O peão do Rei - VI

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Derreti em suas mãos.

— Não terei medo da verdade. — Sorri minúsculo, encostando meu rosto em sua palma. — Me assusta que toda essa mídia esteja me esperando... mas não tenho dúvidas de que sairemos daqui pela porta da frente, amor. Não vou errar, não posso errar, eu sei disso.

Jeon encarou-me, havia algo muito complexo em seus olhos, era natural, mas também havia algo doce. Ele se aproximou de mim, juntando nossas testas, esfregou seu nariz no meu, um carinho acalentador, fez-me sorrir como um tolo, então roubou um beijo dos meus lábios.

— Não precisa ter medo, porque estou aqui e enquanto você estiver ao meu lado, nada nunca alcançará você. — Sua autoconfiança era absurda, eu me sentia maior em apenas pertencer. — Tudo isso, esse julgamento, o que aconteceu... Tudo isso é assustador para todos nós, até para Hoseok. Por isso premeditei algo especial nesta sessão.

Pergunto-me: O quê? Então apenas confio.

— Quero que isso termine logo... — sussurrei, e meu hálito escapou com frescor. — Eu só quero esquecer tudo e ir para longe com você... Viver com você.

Segurei sua mão grande, afastando-a do meu rosto, sentindo seu anel universitário em seu dedo mínimo, e então beijei sua mão com devoção e suspirei.

— Estou dando tudo de mim, e tudo de mim é muita coisa. — Não era simples ego, era genuína garantia para me aliviar. Mesmo que houvesse algo quebrado dentro dele, sua maior preocupação era eu. — Isso acabará em breve.

Perder o cônjuge soava como uma dor fatal, mas esse título havia sido perdido ao longo dos últimos anos, e mudava tudo. Isso não significava que Jungkook não estivesse sofrendo, ele sofria por perder alguém que um dia foi importante. Sua infidelidade não o tornou rígido, mas um culpado.

— Seu melhor é tudo o que preciso, e eu tenho isso... Então, estou pronto, você sabe. Vamos.

[...]

Julgamento, 11 de setembro, 2020.

Existem segredos viscerais nas profundezas da riqueza, existem coisas perversas e tolas, mas quase todos podem imaginar isso. O dinheiro consome a mente sã, corrompe, degrada, estraga, o dinheiro é divino e indispensável, mas o seu uso excessivo quase nunca é apropriado.

Estar imerso neste abastado universo de Yoongi, Hoseok e Jungkook parecia uma condenação inconsciente.

Ser consumido pelo poder que o dinheiro traz não estava nos meus planos, mas escolhi amar um homem que nasceu com uma colher de prata na boca; cuja herança era uma família com complicações, e agora estou absorto nele e em seu perigoso paraíso.

Caminho devagar, com dois policiais parados bem atrás de mim, um de cada lado, direcionando-me ao banco de testemunhas.

São silenciosos, sérios e tesos, isso me traz algum alívio, nenhuma palavra era mais útil que qualquer uma. Ouço ruídos de pessoas em outro espaço, consigo ouvir e não absorver nada.

Assim que chegamos à porta, cada um dos seguranças agarrou um puxador e ambos abriram como se fosse necessário uma cerimônia: Tudo bem, serei o Rei e espero que Jeon me proteja de tudo ao meu redor, porque meu próprio movimento era mínimo e defensivo.

Ando, minhas roupas esfregando na pele, estou transpirando nas axilas, aperto meus dedos e minhas unhas marcam minhas palmas, uma contenção de danos.

Logo estou sentado no banco dos réus, ainda sem ninguém presente, sem júri, sem câmeras-luz-ação, sem espetáculo, apenas policiais sérios e um juiz centrado em seus papéis. Suspiro aliviado, eu preciso ser forte.

INSACIÁVEL • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora