Percebi o peso das palavras dela e a preocupação em seus olhos enquanto falava sobre o Jinwoo. O sonho dele era perturbador e me deixava inquieto, pois poderia ser um presságio de algo terrível. Comecei a tremer minha perna lentamente, com um certo medo do que aconteceria. O pensamento de que algo ruim pudesse estar prestes a acontecer me deixava à beira da ansiedade.

— Ele falou mais alguma coisa?

— Sim. Toda vez que ele conseguia pegar no sono de novo, eu acordava minutos depois, escutando ele repetir a mesma frase: "papai, não morre!" — seus olhos felinos continham lágrimas dolorosas, sua voz trêmula, nossos olhares encarando uns aos outros em uma troca eletrizante e triste. — Ontem, ele me perguntou se você não iria morrer. Ele me pediu pra não deixar você morrer.

— Ele te pediu isso? — ela assentiu, engolindo o choro.

— Eu sei que ele é apenas uma criança, mas você lembra que minha mãe sempre diz que crianças pressentem quando algo ruim está prestes a acontecer.

A lembrança das palavras da mãe de Jennie adicionou mais uma camada de preocupação à situação já tensa. A ideia de que o sonho de Jinwoo poderia ser um presságio real era assustadora.

Ao reparar no rosto da mulher em minha frente, percebi que lágrimas escorriam, indicando que ela não conseguia mais contê-las, portanto, deixou que sua preocupação descesse junto com lágrimas dolorosas e preocupadas.

Sem pensar duas vezes, puxei-a para um abraço, agarrando seu pescoço e deitando sua cabeça em meu peito, começando a massagear suavemente seus fios morenos, ouvindo soluços sofridos ecoarem meio abafados pelo local.

Nossos corpos se uniram em um gesto de conforto mútuo, buscando aliviar o peso das preocupações compartilhadas.

O que ela disse mexeu muito comigo, mas prefiro não pensar no pior. Eu não quero pensar no pior. Não posso abandonar meu filho e minha futura mulher — espero que seja — nesse mundo. Sei que eles já viveram sem mim, mas tenho certeza que foi uma experiência horrível, principalmente para Jennie, que guardou tantas mentiras por tanto tempo.

— Não chore, Jen. Estou aqui, isso é o que importa agora. Se isso te fizer ficar menos preocupada, prometo que vou dirigir com mais cuidado e atenção a partir de agora. Só pare de chorar.

— Desculpa — seu pedido veio entre soluços, enquanto ela se afastava e limpava suas lágrimas, dando uma leve fungada. — Eu só tô com medo de te perder de novo...

— Você não vai, Jennie — segurei seu rosto, virando-o para mim. — Eu não vou te abandonar. Não vou deixar você e o Jinwoo, ok? Vocês são minhas únicas prioridades, então não morrerei antes de vocês.

— Promete?

— Se você tá me pedindo pra eu prometer algo, quer dizer que o bagulho é sério mesmo, hein — cruzei os braços e assenti enquanto falava.

— Promessas são feitas para serem quebradas, mas se você quebrar essa, eu juro que te mato — ela apontou o dedo indicador para mim, ameaçando-me entre dentes, e ergui as mãos em sinal de rendição.

— Como você vai me matar se eu já vou estar morto? — cruzei os braços, franzindo o cenho, tentando amenizar o clima tenso que pairava no ar.

— Não fala isso, seu idiota! — ela mandou, erguendo a mão para me bater, mas segurei seu pulso antes que pudesse fazê-lo.

Juntos Outra Vez • Jenlisa TransWhere stories live. Discover now