85

2.5K 215 47
                                    

Enzo Martins

— Bora logo, porra. - Apressei o Felipe — Tu reclamou tanto no grupo mas tá pior que as meninas.

— Tenho que tá bonitão, pô. - Falou passando perfume e eu olhei pra ele querendo rir.

— Só nascendo de novo. - Respondi baixo e ele virou rápido pra mim.

— Eu só não falo nada contigo porque tamo atrasado. - Ele resmungou e eu forcei um sorriso irônico.

— Tu combinou com todo mundo 18h e ainda nem saímos daqui, cara. - Falei negando com a cabeça me jogando na cama dele — Depois reclama das duas encherem seu saco.

— Vai dar tempo, caralho. - Ele falou arrumando a barba — Confia.

    Não falei nada, deixei ele enrolando ali e comecei a mexer no celular.

    Depois de uns quinze minutos, ele finalmente ficou pronto e fomos pra festa encontrar as meninas.

Quando eu achei uma vaga, nossos celulares começaram a notificar ao mesmo tempo.

— Deve ser as duas chatas. - O Felipe murmurou desbloqueando o dele.



                                    WhatsApp

Só os puros 🍻

       Cecília: Caralho Felipe 18h06
       Cecília: Vc deu quase um ultimato pra todo mundo chegar 18h em ponto e nem aqui vc tá
       Amanda: Juro, que raiva 18h08
       Amanda: Deu tempo nem de fazer cachos pq o bonito não deixou ninguém se atrasar
       Cecília: E ele mesmo se atrasa kkkkk 🤣
       Amanda: Piada
       Felipe viado 🦌: Calma bebês 18h10
       Felipe viado 🦌: Enzolas acabou de estacionar, tamo chegando já
       Cecília: Enzolas kkkkkkkk
       Cecilia: Deixa ele ver tu chamando ele assim
       Felipe viado 🦌: Não tenho medo do teu homem
       Cecilia: Não tem medo mas faz tudo que ele manda né 🤔
       Felipe viado 🦌: Tchau, Cecília
       Felipe viado 🦌: Loira chata da porra
       Amanda: Kkkkkkkkkkk

Fomos até as meninas e o Guilherme tava lá com elas, parecendo segurança.

— Até que enfim os dois alecrins dourados resolveram aparecer. - Amanda resmungou.

— Oi pra tu também, chata. - Falei deixando um beijo na cabeça dela — E aí? - Falei cumprimentando o Guilherme.

— Bom? - Respondeu apertando minha mão e eu assenti com a cabeça.

— Tá linda, em. - Falei me aproximando da Cecília e ela deixou um beijo na minha boca.

— Que bom que gostou. Alvo acertado com sucesso. - Piscou pra mim e eu ri abraçando ela.

— Bora, casal? - Felipe encheu o saco — Se quiser a gente espera, pô. Ninguém tá com pressa mesmo.

— Deixa de ser chato, cara. - A Amanda brigou com ele.

— Respeita a tua mulh... - Fui falar mas a Cecília me interrompeu falando alto por cima de mim.

— Gente, alguém viu a Jade? - Cecília berrou e eu olhei pra ela sem entender.

Quando olhei pro Felipe e pra Amanda, os dois tavam com os olhos arregalados.

Olhei pro Guilherme que nos olhava sem entender e saquei o porquê da Cecília interromper minha fala.

— Não, amiga. - A Amanda respondeu disfarçando — Não vi a Jade. Você viu ela, Guilherme?

— Eu não. - Respondeu dando de ombros — Vocês são estranhos.

— Esse é o nosso normal. - Felipe respondeu fazendo graça.

— Bora lá. - Falei apontando pra fila que tinha andado e peguei na mão da Cecília.

Entramos e o Felipe nos levou até a área vip que ele tanto falou.

— Porra, isso daqui é outro nível. - O Guilherme falou analisando o lugar — Tem até garçom servindo champanhe, parceiro.

