Bakugo Katsuki é um Alpha bem sucedido e dedicado que tem sua vida bagunçada ao encontrar Kirishima Eijiro, um Omega de cabelos ruivos e sorriso marcante.
Mas isso só acontece depois de um detalhe fundamental: eles se casaram nem se conhecer, guiado...
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O check-out da hospedaria devia ser feito até as doze horas. Mas o inusitado e não planejado casal tinha tanta coisa para resolver, que eles acabaram encerrado a estadia logo após o reforçado café da manhã.
Assim que deu partida no carro, Katsuki foi atingido pela percepção fulminante de viver uma realidade alternativa, ou um sonho, como sentiu algumas vezes desde a noite de sexta-feira. Ali estava ele dirigindo rumo a Minato, ao lado do companheiro requisitado, para que ele juntasse as coisas e pedisse demissão dos empregos. Assim seguiriam para Musutafu e morariam juntos por algum tempo.
Quanta loucura.
Olhou de soslaio para o Ômega ao seu lado. O rapaz caprichara no penteado arrepiado, erguendo os fios com esmero, vestia uma regata branca com um grande girassol na frente, bermuda jeans e crocs. Era um caso perdido.
A nuca estava cuidada por uma boa camada de analgésico e protegida por um curativo bem feito por Katsuki, já que o pobrezinho acordou com o machucado doendo um bocado. Era o único incomodo que captava. De resto, Eijiro parecia confortável. Ou tão confortável quanto se poderia estar na situação. Aquela postura "my pace" era coisa de libriano?!
Balançou a cabeça com o pensamento. Só faltava essa, se contagiar com a besteira de signos!
A viagem de Taito a Minato era rápida. Havia algum trânsito, e ainda assim demoraram cerca de meia hora. Eijiro foi explicando o caminho até chegar em um prédio reformado e dividido em micro quitinetes. Katsuki já tinha ouvido falar sobre a prática cada vez mais comum em Tokyo, mas ficou absolutamente chocado ao aceitar o convite para entrar e descobrir que se tratava de um espaço de nove metros quadrados.
— Caralho. Como você vive aqui? — não pôde evitar a exclamação. Não esperou resposta e disse que ia ficar no estacionamento, ali era muito apertado.
O Omega assistiu a fuga dando de ombros. Era pequeno? Sim. E tal qual tudo na vida, passível de adaptação. Oitenta e cinco mil ienes por aquele espaço diminuto... estava acostumado a pagar caro pelo lar, vivia adaptado. Mas não afirmaria nunca que era difícil dizer adeus.
Algum tempo depois, o detetive assistiu o rapaz descer com duas malas de tamanho mediano e uma mochila estufada. Tudo o que possuía estava reunido ali, não era muita coisa, graças a falta de espaço também. Não adiantava comprar demais se não havia onde guardar.
— Se importa de passar em dois lugares antes? — Eijiro indagou ao acomodarem-se no veículo.
— Não — a resposta veio simplória. Estava fazendo uma via sacra, ou melhor, um cortejo com o novo companheiro. Tinha tantos pontos controversos envolvidos, que o pedido do Ômega era um simples adendo.
Com as orientações de Eijiro chegaram ao primeiro arubaito do rapaz, um restaurante onde ele trabalhava lavando pratos, e que rendeu despedidas emocionadas. Todo mundo gostava do simpático ruivinho. A Marca despertou curiosidade e interesse, do qual Eijiro desenrolou-se com graça e bom-humor.