DEMONS | BILL KAULITZ

Capítulo 36 - A Noite de Beltane

Quando Bill finalmente acordou, após duas noites do exaustivo combate, ele abriu os olhos e viu Rachel sentada diante do espelho, enrolada apenas em uma toalha felpuda e com os cabelos molhados. Ela despejava na palma da mão, uma loção hidratante perfumada que ele a presenteara alguns dias antes. O perfume despertara em sua mente a lembrança do cheiro de Rachel, embora esse aroma jamais pudesse ser duplicado com perfeição. Ela espalhava o creme pelos braços, hipnotizando-o com o erotismo do gesto. As mãos deslizavam pela pele macia, deixando um rastro brilhante e perfumado.

Vê-Ia tocar o próprio corpo daquela maneira natural e sensual o inflamava, fazendo-o a desejar como nunca. Era como se o seu corpo estivesse faminto, privado de sua presença única, por mais tempo que realmente estivera inconsciente, como se agora tivesse de compensar a ausência, absorvendo-a por completo.

O perfume da loção o alcançava em ondas, mas ele permaneceu quieto, só a observando. Rachel desenrolou-se da toalha, afastando-a, e sentou-se completamente nua diante do espelho. Bill sentia a parceria inexplicável entre amor e a paixão. Ela era linda, gostosa, amorosa, gentil e sensual. Aquela criatura linda, com toda a generosidade, sempre seria sua absolvição. A cada vez que encontrasse prazer no corpo faminto e receptivo, ela estaria lhe dando um presente de paz e reconciliação, tocando-o com a alma, apagando seus pecados com gritos suaves e mãos ávidas.

Bill sentiu lágrimas de gratidão queimarem seus olhos e quis parar de admirá-la, ao menos o tempo necessário para se recompor. Porém, não conseguiu, e simplesmente deixou que a emoção fluísse, mesclando-se com a necessidade pulsante. Rachel continuava cuidando do corpo, virando-se às vezes para examinar os traços e a pele perfeita. As mãos escorregaram sobre os seios e o ventre. Quando se virou para apoiar a perna no banco, percebeu estar sendo observada. Sorriu, inclinando a cabeça, tentando decifrar o que ele estava pensando e sentindo.

Antes que tivesse a chance de fazer isso, Bill saiu da cama e se aproximou. Ela o olhou com curiosidade, detendo seu olhar diretamente para a evidente ereção do seu desejo. O sorriso malicioso que acompanhou aquele olhar, o atingiu com força aumentando sua excitação. Ele levantou-a e virou-a de frente. Derramou um pouco do creme na palma da mão e se ajoelhou diante dela. Apoiou o pé delicado em sua coxa e lentamente começou a espalhar a loção por sua perna torneada, massageando-a com gentileza. Rachel suspirou. Aquele toque era um bálsamo. Passou as mãos pelos cabelos de Bill, puxando-o até que o ouvido ficasse sob seus lábios e o beijou suavemente.

— Deixe-me terminar isso, amor. Tome um banho. Relaxe. Ainda estarei aqui quando você voltar...

Rachel parou no meio da frase, quando ele arrancou-a do banco e colocou-a sobre os ombros, carregando-a. Andou até o banheiro decidido, enquanto ela gritava e gargalhava.

— Me põe no chão agora, Bill... — exigindo entre risos divertidos, fingindo falsa indignação.

Mas, ele manteve sua mão possessiva em suas costas ao carregá-la, até a grande banheira. Colocou-a em pé e ligou a água. Ela pôs as mãos nos quadris e olhou para ele.

— Eu já tomei banho...

Rachel moveu-se para o lado oposto da banheira e sentou-se na beirada, chutando a água que a preenchia. Ele se aproximou e a beijou, abafando sua risada, mantendo a boca sobre a dela, até que o riso fosse substituído pelo calor crescente. Rachel pegou o sabão e começou a passar no corpo dele com as mãos, e logo o banhava com avidez, nunca abandonando sua boca macia. Deixou de lado o sabão pouco depois, pressionando os seios contra o peito másculo e enchendo a mão de xampu para fazer movimentos lentos e sensuais em seu moicano. Enquanto a incrível sensação daquele toque, enviava ondas de prazer por todo seu corpo, ele lhe ensaboava as costas e ombros, deslizando as mãos sensualmente, até tomar os seios volumosos. Rachel ronronou de prazer contra sua boca, e gentilmente inclinou a cabeça dele para enxaguar os cabelos, enquanto era tocada o tempo todo, de maneira excitante.