Capítulo Um - Segunda parte.

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Elsa

Enquanto passo pelo imenso arco pedregoso da escola, tento imitar a confiança dos outros alunos. É difícil quando eu já me sinto uma estranha. Os alunos aqui usam seus uniformes originais como se fossem feitos de pano embebido em ouro. A aura de esnobes altos, poderosos e um pouco esnobes se espalha a cada conversa e passo medido.


Noventa por cento da Royal Elite School frequentou o Royal Elite Junior antes disso. Eles conversam uns com os outros como velhos amigos se reunindo após o verão, enquanto eu me destaco como uma solitária.

Novamente.

Uma coceira começa sob minha pele e se espalha por minhas mãos. Minha respiração se aprofunda e meus passos se tornam fortes à medida que as memórias voltam.

Pobrezinha.

Você ouviu o que aconteceu com os pais dela?

Soube que ela é um caso de caridade para sua tia e tio.

Afasto essas vozes e endureço. Desta vez, estou decidida a me misturar. Ninguém aqui sabe sobre o meu passado e, a menos que eles me procurem especificamente, não saberiam.

Elsa Quinn é uma nova pessoa.

Na entrada, vejo uma aluna que está evitando a multidão esgueirando-se pelo caminho lateral que leva às enormes portas duplas. Eu a noto porque eu também estava contemplando o mesmo caminho.

Enquanto eu adoraria me encaixar, multidões fazem com que aquela coceira familiar suba pela minha pele.

A saia da solitária é maior. Ela é do lado mais grosso e tem os traços mais redondos e bonitos que já vi em uma garota da minha idade. Com seus enormes olhos arredondados, lábios carnudos e longos cabelos castanhos trançados, ela quase parece uma criança.

E ela é a primeira presença nesta escola que não me dá a sensação de 'intocável.'

Eu a alcanço e igualo seu ritmo de caminhada rápida.

- Bom dia.

Sua cabeça se vira na minha direção, mas ela logo olha para os pés e aperta a alça da bolsa.

- Sinto muito. - Ofereço meu sorriso mais acolhedor. - Eu não quis assustar você. - Talvez ela também seja uma das crianças novas aqui e se sinta intimidada.

- Você não deveria estar falando comigo. - ela sussurra baixinho. Até a voz dela é fofa.

- Por que não?

Ela olha para mim pela primeira vez com olhos tão verdes que quase brilham como um mar tropical.

- Uau. Você tem olhos bonitos.

- O-obrigada. - Seus lábios se curvam em um sorriso hesitante, como se ela não devesse estar fazendo a coisa sorridente. Ela chuta pedras imaginárias enquanto fala. - Você é bonita demais, não deveria estar falando com a pária da escola.

- Pária? - Eu eco, incrédula. - Não existe pária. Se eu quiser falar com você, eu irei.

Ela morde o lábio inferior e eu juro, estou ansiosa para beliscar suas bochechas adoráveis.

- Você também é nova por aqui? - Pergunto, em vez de agir como um monstro na primeira reunião.

Ela balança a cabeça.

- Eu estudei em REJ.

- REJ?

- Royal Elite Junior.

- Oh.

Deviant KaulitzWhere stories live. Discover now