— To falando, caralho. Eu sei o que é bom, pô. - Felipe se gabou pro Guilherme — E esses três ingratos ainda reclamam quando arrasto eles pra algum lugar.

— Não cai nesse papinho dele não, Guilherme. - A Cecília disse abraçada na minha cintura — Teve um feriado que ele arrastou a gente pro meio do mato onde nem pegava internet.

— Se fosse só meio do mato tava bom. - A Amanda completou — Aquilo era um buraco, localizado na puta que pariu.

— Não era lugar de gente não. - Falei também — Era coisa de maluco.

— Chega, né? Ainda tá cedo pra vocês começarem a me detonar publicamente. - O Felipe falou olhando feio pra gente — Vou começar a procurar amigos que me valorizam, vocês são fracos que só a porra.

— Meu ovo, tu não larga a gente por nada. - Falei revirando os olhos do drama dele e todo mundo riu.

— Como se você largasse ele, Enzo. - A Amanda debochou e o Felipe sorriu irônico pra mim.

— Manda sua amiga calar a boca? - Perguntei pra Cecília e a Amanda meteu o tapa em mim — Mina louca do caralho. Como tu aguenta? - Perguntei pro Guilherme e ele negou com a cabeça.

— Simplesmente não aguento, nem tento lidar com isso aí. - Ele respondeu fazendo pouco caso apontando pra Amanda, que ficou de boca aberta.

— Você me respeita, seu otario. - A Amanda falou ameaçando bater no Guilherme e ele desviou rindo.

— Vou no banheiro antes que essa louca surte pra cima de mim. - Ele avisou colocando o celular no bolso.

— Vai só no banheiro mesmo ou vai sumir igual aquele dia? - A Cecília perguntou e todo mundo gargalhou da cara dele.

— Qualquer coisa é só a gente procurar a Jade que acha ele. - Felipe brincou e o Guilherme saiu dando dedo pra gente.

— Cadê a Jade? - A Amanda perguntou pra Cecília, que desbloqueou o celular provavelmente pra ver se tinha mensagens da Jade.

— Teu irmão acabou de sair daqui e tu já tá surtando? - Felipe perguntou pra Amanda.

— Não to surtando, gente. - Ela se defendeu — Só quero saber cadê a menina, ué.

— Ela disse que ainda nem saiu de casa. - A Cecília respondeu concentrada no celular.

— Bora pegar uma mesa então. - Felipe falou indo atrás de uma mesa e seguimos ele.

    Sentei na ponta da mesa e puxei a Cecília pra sentar do meu lado.

   A Amanda sentou ao lado do Felipe, que sussurrou algo no ouvido dela fazendo a mesma sorrir igual uma filha da puta.

— O que vamos pedir? - A Cecília falou olhando o cardápio.

— Já tá querendo fazer as honras? - Felipe perturbou a Ceci e ela forçou um sorriso debochado pra ele.

— Pior que não, quero comidinha. - Ela respondeu olhando os petiscos e eu ri.

— Pede uma batata. - Falei alisando a coxa dela, que olhou as batatas no cardápio e concordou com a cabeça.

— Pede duas, amiga. To com fome também. - A Amanda falou e a Cecília assentiu.

    Chamei um garçom que passava e a Cecília pediu as duas batatas.

— Vou matar o que tá me matando. - A Amanda comemorou e a gente riu — Amiga, esqueci meus anéis. Me empresta esse aqui? - Ela pediu apontando pra um anel que a Cecília usava no dedo anelar.

— Claro, amiga. - Cecília disse tirando o anel do dedo e entregando pra Amanda.

— Brigada, cheirosa. - A Amanda agradeceu colocando no dedo, me olhando em seguida por alguns segundos.

Segurei o riso e neguei a cabeça disfarçadamente, entendendo o que ela tinha acabado de fazer.

    Olhei pra Cecília, que encarava um ponto qualquer, agradecendo por ela não fazer ideia do que acabou de rolar aqui.

Aquela PessoaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora