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Enzo Martins

    Depois de nós cinco passar o intervalo rindo, chegou a hora chata de cada um ir pro seu campus pra retomar a aula.

   Fui na frente com a Cecília, com o braço em volta do pescoço dela.

   Fomos conversando até chegar o momento de cada um ir pro seu lado.

— Tchau, gatinha.- Falei dando um selinho demorado nela — Até depois.

— Até. - Ela falou segurando meu rosto e dando mais um selinho.

    Quando eu virei pra ir pra minha sala o Fábio tava atrás de mim.

— Então é por isso que tu ficou putinho quando eu fiz aquele comentário sobre loiras no trabalho. - Ele disse com os braços cruzados e um sorriso debochado.

— Demorou pra descobrir. - Devolvi deboche cruzando os braços também — Achei que você fosse mais rápido.

— Eu sou, mas vi que você é mais. - Falou irônico — Por isso você não gosta de mim, por causa da sua loira.

— Exatamente. - Concordei — Minha loira.

— Que eu saiba a Cecília não tá namorando. - Ele falou com um sorrisinho de canto.

— Ainda. - Falei firme e saí deixando ele sozinho.

Fui pisando duro pra sala, esse moleque consegue me tirar do sério.

Cheguei lá e o Felipe já me olhou da porta até eu sentar do lado dele.

— Que cara é essa? - Ele perguntou e olhou pra porta vendo o Fábio entrando me encarando — Porra, vocês discutiram?

— Esse maluco me viu com a Cecília e quis vir tirar satisfação comigo. - Falei puto.

— Satisfação? - Felipe perguntou incrédulo — Ele e a Cecília é a mesma coisa que nada e esse filho da puta quis ir tirar satisfação contigo?

— Sim, porra. - Falei passando a mão pelo rosto — Essa história me deixa de cabeça quente.

— E o que você respondeu pra ele? - Felipe perguntou.

— Ah, meti deboche de volta. Ele veio dizendo que a Cecília não tem namorado e eu respondi que ela ainda não tem.

— Caralho, moleque. - Felipe falou batendo na minha mão — Tu é brabo, tinha que ser meu amigo mesmo.

Antes da gente prolongar o assunto o professor chamou nosso grupo pra apresentar.

Quando fomos apresentar, percebi que o Fábio interrompia tudo que eu ia falar.

Fiquei quieto achando graça deixando o besta apresentar o trabalho todo sozinho, melhor pra mim.

Felipe me olhou discreto pra confirmar se eu tava vendo o Fábio passando vergonha.

O professor mandou a gente ir sentar e esperar os outros grupos se apresentarem.

Quando foi a vez da gente ir descobrir o diagnóstico bucal dos outros grupos, ninguém sabia responder além de mim.

Eu sabia que tinha muita coisa ali que o Felipe sabia responder, mas percebi que ele tava deixando pra eu responder pro Fábio ficar com uma cara de tacho ainda maior.

Depois de eu acertar todos os diagnósticos, lancei um olhar pro Fábio com um sorrisinho debochado.

Ele negou com a cabeça revirando os olhos, me fazendo achar ainda mais engraçado a situação.

    Não demorou muito e o professor liberou todo mundo pra ir embora.

   Eu e o Felipe fomos caminhando pra fora do nosso campus, pra encontrar as meninas.

— Caralhoooo. - Ele falou rindo — Tu amassou o Fábio, cara.

— A cara dele no final foi muito boa. - Concordei rindo junto.

    Fomos conversando sobre isso até chegar perto das meninas.

— O que vocês dois tão conversando animados? - A Amanda perguntou e a Cecília olhou desconfiada pra gente.

— Não é nad... - Fui negar e o filho da puta do Felipe me interrompeu.

— O Enzo amassou o Fábio hoje na apresentação. - Felipe falou todo empolgado — Humilhou sem dó nem piedade.

— Fábio? - Amanda perguntou sem entender.

— Um moleque da nossa sala que o Enzo não gosta porque fica dando em cima da Cecília. - Felipe respondeu e eu olhei pra ele dando um sermão com o olhar.

— Caralho, aquele Fábio? - Amanda perguntou chocada pra Cecília e a mesma assentiu.

— Mas o que aconteceu, gente? - Cecília perguntou com um ponto de interrogação na cara.

— O Fábio te viu com o Enzo no fim do intervalo e foi tirar satisfação com ele. - Esse boca aberta respondeu me fazendo fechar os olhos.

— E o que você respondeu? - A Cecília perguntou pra mim e antes de eu falar alguma coisa a Jade apareceu.

— Quem é vivo sempre aparece. - Amanda falou olhando pra Jade.

— Oi, gente. - A Jade respondeu como se nada tivesse rolado no show.

— Quanto tempo, senhora. - Felipe debochou e todo mundo riu, inclusive a Jade.

    Ficamos ali batendo mó papo, até chegar a hora de cada um ir pra casa.

   Fui até a Cecília pra me despedir dela e ela me olhou como se esperasse a minha resposta da pergunta anteriormente feita por ela.

— Eu respondi que você é minha loira e que não tem namorado, ainda. - Falei no ouvido dela sentindo a mesma arrepiar, deixando um beijo na boca dela em seguida.

Aquela PessoaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora