✈️ 11000 pés ✈️

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Retiro tudo, absolutamente tudo que disse sobre o primeiro oficial Murphy-Kudo, apesar de ele rir de quando ficamos presos no maldito banheiro e também por entalar minha cabeça em uma mala!

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Retiro tudo, absolutamente tudo que disse sobre o primeiro oficial Murphy-Kudo, apesar de ele rir de quando ficamos presos no maldito banheiro e também por entalar minha cabeça em uma mala!

Nem consigo acreditar ainda que Hiyama está na minha casa! Tudo isso começou mais cedo, naquele mísero voo de volta para Tóquio. Parte positiva disso? Ninguém nos viu e os meninos nos acobertaram. Parte negativa? Ficamos presos na droga do banheiro!

Ok, vamos fingir que o incidente do banheiro não aconteceu e passar para o presente. Nesse exato momento, estamos vendo Top Gun na televisão enquanto trocamos carícias. Estou quase dormindo, o cansaço me surra de uma vez, mas tento me manter acordado justamente por essa chance com Hiya ter sido difícil demais de conseguir para eu largar assim tão fácil. A única coisa que fiz foi chegar em casa e tomar um banho, e Hiya fez o mesmo. Não quero ter um encontro estando sujo.

Eu acho estranho que ele, bem maior do que eu, seja o mais carinhoso entre nós dois. Estranho no sentido de: ninguém nunca foi carinhoso comigo antes. Hiya é delicado comigo, acaricia meu corpo o tempo todo e é o tipo de cavalheiro que eu não imaginava que fosse. Eu não me considero uma pessoa muito romântica, afinal, nunca tive um namorado antes. Estar nos braços de outra pessoa enquanto assiste televisão é inédito, é o tipo de coisa que eu só achava que era possível em filmes ou até mesmo em casamentos.

E é tão bom estar nesses braços fortes e quentinhos...

— Deveríamos jantar em algum restaurante da próxima vez — ele sugere, sem tirar os olhos da televisão. — Não é legal para um primeiro encontro comer comida congelada.

Tento me isentar da responsabilidade:

— Ei, a culpa não é minha!

— Eu sei, se fosse em minha casa não teria nem a opção congelada, juro! — Hiya ri, me puxando para um afago. — Fico devendo.

Ficamos em silêncio assistindo o final do filme. O escurinho da minha sala mais lembra um cinema e aqui podemos ter toda a privacidade do mundo.

O filme acaba, mas permanecemos acordados. Reflito sobre algo e então dou uma risada.

— Esse é mesmo o seu filme preferido? — questiono e Hiyama confirma, o que me faz rir ainda mais — Certo, nunca vi nenhum romance entre o Tom Cruise e a garota loira aí.

— Como?

— É sério! — Começo a rir. — Esse filme é mais uma propaganda homossexual do que hétero! Ou você acha que um monte de caras sem camisa jogando vôlei vão atrair as menininhas? Claro que não! Quando eu era jovem e vi esse filme eu fiquei apaixonado pelo Tom Cruise, ele é muito gay para mim.

— Eu não sei... — Meu argumento consegue pegar Hiya desprevenido. Ele apenas fica calado enquanto me ouve:

— Hiya, você tem que admitir que esse filme é meio suspeito. Quero dizer, Tom Cruise e Val Kilmer voando juntos, sem camisa, jogando vôlei? Isso é mais um enredo de um romance proibido do que uma história hétero. E aquele código de conduta "nunca deixe um camarada para trás"? Parece mais um lema de vida para casais do que para pilotos e de pilotos você entende super bem.

Amor Ao Primeiro Voo | BL ⚣Where stories live. Discover now