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Enzo Martins

   

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    Já tinha passado das 16h30 e eu tava aqui na casa do Felipe esperando as meninas pra gente ir pra tal festa

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    Já tinha passado das 16h30 e eu tava aqui na casa do Felipe esperando as meninas pra gente ir pra tal festa.

    Eu realmente não sei como isso aconteceu e nem em que momento eu concordei em ir pra uma festa quarta-feira, ideia de maluco pô.

   
— Nesse jogo ninguém me barra, porra.  - Felipe falou jogando o controle em cima do sofá.

— Também pô, roubando desse jeito não tem como perder né. - Falei puto.

— Teu cu, arromba... - Foi interrompido pela campainha.

    Felipe abriu a porta cumprimentando as meninas e elas vieram me cumprimentar.

— Nossa, eu dou aulas nesse jogo - Cecília disse observando a tv.

— Não mais que eu, loirinha. - Felipe se gabou piscando pra Cecília.

— O pior é que a Cecília mete o louco mesmo. - Amanda concordou.

— Por favor Cecília, mete um pau nesse maluco pra ele largar de ser cuzão. - Falei entregando o controle pra ela.

— Ih, por que? Não deu conta do recado? - Falou em um tom provocativo pegando o controle da minha mão.

— Caralho loirinha, meteu a braba na resposta. - Felipe disse gargalhando da minha cara.

— Tá rindo demais pra quem tá prestes a virar meu pato. - Arqueou uma das sobrancelhas olhando pro Felipe.

— Foda- se a festa maluco, aqui vai rolar cabeças a partir de agora. - O Felipe falou enquanto pegava o controle que ele tinha jogado no sofá há poucos minutos e dando play no jogo.

                                 [...]

— To falando caralhooooo. - A Cecília comemorou gritando enquanto abraçava a Amanda, parecendo comemoração da copa do mundo.

— Minha amiga manda muito, não tem jeito - Amanda disse pulando igual doida junto com a Cecília.

— Porra loirinha, colocou o Felipe no lugar dele.- Eu disse batendo na mão dela.

— Caralho parceira, que porra foi que tu fez pra conseguir ganhar sete vezes? - Felipe perguntou desacreditado.

    Sim, Felipe tomou uma taca da Cecília. Já beirava às 19h e os dois tavam dando a vida nesse jogo.

— Teu erro foi querer jogar com profissional. - Cecília disse jogando o cabelo pra trás.

— Caralho mané, a Cecília fez dois milagres hoje. Conseguiu fazer o Felipe desistir de ir pra uma festa e ainda de quebra deu uma surra nele. - Falei refletindo em voz alta.

— Surra nada, deu logo um cacete. - A Amanda falou gargalhando da cara de tacho que o Felipe tava.

— Já que veio me desmoralizar na minha própria casa, deveria pelo menos pagar as pizzas. - Felipe disse em um tom sugestivo.

— Se eu fosse você pagava caladinho, já se humilhou muito por hoje. - Cecília respondeu se sentando de volta.

  
    Foi só falar nas pizzas que elas chegaram. Foi o maior sacrifício entrar em um consenso entre doce ou salgada. Então pedimos uma doce e duas salgadas depois de muita discussão sobre os sabores.

    Felipe revirou os olhos pegando a carteira e indo lá pra fora, fazendo todo mundo gargalhar da revolta dele por ter perdido a aposta.







Cecília Albuquerque

    Acabou que a gente nem foi pra festa e ficamos na casa do Felipe mesmo. Inclusive, dei uma coça nele aqui no jogo, dando o meu nome mesmo.

    Já era quase 21h e estávamos todos jogados no sofá discordando de alguma coisa pra variar.

— Como assim tu consegue não gostar de azeitona, Amanda? - Felipe perguntou incrédulo olhando pra Amanda.

— Cara, é horrível o gosto. Sempre coloco no prato da Cecília. - Amanda respondeu deitada no meu colo.

— Deixem ela, bom que sobra mais pra mim - Falei concentrada no celular. — Amiga, Guilherme quer saber se já vem buscar a gente.

    Como pensamos que íamos pra festa, viemos de uber pra casa do Felipe e a Amanda combinou do Gui vir buscar a gente na volta.

— Não pô, eu levo vocês. - O Enzo se ofereceu — Vai ser caminho.

— Como você sabe que vai ser caminho se nem sabe onde a gente mora? - Perguntei só de graça pra implicar com ele.

— Chata demais cara, tá maluco. - Disse empurrando minha cabeça. — Então vão a pé, caralho. - O Enzo falou puto me fazendo gargalhar alto.

— To zuando só. - Respondi — Mas fica tranquilo, o Gui vem buscar a gente mesmo.

— Não quer aceitar carona porque tá com medo do namorado achar ruim? - O Enzo perguntou com a sobrancelha arqueada achando que o Guilherme era meu namorado.

— Não fode, carai. - Amanda respondeu jogando uma almofada nele — Guilherme é meu irmão.

— Ai porra. - Enzo murmurou passando a mão onde a Amanda tinha jogado a almofada e tacou outra de volta nela.

— Podem ir parando. - Felipe brigou tentando colocar ordem — Tão achando que a minha casa virou bagunça? - Perguntou e em questão de segundos acabou levando uma almofadada na cara.

— Tem moral nenhuma, tadinho. - Amanda disse gargalhando.

— O pior é ele achar que tem. - Falei rindo junto com ela da cara do Felipe.

Depois de uns 30 min o Guilherme buscou a gente e acabei indo dormir na Amanda, pra ele não ter que me deixar em casa.

Amanda tava certa, aqueles dois são muito gente boa mesmo, sem tempo ruim com eles.

A noite foi muito melhor do que imaginei. Eu tava precisando de uma noite tranquila e descontraída assim.

Aquela PessoaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora