Em uma quarta-feira qualquer de uma noite de desagrados, Raquel decidiu ir em um bar após o trabalho, onde conheceu um homem charmoso e se envolveu com ele em um banheiro. Meses depois, ela, como juíza, recebeu o caso de um agiota, sem saber que ele...
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Pode ser que eu esteja perdendo um pouco da sanidade, ou talvez eu esteja apenas querendo criar um motivo para esconder a parte de mim que sente uma pequena atração por aquele homem do bar, que eu prefiro distinguir da versão que eu realmente conheço. Nada me diz que o Briar é inocente, eu sei que ele tem um toque criminoso naquele sorriso cretino. Eu juro que se ele for inocente, eu me aposento da área criminal e fodo com ele até...
Pigarro e começo a olhar para os lados do bar com a sensação que possivelmente alguém deve estar lendo essa linha de pensamento louco e intrusivo que cruzou meus pensamentos lúcidos. Volto a olhar o notebook na minha frente e pego minha bebida na mesa.
— Por isso eu não bebo vinho. — Deixo a taça na mesa e empurro-a para o lado, volto meu olhar na concentração dos documentos na tela do macbook cinza. — Foco.
Quando eu era mais nova, queria ser autoridade, eu queria ser do cargo mais alto do exército. Depois eu mudei de ideia e queria ser policial, eu iria ser delegada, porém o meu pai não deixou por achar muito perigoso. Eu iria resolver perfeitamente vários crimes, traçar planos geniais e descobrir diversos esquemas ilegais. Eu estudei muito para me tornar policial, mas nunca iria precisar usar meus estudos, foi o que eu pensei quando meu pai me proibiu. Contudo, eu usei meus estudos, eu me tornei a juíza mais difícil, aquela que nenhum advogado gosta de ter no tribunal. Eu estudo cada mínimo detalhe, nenhuma mentira ou verdade passa despercebido por mim.
Por ter me tornado uma delegada disfarçada de juíza tão detalhista, todos os casos que me intrigam eu estudo a fundo. Não é diferente com o caso do Briar Koa, eu estou estudando-o como ninguém jamais irá estudar, pois ninguém do tribunal conseguirá tirar informações do próprio acusado como eu possivelmente farei.
O sino da porta toca, eu levo minha atenção até o objeto e encaro a figura que entra no estabelecimento com seu habitual terno de cor escura. Briar Koa caminha em minha direção exalando seu charme, ele é um homem muito atraente e bonito, não é atoa que as mulheres espiam-o em sua passagem.
Eu não convidei o Briar, eu não seria estúpida a esse ponto, mas eu sabia que ele me seguiria se eu fizesse uma postagem no Instagram. Ele me stalkeia e não disfarça nem um pouco.
— Boa noite.
Maneio um pouco a cabeça para o lado e olho-o com tédio.
— Você está me seguindo? — indago.
— Com certeza. — Ela puxa a cadeira e se senta. — Trabalhando em um bar em uma sexta-feira à noite? Eu queria que fosse nosso bar, mas me contento com esse.
— Alguns casos não podem esperar. — Fecho o macbook e cruzo os dedos em cima do aparelho. — Por que está me seguindo? Veio dizer pela milésima vez que irá me foder?
— Achei que fosse um convite seu, tanto que nem pensei em dizer o que eu digo sempre a você. Você sabe que eu vejo cada mínima coisa que você posta e fazia tempo que você não postava por essa razão, repentinamente você postou e eu entendi como um convite. — Ele cruza os braços e joga as costas na cadeira.
