Mas nunca excedíamos um limite tênue, Jeon gostava de me dizer como existir na vida de maneira bem-sucedida e eu gostava de discordar apenas para mostrar uma maneira autêntica e real de viver.

Em nosso quarto de motel o meu homem sorria, mas fora dele não havia nada além.

Na semana passada, Jeon me convidou para assistir à sua partida de tênis, aparentemente seria uma reunião intimista entre família e amigos mais próximos para comemorar o aniversário de seu pai.

Seu convite soou descarado e ousado, parecia que ele queria provar para mim seu valor e capacidade de ser bom em tudo o que propunha. Achei seu comprometimento e disciplina provocativos.

Sim, eu irei à sua partida de tênis, meu amante.

Pensava em tudo enquanto estava no banco de trás do Chevy Malibu de Jungkook, fingindo que não possuía intimidade com o veículo, mas se ele tivesse ouvidos e boca... seria uma grande testemunha dos nossos crimes, dos meus crimes.

Jeon foi diplomático e capcioso, logicamente convidou Min Yoongi e sugeriu que ele levasse Margareth, que então me levaria por consequência.

— Você trouxe tudo? — Yoongi questionou.

— Sim. — Jeon estava abstraído na direção, e eu o observava através do reflexo na janela.

— Tem certeza?

— Sim, eu tenho certeza, querido.

Min Yoongi bufou diante da impaciência de Jungkook àquela pergunta, mesmo tendo feito isso de cinco em cinco minutos na última meia hora de estrada.

Havia algo extremamente fatigante entre eles. Casamentos.

— Mada, você vai adorar conhecer a mãe do Jungkook. — Havia uma sátira sutil em seu tom, acentuada por uma risada curta.

— É? — Minha mãe, na sua mais tola ingenuidade, sequer percebeu. — Ah, estou tão preocupada em não me encaixar, mas vou adorar conhecê-la, Jungkook.

Minha mãe estava ao meu lado, respirando tensamente, deslizando os dedos pelo cinto de segurança, inquietante como se não fôssemos o suficiente para conhecer os amigos de Min Yoongi ou a família abastada de Jungkook.

— Não se preocupe, Mada, eles não são bicho-papão — Jeon falou.

Não gostava desse sentimento, dessa falta de pertencimento, e não gostava de sentir minha mãe assim, tão limitada consigo mesma.

— Sua mãe é gentil, Jungkook? — perguntei com atrevimento.

Yoongi riu nasalmente.

— Sim... — Sua voz soou mais rouca, sem nenhuma certeza, para mim ele não conseguia mentir. — Ofélia é gentil na maior parte do tempo, mas é tudo uma questão de humor.

— Claro! — Yoongi riu, empurrando o braço de Jungkook. — Jimin, acho que vai ser bom você ficar quietinho, se aprontar com dona Ofélia você verá toda a "gentileza" dela.

Às vezes eu não sabia como conversar com Min Yoongi, sentia vergonha de mentir e trair alguém que me tratava com decência, mas também sentia um certo ressentimento pela parte dele que quase sempre parecia querer alfinetar Jungkook ou qualquer um presente, então eu me perdoava e sorria.

Jeon me encarou pelo retrovisor central, e eu mordi o lábio inferior em incitação, abaixei os óculos escuros que estava usando, encarei-o e me virei para a janela.

Jungkook, querido, bebê... — Yoongi o chamou, acariciando seu ombro com doçura. — Você avisou para sua mãe que eu não cozinharia?

Jungkook suspirou impaciente, provavelmente porque a resposta não satisfaria Min Yoongi e, portanto, não faria mais ninguém no veículo ficar contente.

INSACIÁVEL • jjk + pjmWhere stories live. Discover now