Capítulo Vinte e Dois - Segunda Parte.

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Elsa

Tom dirige e Bill se senta no banco do passageiro, olhando para nós através do espelho retrovisor de vez em quando.

Eu seguro a cabeça de Kim no meu colo enquanto ela ronca baixinho.

Se não fosse pelo silêncio sufocante, seria engraçado que o ronco dela fosse o único som no carro.

Não tenho ideia de como dissipar o silêncio, ou a tensão, entre Tom e Bill, então me concentro em tirar o cabelo de Kim do rosto dela.

Ela golpeia minha mão como se eu fosse uma mosca. O cheiro de tequila permeia o ar. Ela vai se arrepender da ressaca que vem amanhã.

A casa de Georg fica a apenas dez minutos de carro da casa da Kim e estou muito agradecida pela curta distância. Tom estaciona na entrada de carros de Kim.

- Eu poderia dirigir. - diz Bill em um tom entediado. - Eu moro aqui de qualquer maneira.

A expressão de Tom é estoica.

- Você não tem permissão para se aproximar dela quando não estou por perto.

Não tenho certeza do que ela significa para Tom, e algo torce no meu peito ao pensar que ele poderia ter se referido a Kim.

Eles eram amigos de infância e praticamente criados juntos. Mesmas escolas. Mesmos hobbies. Até seus pais pertencem ao mesmo círculo. Talvez Tom tenha um vínculo com ela. Ele a abraçou enquanto ela chorava.

- Você quer dizer minha namorada? - Bill se vira e pisca para mim. - Você quer que eu te leve para casa, querida?

Tom agarra o volante com tanta força que fico surpresa por não quebrar em pedaços. Quando ele sorri para Bill, é quase maníaco.

- Você tem um desejo de morte, irmão?

- Você, Tom? - A expressão de Bill endurece até que seu queixo fique tenso.

Engulo o nó na garganta. Apesar dos ferimentos da semana passada, eles ainda parecem estar prestes a se cortar de um membro para o outro.

Não há um time de futebol para impedi-los de se matar dessa vez.

- Ei. - tento parecer indiferente ao abrir a porta do banco traseiro. - Um de vocês pode me ajudar a tirar Kim do carro?

Bill quebra a guerra assassina de olhares e sai do carro. Ele a puxa do meu colo com facilidade. Eu sinto um cheiro de álcool nele, mas não é tão forte quanto a tequila em Kim.

Ele a levanta nos braços no estilo nupcial com tanta facilidade como se ela fosse uma boneca de pano.

Seus olhos se abrem um pouco e ela geme, a cabeça caindo contra o peito dele. Então, parecendo um pouco acordada, ela o olha e puxa os cabelos dele.

- Você! - Ela xinga. - Tudo por sua causa!

- Kim. - Eu os sigo.

- Elliiie. - Ela sorri, e é surpreendentemente encantador, considerando que ela está bêbada. - Vamos cometer assassinatooooo!

Eu sorrio.

- Não é uma boa ideia, Kim.

- Nãoo! Melhor ideiaaa. - ela xinga enquanto seus dedos mergulham preguiçosamente no cabelo de Bill, quase... acariciando? - Biiiill, eu sou bonita?

- Não. - Ele nem hesita.

Os olhos dela brilham com lágrimas.

- Você nunca vai me perdoar?

Deviant KaulitzWhere stories live. Discover now