecia um pouco mais aquele rapaz e cada novo detalhe o encantava.

— Ikebana?

— Amo trabalhar com flores. Começo amanhã mesmo.

— Precisa de carona?

— Hum... a floricultura dela fica no centro. É meio contra a mão do seu caminho.

— Não me importo — a resposta veio sincera e sem afetação.

Foi a vez de Kirishima observar o outro, um tanto surpreso. Apenas para sentir uma onda de preocupação e cuidado através do vínculo, que o fez sorrir. Tão típico de Alphas. Ou melhor, de bons Alphas... apesar de toda aquela postura agressiva e intimidadora, o lado animal não poderia ser mais afável com o companheiro escolhido.

Sorriu antes de responder:

— Obrigado pela carona!

Katsuki não respondeu. Concentrou-se em dirigir pelo trânsito não tão tranquilo, característico de hora do rush. O casal ficou em silêncio por algum tempo, algo confortável em que a essência de Alpha e Omega se sondava em variadas formas de harmonia.

O rapaz de cabelos ruivos distraiu-se admirando a paisagem pela janela. Ganhando breves olhadelas de canto de olho. Em momentos assim Katsuki era fulminado pela percepção de ter um (quase) (completo) desconhecido sentado ao seu lado. Alguém que não conseguia pensar em ficar sem. Viver era enfrentar desafios inimagináveis. Imensuráveis.

— E as suas novidades?! — Eijiro retomou o assunto de repente.

— Ah, tem um detetive que se acha meu amigo. Ele nos convidou para jantar na sexta-feira.

— Que ótimo! — animação fluiu em ondas. Pela primeira vez Katsuki ficou feliz em aceitar um chamado que sempre julgou inconveniente.

Foi então que avistaram a konbini. O Alpha manobrou o carro, estacionando em uma das vagas e eles foram às compras.

Uma necessidade vital que nunca foi das mais preferidas de Bakugo. Porém, não podia dizer que detestava. Era apenas... um ponto da rotina, como lavar roupas ou guardar louças. Que no começo de noite ganhou outros tons, enquanto pechinchava as estantes de produtos atrás dos melhores preços, caçava ofertas e selecionava alguns doces a mais do que o costumeiro. Fazer o mercado com Kirishima foi uma experiência toda nova, e fez o que era rotina ter toda uma nova configuração. Muito mais agradável.

Em casa, guardaram as compras juntos, com Katsuki explicando sobre o funcionamento de cada coisa. Como a casa era inteligente, muitos dos aparelhos se conectavam à Inteligência Artificial. Com isso Eijiro estava acostumado, porque em Tokyo tudo apresentava tecnologia de ponta.

O primeiro ato do Omega foi solicitar (com gentileza) que a Alexa enchesse a banheira. Facilmente, em seguida, Eijiro programou algumas funções no fogão e colocou os legumes congelados para cozinhar, a carne cortada em cubos para refogar, o arroz na panela elétrica e a omeleteira em ação.

SoulmatesWhere stories live. Discover now