Capitulo 2

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17/11/1983

Era por volta das seis da manhã, e numa casa completamente normal, uma família normal estava se preparando para o dia.

Claro, isso seria verdade se você fizer como todos e desconsiderar o pequen-
"ABERRAÇÃO!" Uma voz esganiçada grita, esmurrando a porta de um armário, que fica em baixo da escada. Ah sim, claro. Era assim que ele era chamado. Ou talve- "GAROTO! Se você não sair daí agora, vai ficar ser comer o resto do dia." Outra voz grita. Dessa vez, pertence a uma espécie de homem morsa.

O pobre menino tenta abrir a porta, mais ainda estava trancada. Ele bate e fala, a voz doce, mas com leve tremor. "Ti-Tia! A porta ainda está trancada."
Aparentemente, essa não era a resposta certa. A porta é arreganhada com um estrondo, e o menino se encolhe. Uma mão gorda o agarra e ele é jogado para fora do armário. Um chute. Dois. Três. No quarto há um estralo. Então para. O homem fala, sua voz reverberando na cabecinha cheia de dor.

"Quando nós mandamos você sair, você sai, sua maldita aberração"

O menino não responde, tamanha sua dor. O tio se enfurece novamente, e desfere mais dois chutes. Então, depois de mais alguns xingamentos, o menino tem alguns minutos para se recuperar. O mais estranho é que durante tudo isso, ele não chorou. Arfou quando os chutes tiraram o ar de seus pulmões. Mais não gritou. Não chorou. Ele já sabia que não adiantava.

Hadrian on:

Eu realmente não entendo. Oque eu fiz para eles? É realmente só porque eu existo? Acho que as vezes seria melhor eu ter morrido naquele acidente junto com meus pais. Eu não queria culpar eles. Mais eu não me lembro deles, e eu realmente preciso de algo para culpar. Me ajuda a manter a calma nessas horas. Se eu não me perder na minha cabeça, posso fazer coisas estranhas novamente, então o tio só vai me bater mais. E eu não quero apanhar. Nem mais uma vez. As surras de cinta são as piores, na minha opinião.

Sinto a dor aguda em meu lado começar a diminuir, e me levado devagar. Já faz algum tempo que percebi que me curo mais rápido que os outros. Será que é por isso que me chamam de aberração?
Isso nem é minha culpa. Não posso controlar a cura. Mais posso controlar quando as outras coisas acontecem. Será que se eu ignorar isso para? Mais... eu quero que pare?

27/03/1984

"Não vai parar" o pequeno menino murmura em seu pequeno armário.

O rostinho manchado por lágrimas. Naquela escuridão, os cortes e ematomas passavam despercebidos.

"Eu não posso perder isso. É o que me torna diferente deles. Melhor. Sim... eles me odeiam porque eu sou diferente deles. Porque eu sou mais forte. Agora..." sua voz falha. E agora? Ele machucou o tio válter. Muito. Quando a morsa melhorar, provavelmente ele será morto. Agora não há o que fazer. Somente esperar.

Valter dursley ficou no hospital em coma por duas semanas. Por duas semanas, Hadrian ficou preso dentro de seu armário, saindo apenas para trabalhar, apanhar e ocasionalmente ir ao banheiro. Ele teve apenas 10 refeições nessas duas semanas.

O que a tia e o primo não sabiam, porém, é que durante a noite o menino aparatava, ou nas palavras dele "desaparecia e aparecia" no centro da Londres trouxa. Lá ele conseguia furtar alguns dólares e comia quase sempre uma janta agradável. Uma vez ele teve o suficiente até para uma sobremesa. Foi a primeira vez que o garotinho tomou sorvete.

Infelizmente, Valter voltou para casa. Muito, muito bravo.
Agora, você me pergunta o que aconteceu com ele para ir para o hospital?

Veja bem, era mais um dia comum. A família tomava o café preparado pelo menino que estava lavando a louça, e de repente um som de vidro quebrando é ouvido. O pequeno rapidamente tenta pegar os cacos do prato, e acaba cortando as mãozinhas. O tio se levanta. O rosto de morsa em um tom curioso, em algum lugar entre o roxo e o vermelho.

