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Antes mesmo que minha consciência voltasse por completo, eu já sabia perfeitamente onde estava.

O ardor era insuportável. O sangue parecia congelar em minhas veias, e o ar era tão gélido que cortava minhas narinas. Meu corpo queimava pelo frio, e cada centímetro dele doía.

Foi quando abri os olhos.

Eu ainda segurava a lamparina de Joshua, que usei quando saí da cabana para. O vidro havia estilhaçado na passagem pela fenda, mas o fogo dentro dela inacreditavelmente ainda estava acesso.

Me pus de pé com muita dificuldade. Mesmo com a luz, eu enxergava muito mal, e a neblina era muita. Meu vestido, outrora branco, estava sujo e com rasgos.

Ouvi urros de pura fúria que pareciam vir de muito longe. Eles ecoavam por metros, talvez até quilômetros.

Avancei passos, tentando me livrar neblina e enxergar algo. E depois de subir por entre pedras, eu percebi estar num topo. No topo de um precipício.

O horizonte do Vazio era sombrio. Os montes, os rios, eles eram compostos por uma percepção de falta de existência. Meu corpo tremia por apenas observar. Não havia sequer resquícios de luz. Talvez de uma simples chama de esperança. Nada.

E cá estava eu. No alto de um precipício, com uma única lanterna, tentando encontrar sinais ou comandos de como agir. Eu sentia em meus ossos o suficiente para fazer meu corpo inteiro explodir em pânico e frio.

Bem vindos aos Vazio: O caos da criação.

13:31Where stories live. Discover now