Em uma quarta-feira qualquer de uma noite de desagrados, Raquel decidiu ir em um bar após o trabalho, onde conheceu um homem charmoso e se envolveu com ele em um banheiro. Meses depois, ela, como juíza, recebeu o caso de um agiota, sem saber que ele...
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Eu tomei uma decisão extremamente importante, uma que não pode ser voltada atrás e que pode trazer consequências absurdas para mim. Eu vou contar exatamente tudo que está me acontecendo para a minha advogada e não é porque eu ache que ela será a salvadora da minha vida, mas sim porque eu acho que isso já sufocou a vida da Raquel o suficiente e ela merece paz de alguma forma. Eu não sei como lidar e o que fazer com o problema, mas alguém que entende de lei pode saber como resolver da melhor maneira possível.
A porta é aberta para a minha entrada, eu me coloco para dentro e fecho a porta atrás de mim. Minha advogada está parada na minha frente, ela me dá um leve aceno de cabeça e aponta para a cadeira. Caminho em direção a mesa e me sento na cadeira, observo ela se sentar atrás da cadeira e juntar os dedos em cima da mesa.
— Obrigado por me receber tão repentinamente — agradeço.
— Sinto que é algo de suma importancia.
— Sim, é. — Coloco uma perna em cima da outra. — Eu preciso de ajuda.
— Eu posso, mas não em todos os casos.
— É mais sobre me ajudar em uma situação, no caso, tem mais haver com outra pessoa do que comigo. Eu estou preocupado com essa pessoa.
— Entendo. — Ela joga as costas na cadeira. — Você pode confiar em mim.
Suspiro e passo a mão no meu bigode.
— Eu estou sendo ameaçado — começo.
— Briar, isso é crime. Você pode denunciar.
— Eu sei. Eu faria isso se fosse algo sobre mim, mas envolve outra pessoa.
— Ainda sim é um crime.
— Eu vou te contar uma coisa e peço que não saia daqui, por favor.
— Como eu disse, você pode confiar em mim.
Eu sei que eu posso confiar nela, afinal ela sabe o maior segredo da minha vida e do mesmo jeito está me defendendo. Mas isso não é algo que apenas me envolve, envolve a Raquel e ela com certeza não quer que ninguém saiba do nosso envolvimento. Mas às vezes devemos tomar decisões por outra pessoa.
— A Raquel e eu já nos conhecíamos antes, tivemos um envolvimento.
— Raquel? A juíza Raquel Parker?
— Foi meses atrás, eu tinha acabado de receber o aviso de processo e queria aproveitar uma possível última noite e ela estava lá frustrada com algo. Conversamos, bebemos e nos envolvemos sem saber nada um do outro. Nunca nos vimos de novo, seguimos em frente porque foi apenas um caso de bar.
Observo a reação minimalista da minha advogada, aquela típica tentando não se antecipar no julgamento. Ela é muito profissional, mas é visível o seu choque com as coisas que estou lhe contando.