O menino acaba de pegar os cacos maiores e os coloca na lixeira, tremendo levemente. O tio o pega pelos cabelos, que mesmo mal cuidados eram em um preto quase não natural, como se toda a luz fosse puxada por aqueles fios e absorvida. Macios e levemente desgrenhados. Aqueles olhos verdes tóxicos encaram o tio, que se aproxima vagorosamente, com todo aquela gordura.

"SUA ABERRAÇÃO ESTÚPIDA!!"

Ele grita, sua voz reverberando pela casa.

"Você é um imprestável e deveríamos ter te deixado morrer de frio naquele maldito cesto! Pedaço de merda! Você é só um filho do capet-"

Ele é interrompido por uma pressão estranha na cozinha. De repente, o homem não consegue mais falar. Nem respirar, aparentemente. Algo o atinge e ele voa até a parede oposta de repente a pressão se vai tão rapidamente quanto veio, e o tio fica imóvel no chão. O silêncio é quase tangível, mas é quebrado pelo garotinho, que arfa. Ele parece um fantasma de tão pálido. O sangue apenas ajuda a completar o visual.

Hadrian on:

Tio válter volta hoje. Estou realmente com medo. Não de morrer. As vezes penso que a morte seria agradável. Nunca tive paz. Sempre a ameaça de ser espancado, passar fome, sempre fui um zero.

Acho que eu não faria falta se morrer. Quem eu quero enganar? Os Dursleys fariam uma festa ao invés de um funeral. Mais eu sentiria falta dos livros. Acho que só li un dois ou três, já que tia Petúnia e tio Valter não sabem que eu aprendi a ler sozinho. Sim. Foi muito difícil, mais ter uma boa memória ajudou.
A porta do armário é arreganhada. Novamente. Eu não aguento mais. Não quero aguentar mais. Já sei o que vem a seguir. Mais é a última vez. De um geito ou de outro.

É pior do que eu esperava. Muito pior. O tio está me machucando. Muito. Acho que ele quebrou meu braço. Ele pegou uma das panelas da tia e me queimou. Um pouco do meu braço e das minhas costelas. Doeu como o inferno. Agora ele está me socando. Um. Dois. Três. O Duda está rindo, aquele porco desgraçado. A tia está só olhando. Está doendo. Minha cabeça está uma bagunça. Não. Não. Não. Para. Para.

"PARA!"

As palavras saíram com um pouco daquele formigamento. O formigamento é o que acontece quando eu faço coisas estranhas. Como quando eu machuquei o tio. Eu devo fazer isso de novo? Mais... se eu fizer ele vai voltar e... vai ser pior, não é ?

Valter parou.

Não. Ele não vai voltar. Eu não posso continuar assim. Eles não vão me matar. Eles gostam de me fazer sofrer. Eles tem que ir, então. Sim.

Eles tem que morrer.

Me concentro no formigamento. Quero que ele aumente. Que ele abrace o tio. Que ele o sufoque de dentro para fora. Que ele sofra ao menos um pouco do que eu sofri.
O tio cai no chão se contorcendo e gritando. Não é o suficiente. Ele tem que sofrer. Mais. Ele se arca. Um cheiro de urina invade o local. Duda não conseguiu segurar a bexiga pelo visto. Tia Petúnia está congelada.

Eles também tem que sofrer.

Deixo Valter no chão e me viro para eles. Primeiro Petúnia. Faço o mesmo com ela. Duda... ainda é uma criança. Ele não vai sofrer. Mais também me fez mal. Não, ele não pode viver.

Eu quero ver-los todos queimar no inferno.

Me afasto. Saio da casa. Esta de noite. Quero que a casa queime. Estendo a mão. Já fiz isso uma vez antes. "Fogo." Digo. O formigamento se intensifica na palma de minha mão. Uma chama verde a acaricia, suave. Toco na parede e ela imediatamente é consumida e se torna da cor normal do fogo. Parece querer devorar tudo ao seu redor. É lindo. Saio con um sorriso. Acabou.



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Aquele Que Eles Não EsperavamМесто, где живут истории. Откройте их для себя