Em uma quarta-feira qualquer de uma noite de desagrados, Raquel decidiu ir em um bar após o trabalho, onde conheceu um homem charmoso e se envolveu com ele em um banheiro. Meses depois, ela, como juíza, recebeu o caso de um agiota, sem saber que ele...
Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.
Meu celular apita, me tira da concentração dos notebooks que estão dentro do escritório em que o Urias e o Hacker estão usando para descobrir mais sobre o drone e o dono. Tiro meu celular do bolso e clico na mensagem, leio-a após o desbloqueio facial.
Raquel: Me desculpe, Briar, mas eu contei tudo para o Percy. Percebi que ele pode me proteger como mais ninguém poderá, nem mesmo você. Eu estou indo viajar com ele, não pretendo voltar tão cedo. Te deixarei em paz, como você também me deixará e assim tudo isso irá acabar. Dê um beijo em todos por mim. Obrigada por tudo. Adeus.
Sinto uma sensação de desespero me atingir a cada palavra lida em minha mente. É como a sensação de perder algo, de saber que eu falhei de alguma forma. Vou abaixando o celular lentamente, meus olhos focados na parede em minha frente.
— Briar, o que aconteceu? — Urias estala o dedo na minha frente.
Me tiro dos devaneios, respirando fundo enquanto mudo meu olhar para o meu amigo.
— A Raquel foi embora — murmuro.
— O que?! Como assim?!
— Ela foi embora com o Percy. — Escondo meu rosto nas mãos. — Ela disse que ele pode proteger ela, já que eu não posso. — Subo minhas mãos para a minha cabeça.
— Briar, não fica assim, cara. Ela nunca nos deixaria, ela gosta de todos nós. Deve haver algum erro.
— Ela nem se despediu. Na verdade, ela se despediu por mensagem. Ela estava estranha ontem, era de se esperar que algo assim fosse acontecer.
— A Raquel nunca foi covarde desse jeito, ela sempre falou as coisas na cara. Então, se ela realmente quiser ir embora, ela vai se despedir olhando nos olhos. Vamos. — Ele me puxa para ficar de pé.
— Onde? — Me ponho de pé.
— Para o aeroporto. Ela vai ter que se despedir e dizer na sua cara que vai embora com outro.
— Eu não vou me humilhar dessa forma. Ela nunca gostou de mim, está tudo bem, acontece. Ou talvez ela apenas esteja com medo, é normal tomar a atitude de fugir. Deixe-a.
Eu não quero deixá-la. Eu não quero ter que apagar as lembranças. Eu não quero me desapaixonar por ela. Eu não estou bem, eu estou sentindo como se algo estivesse estraçalhando meu coração.
— Você está quase chorando, Briar. Eu só te vi chorar uma vez, esse é um caso sério, não passageiro. Então, vamos.
Urias segura meus ombros e me conduz para fora do escritório. Descemos as escadas, ele chama a Lila, que estava comendo sorvete enquanto mexia no celular, e pega o Herdeiro, para ir conosco ver a Raquel no aeroporto. Saímos juntos do clube e seguimos para o aeroporto no carro do Urias.
Durante o caminho, enquanto Urias explicava as coisas para Lila, eu fiquei pensando sobre a Raquel e o porquê ela poderia estar fazendo isso com a gente. Apesar do seu medo, fugir não é algo que esteja na sua personalidade. Ontem ela estava confessando seus sentimentos e hoje está me deixando? Isso não é possível, tem mais coisas nessa história. Ela até me deixaria, mas ela nunca deixaria o Herdeiro.
