DEMONS | BILL KAULITZ

Capítulo 14 - Cartas na Mesa

(no capítulo anterior...)

— Sempre teve essa cicatrização assim....tão rápida?

— É claro que não. Nunca tive nenhuma característica diferente, da media normal dos seres humanos.

— Não tinha.... — ele anunciou. — Agora você cicatriza como nós.

***

— Eu...Ããhhh.....Ah é?

Bill não disse mais nada. Nem uma só palavra. Em vez disso, estendeu as mãos para os botões da blusa de Rachel, e com os dedos longos, abriu a blusa, antes que ela pudesse piscar. Sem se deter, ele arrastou a blusa para o lado, expondo os ombros arredondados.

Os olhos cor de mel e atormentados de Bill por sentimentos intensos, buscaram o local onde ele a marcara no dia anterior. O polegar deslizou pela pele pálida e perfeita, procurando por um pequeno sinal, ou alguma irregularidade qualquer onde havia feito a marca brutal em seu corpo.

— É...— ele a encarou com expressão muito séria.

— O que? Por quê? Como? Você...Você é... contagioso, ou algo assim?

— Acho que não — Bill sorriu. — Já tivemos outros contatos com humanos e isso nunca aconteceu.

— Então, não sou como a maioria dos humanos...

— Isso eu já sabia. Você é única! — ele beijou o ombro delicado, onde antes existira uma marca.

— Puxa-saco. — Rachel riu, fechando os olhos para sentir melhor seus lábios sobre sua pele. Podia sentir o beijo se espalhando por todo o corpo, como uma onda, a pele queimando e os seios doloridos de sensibilidade. — Não acha que eu devia traçar minha genealogia? Talvez encontre algum ancestral Druida...

— Não encontraria esse tipo de coisa com facilidade, considerando que seus ancestrais deviam estar se escondendo de nós. Esse não foi um dos momentos mais gloriosos da nossa história. Punir e extinguir toda uma raça, não é algo de que nos orgulhamos. — Bill suspirou com profundo pesar.

— Bem, você não tem culpa de nada. Foram seus ancestrais que entraram em guerra com os Druidas e os destruíram. Tudo que pode fazer é reparar esse lamentável erro, da melhor maneira possível. Se sua raça quer mesmo superar a loucura provocada por certas fases da lua, vai ter de encontrar os Druidas, mesmo que estejam dispersos, ou quase extintos, e reintroduzi-los novamente em suas vidas e na sua cultura. Foi isso que eu li.

— Tom parece concordar com essa ideia. — respondeu Bill. — Mas, para isso, teremos de trazer humanos ao nosso mundo, porque, aparentemente, os Druidas se esconderam com eles. Misturaram-se a eles. Quero dizer, você é um exemplo... Se você for mesmo descende de Druidas... — Bill suspirou e se afastou dela, deitando-se com a cabeça no travesseiro, e tocando o ponto mais alto do nariz, como se estivesse com dor de cabeça.

— O que foi?

— Rachel, quando isso se tomar público... Se a necessidade de encontrar Druidas for verdadeiramente aceita... Se eles se escondem mesmo na comunidade dos humanos...Vamos viver uma espécie de temporada de caça a sua raça. Posso até imaginar... "Mas, Bill, pensei que ela fosse humana"... Como vou lidar com tudo isso?

— Oh, Meu Deus... — Rachel gemeu, captando o significado do comentário apreensivo.

Sentia o coração apertado diante da tristeza de Bill. Podia sentir nele a preocupação pelo futuro e do bem-estar da raça humana.