> > violência parte 2

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Depois que o Nyko checou e me curou do melhor jeito possível, eu me retirei para o meu quarto onde foi falado para que eu repouse. Eu meio que não me importei porquê eu queria ficar sozinha de qualquer forma. Lexa, por outro lado, estava relutante em me deixar, mas quando me viu irritada, ela concordou.

Então é aqui onde estou agora. Deitada, na minha cama, com os olhos fechados, fones no ouvido e música saindo o mais alto que dá deles. Qualquer coisa é valida para clarear os meus pensamentos, mas é claro que não está funcionando. Tudo o que se passa pela minha mente é aquele grounder idiota machucando a minha melhor amiga e aqueles outros grounders matando aquele homem inocente .

Eu nunca pensei que os grounders fossem tão violentos. Tudo bem que eles tem a cara e a aparência, e todos tem armas e tals, mas até agora eu não tinha visto nada remotamente violento.

Parece que eu tava errada pra caramba

Continuei escutando música, me sentindo bem confortável na minha cama. A dor no meu abdomen não existe mais, graças a um tipo estranho de remédio que o Nyko me deu, a única coisa que ainda tem é o hematoma. Meu rosto ainda está intacto bom, tirando os dois olhos roxos e o corte no lábio, a dor é minima. Eu não tinha ideia do quanto o 'remédio' deles iria ajudar, mas estou feliz de que ajudou muito assim Deka se recupera também, é o que espero.

Abri meus olhos, quando senti o fone ser puxado do meu ouvido, para ver quem era. Lexa está de pé ao lado da cama e com um tipo de tigela em mãos.

"Eu bati na porta, mas você não atendeu," se explicou. "Eu cutuquei você segundos atrás, mas acho que você não sentiu."

Revirei os olhos, mas me sentei com um lado do fon ainda em um dos ouvidos.

"O que você quer, Lexa?"

Ela assentiu para a tigela.

"Eu vim ver os seus ferimentos," ela não esperou por uma resposta minha, se dirigiu para o sofá, se sentou e começou a preparar o remédio.

Estreitei meus olhos em sua direção, murmurando um:

"Tá bem."

Me juntei a ela no sofá, sentando ao seu lado onde ela teria acesso ao meu rosto. Fechei os olhos e me preparei. Quando ela começou a passar o remédio, me encolhi com a sensação de ardência que o algodão estava dando.

Abri os olhos.

"Cara, isso dói!"

"É para previnir infecção," me informou comprimindo os lábios com impaciência. "Por favor, feche os olhos."

Suspirei baixo e sem dizer nada fiz o que ela disse. Deixei que Lexa fizesse — seja lá o que ela está fazendo —, e tentando ignorar a dor que isso estava me causando. Se isso vai me beneficiar ao longo do tempo, eu não me importo tanto com isso.

Quando Lexa parou de passar o remédio nos meus olhos, presumi que ela tinha acabado, então abri os olhos só para ver ela olhando para a tigela em suas mãos.

"Os seus machucados são bem feios, mas poderiam ter sido piores," falou olhando novamente para mim, seus olhos percorrendo o meu rosto. "Você teve sorte."

"Os meus machucados não são piores que os da Deka," falei já pensando em como a minha amiga deve estar.

Espero que ela esteja bem

Lexa soltou um suspiro enquanto me observava.

"Você não deveria ter se envolvido no castigo dela, (S/N). Ela mereceu aquilo."

Meus olhos se arregalaram quando ouvi Lexa dizer o que disse.

Me afastei dela, tirando o fone do meu ouvido com raiva.

"Ela mereceu aquilo? Ela merecia ser agredida até quase morrer?" questionei com frustração, irritada por Lexa pensar em algo desse tipo, imagina falar.

Talvez ela não seja quem eu pensei que fosse

Lexa sentou ereta, erguendo o queixo com indiferença.

"Era a punição dela."

Estreitei os olhos em sua direção.

"Punição? Punição pelo quê?"

"Roubo de provisões," Lexa disse simplesmente, como se isso fosse uma razão válida pelo estado de saúde atual de Deka.

"Roubando que tipo de provisões causa exatamente uma punição de agressão até quase a morte?" ergui meu tom de voz com raiva, fechando minhas mãos em punhos tentando conter a minha irritação com a garota na minha frente.

"Ela roubou pão de um estoque."

Lexa parece tão calma com a situação, como se o que está dizendo fosse completamente aceitável e como se não tivesse nada de errado com isso. Mas é aí que ela está enganada. Isso é totalmente errado e horrível e eu só espero que lá no fundo ela saiba disso.

"E não tem nada que possa ser trocado por isso?" argumentei, levantando minhas sobrancelhas com o choque do quão irracional ela está agindo. "Um tipo de prisão? Ou algo que não vai matar ela?"

Lexa só deu de ombros.

"Esse é só o nosso jeito, (S/N)."

Ela sabia que eu estava com raiva, mas vi que ela preferiu ignorar e isso só me deixou com mais raiva ainda.

"Bem, o seu jeito é muito estúpido."

Ela abriu a boca para responder, só para fechar logo em seguida. Seus olhos desviaram para longe dos meus, e eu olhei para o outro lado, com nojo do que ela acabou de dizer.

Ninguém merece a punição que a Deka teve. E Lexa não teria parado aquilo se não fosse por eu mesma ter sido machucada também.

"Eu não quero mais você aqui," falei quebrando o silencio que havia se formado. "Saia."

Lexa olhou para mim, seu rosto sem emoção e impossível de ler, como o de costume.

"Eu preciso acabar de ajudar com os seus ferimentos–"

"Eu vou ficar bem," interrompi ela de continuar falando.

Ela suspirou balançando a cabeça.

"Você não entende, (S/N)."

"Oh, eu entendo perfeitamente," defendi, lançando um olhar para ela com meus braços cruzados na frente do peito. "O seu jeito sempre acaba com violência desnecessária e isso é absolutamente idiota."

Lexa travou o maxilar e eu posso dizer que com o que eu disse sobre o jeito de viver deles puxou algum tipo de botão.

Eu só revirei os olhos, surpresa por ela ter algum tipo de emoção dentro de seu frio e amargo interior.

"Eu não gosto de como você fala do jeito que eu e meu povo vivemos," falou com calma, mas eu pudia ver a sua irritação. "Eu–"

"Saia," interrompi novamente, sem querer ouvir mais baboseiras sobre o quão 'normal' é o seu jeito de viver. "Agora."

Me levantei, sem dar a chance dela responder, e fechei os olhos por um momento, desejando só um pouquinho de paz que fosse. Mas o meu momento foi curto demais quando Lexa agarrou com certa força o meu pulso.

"Não fale desse jeito comigo, (S/N)," ela grunhiu, o que me fez olhar para seus sempre brilhantes olhos verdes que agora estão escuros de raiva. "Eu sou a Comandante."

Sem me importar com o que ela poderia fazer comigo, puxei minha mão de volta, a olhando com todo desprezo que poderia ter.

"Você não é a minha Comandante, Lexa. Agora saia."

Me olhando uma última vez d cima a baixo, virou e finalmente saiu me deixando sozinha no meu quarto.

Quando a porta do quarto bateu em suas cosas, soltei a respiração que nem havia percebido que tinha prendido.

Que porra acabou de acontecer aqui?

Eu nunca vi ela tão irritada comigo antes eu nunca estive tão irritada desse jeito com ela antes também.

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⏰ Last updated: Mar 14 ⏰

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Frozen In Time (LexaxYou)Where stories live. Discover now