Queria ser a Jeanette.

9 2 8
                                    

—Ayla!—Escutei um baixo chamado, e alguém me sacudindo incansavelmente.

—Bia?—Abri meus olhos e me levantei um pouco.

—Aparentemente a noite foi boa, não é?—Ela apontou para o Simon e para mim, foi aí que notei que eu havia levantado a minha cabeça do peitoral dele.

—Puts... Sabia que eu devia ter ido dormir no quarto!—Falei batendo a mão na minha testa. Olhei para a Bia que estava levantada na minha frente, com um casaco preto e uma sacolinha com refrigerante e bolacha.

—Vamos conversa um pouco? Temos que pôr o papo em dia.—Ela ergueu o braço com as coisas e deu um sorriso fofo. Coisa difícil de se ver.

Me levantei com cuidado do sofá para não acordar o Simon, peguei meu celular e fomos para o meu quarto. Fechei a porta enquanto a Bia sentava na minha cama distribuindo as coisas em cima dela. Logo sentei ao seu lado, já pegando a latinha de refrigerante de uva e abrindo.

—Faz tempo que não conversamos comendo ou bebendo algo.—Comentei após tomar um gole do refrigerante. Dei um sorriso alegre me ajeitado na cama.

—Quem começa a falar primeiro?—Perguntou abrindo o pacote de bolacha.

—Me conta, como você começou a namorar o Jhonny?

—Ok, então...—Ela olhou para cima e pensou por alguns segundos, mas logo deu um sorriso e olhou diretamente para mim.—Depois daquela festa, a gente conversou sobre o nosso beijo, e foi meio do nada, mas a gente acabou zoando na ideia de começar a namorar. Mas acabou virando algo sério no fim das contas.

—Achei que ele fosse mais romântico.—Indaguei cruzando os braços.

—Ah, não é o melhor começo de relacionamento e tudo mais, mas ele é um fofo comigo... E eu sei lá, acho que a vontade que eu não tinha de namorar, sumiu de repente sabe?—Ela deu um sorriso no qual tentou esconder baixando a cabeça.

—Olha só, ela tá apaixonada. O Jhonny fez um milagre.—Dei um sorriso de canto erguendo as sobrancelhas, e ela deu uma risada.

—Qual é, não é para tanto.—Finalizou enfiando uma bolacha na boca. Quem via, achava que ela não comia a três dias.—Agora me conta você, sei que tem um porre de coisa para me contar.

—Oque você quer ouvir primeiro?

—Como acabou se apaixonando pelo Simon bonitão sem óculos? Já pensou em pedir para ele parar de usar aqueles óculos? Ele fica mais bonito sem.

—Primeiro, ele não é feio de óculos, ele fica fofo e com cara de inteligente, gentil, cavaleiro, e calmo. E segundo, eu não estou apaixonada por ele!

—Tsk... Consegue ver tudo isso nele usando um simples óculos, e quer me dizer que não está apaixonada. Conta outra!—Ela revirou os olhos.—Mas fala logo, quando começou a gostar dele. E nem adianta dizer que não gosta, por que eu vi o seus olhos brilhando quando ele falou que tinha interesse romântico em você.

—Sei lá, acho que é só uma quedinha.

—Quedinha de penhasco, só se for.—Resmungou fazendo um biquinho desentendido.

—Ah, cuidado que eu te taco desse penhasco junto comigo!—Falei.— Mas olha, eu não me lembro quando comecei a sentir meu coração batendo mais rápido por ele, mas sei que isso se deve pelo fato dele ter cuidado de mim.—Dei um sorriso ao lembrar do dia em que o Simon apareceu com um guarda-chuva da patrulha canina, depois de eu ter descobrido que o Peter havia me traído.—E ele sabe como me alegrar, e me fazer sorrir. Eu gosto, de ter ele por perto.

—Entendi, ele parece ser fofo com você mesmo. Mas ontem ele foi cuzão, da próxima vez não vai ser um tapa, vai ser logo um chute para ele ficar infértil!

Sem BarreirasWhere stories live. Discover now