capítulo 22

30 6 2
                                    

Anahí.

Foram tantos anos pensando que deus não era bom, que as coisas aconteciam de uma forma ruim, onde a dezoito anos foi tirada de mim uma criança, minha filha que sonhei tanto, e dezoito anos depois deus me recompensou com três crianças além das gêmeas e do bebê que Karol está esperando.

Duas horas depois de confirmar minha gravidez, Alfonso apareceu com um menino, nitidamente sujo, machucado, desidratado e desnutrido, Matteo com apenas três anos e meio, tem várias marcas na vida, foi obrigado a trabalhar, a caminhar no sol atrás de dinheiro, para cuidar do irmãozinho um pouquinho mais novo.

Ver uma criança tão pequena sofrendo, uma criança que não sabe nem se defender.

— que lugarzinho nojento. — Alfonso diz ao meu lado.

Olho o bordelzinho da sol, varia mulheres nuas e homens também, alguns fazer o sexo, outros apenas de masturbando, enquanto algumas mulheres dançam.

— quero falar com a sol. — digo a uma garota, ela nos olha de cima abaixo.

— ela não está, mais de quiserem posso passar a uma das meninas, elas irão fazer um trabalho melhor que a sol.

— não viemos atrás de programa garota, queremos falar com a sol sobre os menores de  idade que ela mantém aqui, um menino de três anos e oito meses, e um menino de dois anos e sete meses e um também de dois anos e nove meses, acho bom encontar ela, se não quer que chamemos a polícia. — Alfonso diz para a garota que se assusta.

Observo ela sumir, subindo uma escada.

Olho com nojo ao redor, e sinto algo bater com força na minha cintura, olho para baixo e vejo pequenas mãozinhas tocando minhas pernas e dois olhos verdes me encarando, é nítido o medo no rostinho dele.

Conheço esse menino, era o mesmo que vi na praça comendo aquela fruta estragada, observo uma mulher vir lá de dentro o chamando, era a mesma que

— mudinho vem cá, não adianta fugir, hoje é seu dia de pedir dinheiro. — ela diz o puxando.

— solta ele agora, essa criança não irá pedir dinheiro nenhum em semáforo, na rua, acabou a palhaçada.

— eii loirinha, aqui não é lugar para você, o muleque é meu, eu faço o que eu quiser.

— seu um raio, essa criança não tem mãe, nem pai, apenas um irmão um pouco mais velho, essas crianças estão sendo exploradas, viemos tirar ele daqui.

— Anahí, Alfonso, o que devo a honra ao meu estabelecimento.

— seu puteiro né sol?

— o que querem aqui? Já não basta seu maridinho tirar minha galinha de ovos de ouro? Aquele garoto me rendia bastante dinheiro.

— como pode ser tão nojenta, uma criança inocente sendo explorada e agredida por você, isso aqui não será permitido, essa criança não fica nem mais um segundo aqui dentro, e se tentar me impedir, chamarei a polícia, e ainda a acuso de pedofilia, sabia que o matteo contou a nós o que você faz com eles? — digo a segurando pelo cabelo.

— quer que a gente dê um jeitinho nela sol? — um homem diz, rio da cara dele, continuo levantando ela para cima pelos cabelos, essa vagabunda, ousou tocar em um menino pequeno, uma criança inocente .

A Prova do amor: acima da injustiça - ponny e ruggarolWhere stories live. Discover now